Casamento perfeito. (+18)

6- Solar

- Por que não fazemos mais coisas desse tipo? - Perguntei ao meu marido enquanto pegava uma toalha limpa para me secar após o banho.
- Porque sempre estamos ocupados demais para nos divertirmos. - Meu marido respondeu, vestindo apenas uma samba canção de cetim e se jogando na cama.
- Sabe, eu não quero ser hipócrita como esse pessoal que fala que dinheiro não traz felicidade, pois sei que deve ser muito mais difícil não ter dinheiro, como a Tessa, que se tivesse poderia estar fazendo uma faculdade particular e não precisaria estar trabalhando em uma hamburgueria. Eu acho realmente que o problema está em nós, que temos dinheiro, mas colocamos a busca dele acima de qualquer coisa, inclusive da nossa diversão. Jon, o que você acha da Tessa? - Perguntei, andando nua pelo quarto, indo até a gaveta de calcinha.
- Acho ela divertida. - Jonathan falou, enquanto me olhava colocando uma calcinha de algodão rosa.
- Você acha ela bonita? - Perguntei sem olhar para o meu marido.
- Você está com ciúmes? - Ele perguntou ainda me olhando.
- É apenas uma pergunta, você achou ela bonita? - Perguntei novamente.
- Vida, você sabe que a garota não é feia. - Meu marido respondeu, tentando entender onde eu queria chegar.
- Você ficaria com ela? - Perguntei, vestindo uma camisola de cetim vinho.
- Nina, eu te amo. Mudando de assunto, eu fiquei meio chateado com essa coisa de pessoas tão legais como a Tessa só poderem entrar na faculdade se for na federal por não terem dinheiro para pagar uma particular, e tantas outras coisas que acontecem. Acho que se nós fizermos um pouquinho que seja, podemos melhorar a vida de algumas pessoas. Vou conversar com os outros donos da clínica e ver se conseguimos fazer um cadastro e atender nem que seja 10 pessoas carentes por semana. Na nossa clínica tem clínico geral, ginecologia, dentista... É pouco, mas para quem for atendido vai ser bem gratificante. Eu sei que isso não tem nada a ver com universidades. Gostei de você ter chamado a Tessa para o haras. Marcos já havia falado que Carola não vai, pois sua mãe não pode ficar com Ramon, e você já sabe o que ela pensa sobre babás; Marco tem que ir de qualquer jeito, pois ele é o contador da clínica, Rodrigo disse que Carla vai, o que é bom, pois você não fica sozinha se ela decidir não ir de última hora, como fez da última vez. Me sinto muito mal quando tenho que conversar com os empresários sobre negócios e você fica sozinha, mas prometo que vou dar um jeito para nos divertirmos depois do almoço.
- Promessa é dívida. - Falei enquanto pegava um hidratante e passava em minhas pernas. - Sabe, eu gosto da vibe da Tessa, ela é tão solar. Acho que estamos precisando de uma pessoa perto de nós. Sem falar que estamos tanto tempo com os meus amigos que um dia Carla falou que, se um dia quiséssemos fazer a três, ela se sacrificaria pela causa, e eu nem estranhei ouvir uma coisa dessa dela.
- Já eu fiquei bastante surpreso ao saber que Rodrigo e Carla vão a uma casa de swing. - Meu marido falou, se cobrindo com uma manta bem quentinha.
- Sério? - Fingi  não saber. - Sabe Jon, estou pensando em ensinar inglês para a Tessa, se ela quiser. Se ela se sair bem, posso treiná-la e contratá-la em alguma das minhas lojas, ela é carismática. Se conseguir ser um pouco mais contida, será uma ótima vendedora. O salário na loja é maior do que o da hamburgueria e a comissão sempre ajuda.
- Ótima ideia. - Meu marido falou, bocejando.