7-haras

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Às 9:00 da manhã, Jon e eu estávamos em Santo António à frente da casa de Tessa para buscá-la para ir conosco ao haras.
Quando Tessa abriu a porta, dei aquele olhar furtivo de mulher ciumenta, tentando ver a reação do meu marido, mas apesar de olhar para a jovem, Jonathan mal mal respirava, talvez pelo medo da minha reação depois do monte de perguntas que fiz na noite passada.
Enquanto estávamos devidamente vestidos com roupas de hipismo, Tessa estava vestida parecendo que ia para um rodeio: camisa xadrez azul, com pelo menos 3 botões abertos, calça jeans extremamente justa, bota de cano alto com salto, cinto com fivela grande e chapéu de cowboy. O bom é que qualquer coisa que ela veste fica lindo nela.
Pela janela mesmo, Tessa me deu dois beijinhos no rosto e cumprimentou Jon do mesmo jeito, indo em seguida para o banco de trás.
Quando Tessa chegou no haras, virou o centro das atenções, tanto com os homens olhando para ela como com as mulheres, boa parte delas morrendo de inveja.
Enquanto Jon cumprimentava alguns amigos, fui mostrar a Tessa o curral onde ficavam os pôneis.
Eu estava mostrando a Tessa as crianças aprendendo a montar nos pôneis quando Carla me puxou pelo braço, se distanciando 3 ou 4 metros da jovem, perguntando:
- Não acredito. Essa é a garota que você pagou para ir ao consultório?
- Sim, mas fica quieta. Jon não sabe que paguei a garota para vigiá-lo. - Falei fazendo sinal para Carla falar baixo.
- Puta que pariu, a garota é bonita, hein? E o Jonathan já deu em cima dela? - Carla perguntou olhando para seu marido que foi até onde estava Tessa e começou a puxar assunto.
- Gente, os cavalos mais mansos já estão disponíveis, mas os instrutores ainda não chegaram. - Meu marido falou me chamando para irmos cavalgar.
Vi de soslaio Rodrigo (o marido de Carla) jogando conversa fiada para cima de Tessa. Carla tinha apenas um ano a mais que a jovem quando se casou com Rodrigo, que apesar de ser bem bonito, é 15 anos mais velho do que Carla. Mas como Carla e ele ultimamente têm um relacionamento aberto, minha amiga não se importou com o fato de Rodrigo estar olhando descaradamente para o decote de Tessa.
Rodrigo e Marco subiram em seus cavalos e saíram sem esperar os demais, enquanto Carla, Jon e eu acabávamos de descobrir que Tessa nunca havia montado na vida.
Tentei explicar algumas vezes para a jovem, que não gostou da ideia de montar sozinha.
- Tessa podia ir na frente e Nina no mesmo cavalo ensinando como se faz. - Carla sugeriu, já em cima do cavalo.
- Acho melhor Tessa ir no mesmo cavalo que Jon, ele é um professor muito melhor: ensinou a mim, Rodrigo e Marco. - Falei, deixando Carla pasma e Jonathan confuso.
Enquanto o meu marido olhava para mim sem entender nada, dei de ombros e então Jon começou a ajudar Tessa a subir no cavalo e depois subiu, ficando bem atrás dela e começou a passar algumas dicas do que ela deveria fazer, enquanto eu subia em meu cavalo.
Meu marido ficou emparelhando seu cavalo com o meu, parecendo não querer dar motivo nenhum para eu ter ciúme, mas eu já estava com aquele misto de sentimentos, que variava entre o ciúme e o tesão, o que fazia minha calcinha ficar toda molhada. Ao mesmo tempo que eu sentia ciúmes e medo de perder meu marido, estava com um frenesi muito grande de vê-lo tão perto de outra mulher.

- Isso é loucura. Só quero ver até aonde você vai aguentar. - Carla chegou seu cavalo bem perto do meu e falou baixinho.
Após o passeio, levamos Tessa para assistir a uma apresentação de salto. Não chegamos a ir para a arquibancada, ficamos apenas conversando perto da cerca. Tudo estava muito bem até Carla e Rodrigo chegarem. Rodrigo foi direto para perto de Tessa, enquanto do nada Carla fez o convite:
- Jon, o que irá fazer sábado que vem às 10:00 da noite?
- Eu, pretendo estar na minha cama, debaixo da coberta e muito possivelmente lendo um livro. - Revirei os olhos com a resposta do meu marido, porque era isso que ele fazia quase todas as noites.
- Estou-te adiantando que irei fazer um convite que se estende a Nina, e não aceitarei um não como resposta: Jon, vamos ao Quinto dos infernos? - Carla falou animada.
- Hã? - Meu marido olhou para mim sem saber do que Carla estava falando, como se estivesse esperando que eu traduzisse.
- A casa de swing Quinto dos infernos, vamos? - Carla explicou, e no mesmo tempo que minha amiga falou "swing," a quinta série foi baixada com sucesso em Tessa, que começou a rir e tossir ao mesmo tempo.
- Não acho uma boa ideia, não tem a minha vibe. - Meu marido falou, olhando para mim, parecendo pedir socorro.
- Como não sabe se tem a mesma vibe se nunca foi? - Carla perguntou.
Nesse momento Tessa segurando a risada fingia estar prestando atenção na apresentação, mas estava claramente ouvindo nossa conversa.
- É que não é muito a minha vibe ver homens desconhecidos enfiando o pênis em qualquer orifício da minha esposa.
- Os conhecidos podem? - Perguntou Rodrigo, já sabendo a resposta.
- Nenhum homem que não seja eu. - Jon corrigiu.
Nesse momento também fingi estar concentrada na apresentação.
- Você não precisa fazer nada, pode apenas ficar no bar vendo se realmente é sua vibe ou não.
- Ninaa, sábado não é o dia que temos que ir à casa da sua mãe? - Jon inventou tentando desmarcar aquela saída de qualquer jeito.

- Não, mamãe está em Londres. - Falei, segurando o riso.
- Então está marcado. Olha lá o instrutor de saltos, Ricardo, está cada vez mais gostoso, benza Deus. - Carla falou indo até Ricardo.
- É sério que terei que ir a uma casa de swing chamada Quinto dos infernos no sábado? Como eu me meti nisso?
- Você quer mesmo que eu responda, Dr. Jon? - Tessa perguntou, segurando o riso, e Jonathan respondeu:
- Não, Tessa, obrigado.

Casamento perfeito.  (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora