– Você não deveria ter acordado as patroas, homem teimoso. – Rosália disse negando com a cabeça.
– Ele fez certo em nos avisar. Se o doutor dissesse que você precisava ir ao hospital eu precisaria mandar alguém preparar a carroceria para levá-la. – Rafaella disse. Gizelly apenas assentiu, estava abraçando sua esposa por trás, com a cabeça apoiada em seu ombro.
– Mandei levar seu sangue para análise e, por se tratar de alguém daqui da casa principal, em algumas horas já saberemos o que houve, mas aparentemente foi algum estresse que sofreu. Dores no peito não são um bom sinal. – O doutor Harding disse.
– Eu estou bem. – Rosália disse. – Me levantei apenas para tomar um copo de água e me senti mal, mas foi algo passageiro.
– Se você não tivesse caído na frente de meu quarto eu não teria ouvido. – Jerry disse, acariciando o braço da mulher.
– Enquanto isso precisa de repouso. São algumas horas só até termos o resultado, mas mesmo assim. É sempre bom prevenir.
– Ótimo. Então já podem voltar a dormir. Eu ficarei bem. – Rosália disse, mas ninguém se moveu. – Ouviram o homem. Preciso descansar. – Falou firme, elevando a voz e todos riram, assentindo.
– Não pretendo sair daqui. – Rafaella disse se desvencilhando de Gizelly, se aproximou e segurando a mão da mulher. Rosália lhe olhou com ternura.
– Oh, minha menina. – Disse enquanto uma de suas mãos seguravam o rosto de Rafaella. – Sempre tão preocupada. – Sorriu. – Mas eu ficarei bem, foi só um susto, não se preocupe. No momento eu só preciso que me faça um favor.
– Qualquer um.
– Volte para seu quarto, para o aconchego de sua esposa. Pela manhã nos vemos. – Rafaella a olhou e entortou a boca, fazendo Rosália rir alto. – Não seja desobediente.
– Tudo bem. – Se rendeu. – Volto logo pela manhã ou assim que o doutor tiver os resultados. – Rafaella disse dando um beijo na testa de Rosália. – Se cuida. – Acariciou a mão da mulher uma última vez.
O doutor saiu, junto com os outros empregados.
– Boa noite, meninas! – Rosália disse e Rafaella segurou os dedos de sua esposa.
– Vai na frente, quero trocar uma palavrinha com Rosália antes. Já te alcanço. – Gizelly disse e Rafaella assentiu, se inclinando e fazendo Gizelly segurar seu rosto enquanto suas bocas se encontravam em um terno encostar de lábios.
– Boa noite, Rosália. – Rafaella disse, saindo do quarto logo em seguida. Gizelly caminhou até a beira da cama da mulher, que sorria.
– Você é mais esperta do que pensei, criança. – Ela disse e Gizelly sorriu compreensiva. – Como descobriu?
– Bem, primeiro desconfiei porque sempre que Rafaella menciona a mãe dela você fica pálida. Segundo porque você a olha de uma forma única. Terceiro porque comecei a reparar bem e os olhos são os mesmos, alguns traços também, não precisa ser muito gênio para descobrir depois de se estar desconfiada e, bem, por último... você esqueceu de fechar a caixa de lembranças dela, que está em cima de sua cômoda. – Disse apontando para a cômoda marrom escura do lugar. Rosália arregalou os olhos e Gizelly logo segurou sua mão. – Ela não reparou, não se preocupe.
– Sou uma covarde. – A mulher disse segurando as lágrimas.
– Por que nunca a contou? Por que diz se chamar Rosália quando na verdade se chama Genilda?
– O pai dela aceitou me deixar perto de Rafaella depois de tanto que insisti, mas somente sob essas condições.
– Mas depois que ele se foi...
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Over the Rainbow (Girafa)
FanfictionOver the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Gizelly, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Talles Gripp, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Márcia, deseja que a filha co...