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– Você está bem, criança? – Genilda perguntou ao ver Gizelly colocar sal no leite ao invés de açúcar.
– Ótima. Por quê? – Gizelly perguntou sorrindo fraco para Genilda.
– Bem, não acho que eu já tenha provado leite salgado na vida. – Genilda disse apontando para o copo e Gizelly fechou os olhos caindo em percepção.
– Sinto muito. Eu vou...
– Deixa que eu jogo fora esse e preparo outro para você. – Genilda disse de maneira serena. Gizelly enrijeceu os músculos ao ver Talles passar no final do corredor.
– O-obrigada, Genilda – Ela disse. – Mas acho que eu dispenso o leite. Tenho algo...Que fazer. Obrigada de novo. – Gizelly disse se levantando. Genilda acompanhou com os olhos o movimento da garota. Algo não estava bem, qualquer um diria isso.
– Será que é problemas com Rafaella? – Jenna perguntou ao ver o estado caótico que a mente de Gizelly parecia estar.
– Já pensou em comer chumbinho? – Genilda perguntou e Jenna riu.
– O que será que está atormentando ela esses dias? Ela anda estranha. – Jenna falou evidentemente curiosa. Genilda apenas suspirou.
– Oh, criança, Gizelly é uma moça maravilhosa, mas sinto que está passando por algum conflito interno.
– Não precisa ser muito gênio para se perceber. – Jenna disse olhando para os lados e, ao ver que mais ninguém estava, se levantou e começou a ajudar Genilda. – Provavelmente descobriu que uma unha quebrou. – Genilda riu e negou com a cabeça.
– Por que se finge de má diante dos outros?
– Não preciso fingir. Herdei de minha mãe. – A menina disse, começando a lavar a louça.
– Gizelly ama Rafaella, deveria dar a ela uma chance de...
– Ela nem a conhecia quando se casou. Não se pode amar alguém em tão pouco tempo.
– Você se surpreenderia com o poder do amor.
– No máximo uma paixão avassaladora, mas amor? Duvido muito.
– Então acha que seu amor é mais real do que o dela? -- A mulher perguntou.
– Já não importa mais, de qualquer jeito. – Jenna falou suspirando. – E não conte a ninguém que estou...
– Me ajudando? Oh, criança. Você me ajuda desde nova, por que eu diria agora?
– Tem razão. – Jenna falou rindo. -- E qual é a do bonitão?
– Peter?
– Sim.
– Parece ser competente.
– Mais do que papai era? – Perguntou arqueando uma sobrancelha.
– Seu pai ainda é competente, só se aposentou. – Respondeu Genilda.
– Enfim, não se esqueça de que amanhã teremos comemoração de cem anos da cidade.
– Como iria me esquecer? Eu que cozinho. – Falou rindo.
– E algo me diz que essa festa vai prometer. – Disse sorrindo triunfante, lembrando-se da reação de Gizelly ao ver Talles passar por ali.
[...]
– Talles? – Gizelly chamou baixo o rapaz, que levantou o olhar das planilhas e a encarou. Era final de tarde e ele achou que Gizelly não iria lhe procurar mais, mas sorriu ao ver que se enganou. – Posso entrar?
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Over the Rainbow (Girafa)
FanfictionOver the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Gizelly, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Talles Gripp, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Márcia, deseja que a filha co...