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Após vários minutos sozinha no banheiro, Juliette chegou para ajudar Rafaella a retirar sua roupa. Gizelly escutava alguns resmungos de dor vindos do banheiro e queria loucamente entrar lá, mas sabia que Rafaella não a permitiria ajudar em nada. Depois do que havia parecido uma eternidade para Gizelly, Juliette foi para seu respectivo quarto e Rafaella foi para sua cama. Gizelly já estava deitada, mas não dormiria sem tentar novamente falar com Rafaella.
Puxou a coberta para facilitar o trabalho de sua esposa e a mesma apenas lhe olhou, se sentando na cama vagarosamente, para então se acomodar deitada.
– Tem pomada em nossa cômoda, quer que eu passe nos hematomas? – Gizelly perguntou com cautela.
– Vou chamar a Ju de n...
– Você não vai chamar ninguém! – Gizelly decretou. – Eu estou aqui e posso passar. Eu sou sua esposa e não ela, droga. – Reclamou bufando. Rafaella a encarava sem dizer nada. – Me deixa te ajudar.
A mais velha se virou para o outro lado sem dizer nada e então Gizelly decidiu se levantar, trancar a porta e pegar a pomada.
– Eu sei que você pode estar me odiando agora, mas acredite que quando digo que não é por pena que quero te ajudar eu estou falando a verdade. – Disse se sentando na cama e erguendo a mão cautelosamente até o primeiro dos botões da camisa de Rafaella. Ela odiava dormir com camisa de botão, mas, para não ficar erguendo o braço para retirar a camisa cada vez que iria trocar de roupa e não piorar suas dores, optou por uma camisa assim.
Gizelly sentiu a mão de Rafaella segurar delicadamente seu pulso e suspirou, ainda não desistindo.
– Pense que a pomada vai ajudar nos hematomas. Você me disse que ama o seu trabalho, me deixe te ajudar a voltar para ele. – Sentiu os dedos de Rafaella irem se afrouxando do aperto e entendeu como um sim. Começou a desabotoar todos os botões da camisa de sua esposa e, conforme a camisa ia revelando sua pele bronzeada, Gizelly teve que manter seus pensamentos em linha reta.
– Você poderia me... ajudar a deitar de bruços? – Rafaella pediu meio contrariada. – Eu estou sem sutiã e não quero que você vomite em cima de mim. – Gizelly entortou a boca ao ouvir aquilo, mas ignorou, ajudando a garota a se virar e, assim que o fez, Gizelly respirou fundo e deslizou a camisa de sua esposa de seus ombros lentamente, não querendo causar mais dor para ela, a colocando em um canto qualquer.
Pegou o tubo de pomada e colocou um pouco em seus dedos, começando a traçar círculos em cima dos hematomas de Rafaella. Não pôde evitar reparar no quão macia sua pele era; os traços femininos; a pele bronzeada; as curvas; os cabelos jogados para o lado; tudo contribuía para a visão ser totalmente sexy.
– A-ai. – Rafaella gemeu baixinho quando Gizelly aplicou pressão demais em uma das marcas roxas. Ela havia se distraído com a visão.
Passou vagarosamente o dorso de sua mão em uma carícia de baixo para cima e desceu seu dedo indicador na curva da espinha da mais velha, em um ato que fez com que Rafaella se arrepiasse inteira.
– Gizelly... – Rafaella alertou e Gizelly mordeu seu lábio inferior.
– Desculpe. – Pediu baixinho, voltando a passar a pomada nos lugares arroxeados. Assim que terminou se curvou, tentando parar seu próprio corpo, mas não conseguiu, por isso acabou aplicando um leve beijo na nuca de sua esposa. – Vire-se. Preciso passar na frente. – Sussurrou e Rafaella engoliu em seco ao sentir os lábios de sua esposa contra sua pele, e depois o sussurro lento fazendo Rafaella ser capaz de sentir a respiração de Gizelly esbarrando no pé de seu ouvido. Se virou lentamente com a ajuda dela para não tocar ombro machucado no colchão.
Gizelly paralisou ao ver os seios rosados e enrijecidos de Rafaella. Se não estava frio, por que seus seios estariam daquele jeito?
Passou mais pomada em seus dedos, desviando os olhos dos seios de sua esposa e começou a fazer os mesmos movimentos circulares nos hematomas da barriga e costela.
– Juliette já limpou a ferida, então não precisa... – Rafaella esclareceu e Gizelly logo entendeu, assentindo, tensa demais para dizer algo. Ela estava desejando beijar aquela pele, aqueles seios, o que estava dando nela?
Respirou fundo e retirou o short de Rafaella, fazendo os mesmos movimentos nos hematomas de suas pernas. Ao voltar a ficar na altura dos olhos de Rafaella aplicou mais pomada em seus dedos e começou a acariciar lentamente seu rosto.
– Deus... te machucaram feio. – Gizelly disse tristemente. – Eu odeio te ver assim.
– Terminou? – Rafaella perguntou desviando seu olhar de Gizelly.
– Sim. – Gizelly disse vendo a pomada sumir por entre os poros do rosto de Rafaella. – Amanhã vai estar bem melhor.
– Obrigada. – Rafaella disse tentando se abaixar para pegar sua camisa, mas Gizelly a impediu.
– Não precisa se vestir, eu tranquei a porta. – Gizelly disse em um tom brando. – Deve ser horrível colocar roupa com esse monte de machucados.
– Tem certeza? – Rafaella perguntou e Gizelly assentiu, se inclinando e deixando um beijo no pescoço de Rafaella, um dos únicos lugares onde não havia machucados.
– Boa noite, Rafa – E se virou para o outro lado. Não seria capaz de dormir vendo Rafaella seminua do seu lado. Na verdade, ela não sabia se seria capaz de dormir sabendo que Rafaella estava naqueles trajes na mesma cama que ela.
Mordeu o lábio inferior tentando tirar a imagem dos seios rosados e rígidos de Rafaella a centímetros de sua boca. Pareciam realmente deliciosos de se provar apesar de nunca ter feito nada do tipo.
E foi no meio da madrugada quando acordou percebendo estar dormindo de conchinha com Rafaella. Seu braço direito abraçava possessivamente a cintura da maior. Se inclinou, analisando o rosto de sua esposa. "Tão linda mesmo com todos esses machucados." Pensou.
Desceu seus olhos para o corpo da mulher, vendo que Rafaella estava ainda seminua, e não resistiu em aplicar um beijo no ombro bom dela, para depois subir uma pequena trilha de beijos castos até a curva do pescoço da maior. Sua mão coçou para subir um pouco mais e segurar aqueles seios, mas seria errado fazer isso enquanto Rafaella dormia.
Inalou o cheiro da pele de Rafaella e apertou forte os olhos, se contendo de fazer alguma besteira, para logo deitar de novo na cama.
– O que está fazendo comigo, garota? – Sussurrou baixo antes de colar seu corpo no de Rafaella novamente, devagar suficiente para não acordar sua esposa e tampouco machucá-la mais.
Caiu no sono logo, no aconchego do calor do corpo de Rafaella colado no seu, só não sabia que Rafaella estivera acordada todo esse tempo. Não pôde dormir devido às dores e presenciou toda a cena, dando graças aos céus por Gizelly não ter percebido sua pele toda arrepiada perante seu toque.
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Olá :)
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Over the Rainbow (Girafa)
أدب الهواةOver the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Gizelly, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Talles Gripp, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Márcia, deseja que a filha co...