35- desentendimento

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O café da manhã tinha gosto de climão  . Nina comia a torradas e tomava suco de laranja sem se quer olhar na minha cara. Eu também   tomei meu iogurte natural com granola em silêncio, mas  parece que Tatá silêncio não agradou  o Jon. 

-O que está acontecendo ? - Meu marido perguntou sério.

- Nada respondemos em coro. 

- Em um velório há mais conversa  do  que nesse café da manhã. - Jon falou tomando café . 

- Dormiu bem amor ? - Perguntei olhando para Nina , lembrando que a loira  havia dito de madrugada que havia dano sonífero para Jon.

- Sim , Tess dormi bem , o ruim é que ainda estou com sono e tenho uma reunião com  Rodrigo e com Juliano. - Meu namorado  falou bocejando. - E como foi a  balada? 

- Muito gente bêbada falando coisas que com certeza irão se arrepender depois, sabe como é , tem gente que não tem limites e acaba bebendo o juízo. - Falei olhando para Nina que olhava para a torrada. 

- Espero que tenha se divertido pelo menos, está se sentindo bem? Não pode ficar bebendo o mundo , nem ficar sem comer por muito tempo, lembre-se  que agora você tem diabetes;  com licença. - Meu namorado falou se levantado da mesa e  vindo até a mim e  selando meu lábios e quando foi fazer o mesmo com Nina  a loira   deu lhe um beijo de língua mais demorado parecendo  querer mostrar quem manda .  

Assim que Jon saiu Nina começou: 

-Tess ... Desculpe-me ... eu estava bêbada e acabei falando o que não devia.

- Um dia uma prima minha chamada Rafaela quebrou todo o carro do marido quando descobriu uma traição , o advogado disse a ela que não poderia alegar está bêbada esperando que amenizasse as coisas pois tem muita gente que bebe para ter coragem de fazer as coisas. A boca fala o que o coração está cheio e acho que   você apenas vomitou uma verdade que eu não queria ver. Não sabia que estava pagando minhas despesas  com sexo , eu realmente achava que estava aqui por que vocês queriam assim, porque gostavam de mim .

- E queremos ... E gostamos, Tessa eu não sei nem o que falar.  - Nina folou  encarando o patê de atum evitando me olhar nos meus olhos. 

- Então não fala . - Falei  indo até  a varanda e pegando  meu skate , e saindo portão a fora. 

O dia estava agradável, nem tanto para o sol nem tanto para chuva . Eu estava usando um vestido que era quase uma bata azul  cinco dedos acima dos joelhos, com um short jeans por baixo e tênis All star de cano alto da mesma cor . Meu cabelo estava preso em uma trança embutida que voava com o vento devido a velocidade do skate na ciclovia do calçadão. 

No início estava sem rumo , andando a esmo  enquanto ouvia rock nacional no  fone, passou pela minha cabeça ir visitar minha avó , mas lembrei que todo o resto das pessoas que moram naquela casa me odeiam . Acho que deveriam é me agradecer , são quatro pessoas a menos  naquela casa.   Após parar em um  quiosque para tomar uma água  , tive a ideia de fazer uma visita a meus  colegas da faculdade que moravam em Jardim da Penha e quando cheguei na  república mista que os irmãos gêmeos Vítor e Vitória moravam com mais  seis pessoas , tive a impressão que a Calourada tinha sido transferida para lá , de tantas pessoas que haviam naquele lugar. 

Logo que cheguei  na sala , antes mesmo de um bom dia esbarrei em Vítor que passava um boné  vermelho entre as pessoas que ali estavam pedindo contribuição para comprar mais bebidas. 

Deveria ter tranquilo de 35 a 40 pessoas na sala , que ouviam música dos anos 80  enquanto conversavam . 

Coloquei cinquenta reais em cima  das notas de dez que haviam no boné do Vítor chamando atenção do meu colega de turma. 

Casamento perfeito.  (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora