Capítulo 29

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– Desculpa a demora, Gi. – Rafaella sussurrou ao deitar-se na cama ao lado de Gizelly. Já havia tomado seu banho e estava exausta. Ao chegar do trabalho se deparou com Gizelly dormindo serenamente e entendeu absolutamente, afinal chegara quase uma hora da manhã em casa. Aplicou um beijo no rosto de sua esposa e se reclinou na cama.

– Desculpo. – A voz baixinha de Gizelly assustou Rafaella, que achava que ela estava dormindo.

– Desculpa ter te acordado. – Rafaella pediu, surpresa.

– Não dormi nem meia hora e que bom que acordei, preciso passar sua pomada. – Disse com a voz rouca.

– Não precisa, está cansada e eu também. Amanhã eu faço isso. – Disse em tom cansado.

– Não, senhora! Quero que essas marcas saiam logo. – Impôs, se levantando desajeitadamente e pegando o tubo já conhecido por ambas. – Seu ombro está melhor?

– Já não dói quase nada. Foi só de raspão, vai cicatrizar rápido. – Disse enquanto desatava o laço do seu robe preto, abrindo o mesmo e retirando de seu corpo.

– Se já sabe o procedimento... – Gizelly começou, fitando paralisada o abdômen e os seios completamente expostos de Rafaella. – Por que não se vira de uma vez?

– Vou ter que virar depois de frente de qualquer jeito... – Rafaella disse sorrindo cinicamente. – Por que já não começa na frente hoje? – Gizelly suspirou e assentiu, engolindo em seco ao ver a minúscula calcinha de renda preta que Rafaella usava.

Sentou-se na beira da cama e levou a pomada gelada aos seus dedos, começando a fazer os movimentos circulares nos hematomas de Rafaella, hoje menos arroxeados que no dia anterior.

– Estão muito melhores hoje. – Gizelly disse analisando as marcas no corpo da garota e Rafaella assentiu.

– Já não doem também. – Alegou.

– Isso é bom. – Respondeu contente pelo resultado da pomada estar surtindo efeito. – Por que chegou tão tarde? – Não era ciúmes ou cobrança em sua voz e sim curiosidade.

– Quiseram mudar nossa estratégia diante da guerra e aceitei. Tivemos que refazer todo o plano de cada compartimento. Infantaria, cavalaria, artilharia...

– Nossa, parece cansativo. – Falou sorrindo ligeiramente. – Senti sua falta quando fui treinar na corda hoje.

– Treinou hoje? – Rafaella perguntou surpresa.

– Sim. Depois de ter ajudado Rosália na cozinha. Ah! Espero que não se importe de que eu tenha montado em um de seus cavalos hoje.

– Nossos cavalos. – Corrigiu, levando uma mão à sua boca, bocejando logo em seguida.

– Certo. – Gizelly disse. Se sentia intimidada com o olhar de Rafaella fixo nela. Duvidava que algum dia se acostumaria com isso. – Por que me olha assim?

– Assim como? – Rafaella perguntou arqueando uma sobrancelha.

– Como se só existisse eu no mundo. -- Falou ruborizando.

– Você é linda demais para eu desperdiçar a vista e, bem, tecnicamente no meu mundo só existe você.

– Não seja tola! – Censurou envergonhada. – Existe Bianca, Juliette... Jenna. – Disse mordendo a parte interna de sua bochecha para não parecer enciumada.

– Oh, sim. Principalmente Jenna. – Rafaella recebeu um olhar tão, mas tão mortal que se arrependeu instantaneamente pela brincadeira que fez. – Estou brincando, Titchela.

Over the Rainbow (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora