Casamento perfeito. (+18)

Prólogo

Existe realmente um casamento perfeito?

Se alguém me fizesse essa pergunta até o final da cerimônia de renovação dos nossos votos, eu responderia afirmativamente. Como poderia eu dizer o contrário? Casei-me com meu primeiro amor, uma paixão que perdurou desde os meus 15 anos. Noivamos aos 18 anos e nossa relação resistiu até mesmo quando Jon partiu para a faculdade, enquanto eu escolhi seguir um curso de design de joias nos Estados Unidos.

Nossa união ocorreu aos 20 anos, apesar dos conselhos familiares que sugeriam esperarmos um pouco mais. Sempre fui uma pessoa sensata e nunca permiti que ciúmes tomassem conta de mim, mesmo quando Jonathan optou por se tornar ginecologista. Afinal, na minha mente, não havia razões para tal.

Hoje estamos aqui, neste belo local, com árvores, flores, um lago e um espetacular pôr do sol, junto de todos os nossos amigos, renovando nossos votos, algo que prometemos fazer a cada cinco anos. Contudo, foi nesse dia que, com a ajuda da minha melhor amiga Carla, descobri que meu casamento não era tão perfeito quanto imaginava.

Segundo Carla, fazer amor apenas uma vez por semana não condiz com um casal apaixonado, e cabe a mim tomar medidas para salvar o meu casamento antes que ele siga um caminho descendente. Após as palavras de minha amiga, essa pergunta não saiu da minha mente:

"Até que ponto se deve ir para salvar um casamento?"

Tudo começou quando uma das minhas amigas, chamada Carola, elogiou o meu casamento, dizendo que ele era perfeito. Carla, por sua vez, assegurou categoricamente que não existe casamento perfeito.

-Você casou com seu primeiro amor, o patinho feio que você casou se transformou em um belo cisne, seu marido não esquece nenhuma data importante e aparece com buquês de flores do nada, vocês viajam para destinos maravilhosos em todas as férias, tendo uma segunda lua de mel. No entanto, aposto que, se conversarmos por vinte minutos, conseguirei encontrar algum problema em seu casamento, porque não há casamento perfeito", disse Carla, observando nossos maridos rindo enquanto tomavam um uísque.

Carola rebateu, dizendo que Carla estava apenas com ciúmes, lembrando que Carla havia gostado de Jonathan quando tinha 14 anos.

-Ah, é mesmo? Quando foi a última vez que você fez amor?" Carla perguntou, meio alegre devido à mistura de bebidas.

-Deve fazer uns vinte e cinco dias, um mês, talvez... A verdade é que Marco, ultimamente, engordou muito e quase não fica em casa ou está no trabalho ou na igreja, seja às terças, quintas, domingos, no Natal, na virada do ano... Não tenho paciência para fazer companhia a ele, e isso tem causado mais discussões do que eu gostaria, Carola respondeu.

Ver o casamento de Carola chegar a esse ponto era realmente doloroso. Lembro-me quando eles namoravam, eram um casal adorável. Carola tinha ciúmes porque Marco era um homem negro incrivelmente bonito, esportista e carinhoso. No entanto, após começar a trabalhar na empresa contábil do pai, ele deixou o esporte de lado, e Carola também negligenciou sua aparência após dar à luz Ramon, que agora tinha quatro anos. Carola já não era modelo e deixou de fazer parte de sua diversão como passista na escola de samba , coisa que fazia desde os 15 anos. Agora, dedicava-se integralmente ao filho.

-Eu já pensei em me separar de Rodrigo, estava insuportável. Cheguei a traí-lo, inclusive com o entregador de pizza, e sei que ele fazia o mesmo, revelou Carla.

-Com o entregador de pizza? Nunca imaginei que Rodrigo gostasse desse tipo de coisa, Carola disse, nos fazendo rir.

-Ele não me traiu com o entregador de pizza, mas com sua secretária. Graças a essas traições, começamos a frequentar uma casa de swing uma vez por mês. Lá, ele fica com quem deseja, e eu faço o mesmo, e está tudo bem, pois ninguém está enganando ninguém. Nossas discussões diminuíram, e nossos encontros íntimos passaram de duas vezes por mês para três vezes por semana. E você, Nina? Quantas vezes faz amor por mês?" Carla perguntou enquanto pegava uma taça do garçom.