TÓPICOS DE UM ACORDO NADA ORTODOXO

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Terminando de analisar os exames do novo cavalo puro sangue que meu pai adquiriu para nossa empresa eu volto minha atenção para o computador a minha frente e releio pela décima vez o início do contrato que estou redigindo. Largo os papéis em cima de minha mesa e telefono para a única pessoa com mente extremamente fértil que pode me ajudar com os tópicos do meu acordo.

- Dorit!

- Bruce! Querido eu preciso da sua ajuda...

- É claro que precisa! O que foi?

Sorrio e digo mordiscando minha unha enquanto encaro a tela de meu computador.

- Eu preciso de ajuda com os termos do meu acordo com Colin.

Ficando mudo por pelo menos dois minutos me fazendo questionar se ele ainda está na linha Bruce por fim diz em um tom estridente e agudo tamanho sua excitação com a novidade que acabei de revelar.

- Ai meu Deus! Você deu continuidade ao Plano A!

- É eu dei sim sabichão e agora preciso de tópicos nada ortodoxos!

- Espera um minutinho, ele topou? Você entrou em contato com ele?

- Sim. A gente se encontrou hoje pela manhã...

- Dorit você só está me contando isso agora?! Mais tarde, na sua casa, eu chamo a Becky.

Dito isso ele desliga o telefone e eu suspiro rindo ao mesmo tempo porque sei que essa noite será divertida. Duas batidas na porta anunciam a entrada de meu pai, sorrio pra ele fechando o arquivo em meu computador e digo pegando os papéis do cavalo.

- Ótimas notícias sobre o cavalo novo...

- Que bom! Ele está com a saúde em dia?

- Sim. Pronto para ser treinado e em breve poderemos oferecê-lo para um dos nossos Jóqueis.

Entrego os papéis a ele para que dê uma olhada, analisando superficialmente meu pai diz mudando de assunto enquanto senta a minha frente.

- Uri me ligou hoje pela manhã...

- Quê? O que ele queria?

Pergunto ficando tensa em minha cadeira, me encarando com aqueles olhos castanhos ele diz parecendo confiante em algo que ainda não aconteceu e se Deus quiser, não acontecerá, pelo menos não com Uri.

- Me contou que está preparando uma surpresa pra você para o aniversário de um ano de namoro. Ele queria saber se poderia organizar um jantar aqui na empresa...

- Ah meu Deus...

- Eu acho que ele vai fazer o pedido querida.

- Você acha?

- Sim e francamente já está na hora de você se casar. Nós somos judeus um pouco mais liberais, mas ainda seguimos alguns costumes importantes e esse é um deles querida.

Pisco algumas vezes encarando seu rosto sereno que parece me avaliar, decifrar minhas emoções e o que se passa em minha mente. Espero que ele esteja enxergando que eu não serei forçada a nada. Sendo assim, procuro as palavras certas em minha mente aflita e digo expondo minhas opiniões.

- Não serei forçada a me casar com ninguém sem amor pai.

- Eu sei disso, desde pequena eu sempre soube que com você seria diferente, mas se você não o ama porque ainda está em um compromisso com o pobre homem?

Tomo um susto com sua reação aos meus pensamentos, embora entenda que ele tolera a desculpa "não me casarei sem amor", mas nunca toleraria ver sua filha casando ou até mesmo namorando alguém que não seja judeu. Sendo assim, eu sei que estou limitada para o resto da vida a um certo e especifico tipo de homem.

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