Capítulo 9

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– Vista algo atraente, querida. Rafaella volta hoje, de acordo com Juliette, e não quero que ela desista do casamento. – Gizelly sorriu internamente pensando na hipótese, mas logo lembrou que se não casasse com Rafaella seria com outra pessoa.

Dois dias haviam se passado desde que Rafaella partira e Gizelly nunca se viu tão feliz depois que soube que seu ex-namorado a enganava. Não que ela tivesse repulsa ou algo assim por Rafaella, ela apenas não conseguia encarar o fato de que se casariam. Teria passado dias conversando com a moça do rio, mas não suportava dez minutos ao lado de sua noiva. Eram a mesma pessoa, mas na primeira delas não havia o peso de um casamento.

– Você sabe que após o casamento terão que se mudar, não é? – Gizelly perguntou. – Só está aqui para confirmar de que Rafaella não fará nada comigo antes do casamento, mas pelas tradições vocês não deveriam morar conosco. – Márcia a olhou séria.

– A casa é enorme... mas eu sei. Vou pedir à Rafaella para comprar uma casa aqui pela cidade para mim.

– Rafaella não é seu banco. – Gizelly alegou irritada.

– Que bom que pensa assim, pelo menos sorrirá quando te parabenizarem pelo casamento, assim mostra não ser por interesse.

– Por que fazem isso? Só nos povoados as moças têm idade para casar. Aqui a maioria é livre para decidir com quem e quando se casar.

– Estamos fazendo isso pelo seu bem, filha.

– Meu bem? Eu só aceitei essa droga de casamento porque poderia ser algum tarado, grosso, bruto e nojento. Se você não me ameaçasse eu não teria aceitado me casar com Rafaella. Eu não a amo!

– Ela te proporcionará uma vida de rainha. Depois que essa sua fase de sonhadora apaixonada acabar e você amadurecer você me agradecerá pelo que estou fazendo. – Gizelly bufou.

– Onde está papai? – Decidiu mudar de assunto para não se irritar mais.

– Com o antigo administrador.

– Jerry?

– Sim. Eles parecem ter assuntos intermináveis. – A mulher disse rindo satisfeita.

– Gi? – A voz de Juliette preencheu o grande salão.

– Eu vou passear no jardim para que fiquem à vontade. Com licença. – Márcia disse antes de se retirar.

– Rosália fez uns biscoitos deliciosos e roubei alguns para nós. – Ela disse revelando a caixinha de biscoitos em suas mãos. A risadinha de Gizelly foi adorável.

– Você é maluca. Senta aqui, quero provar. – Falou animada.

Nesses dois dias de ausência de Rafaella, Juliette e Gizelly ficaram bem próximas, pois passavam o dia conversando e rindo de coisas aleatórias. Gizelly se sentia bem à vontade com a baixinha e sentia que podia confiar nela.

– Hey, não coma tudo. Trouxe para nós duas. – Juliette reclamou, vendo Gizelly devorar os biscoitos.

– Desculpe. – Disse com a boca cheia, usando sua mão direita tampar a boca. Terminou de comer e continuou. – Eu sou viciada por qualquer coisa doce.

– Rafaella também. Se matarão para ver quem fica com os doces então. – Disse e Gizelly parou de sorrir na hora. O simples escutar do nome de sua noiva a trazia a sua realidade. – Não deveria ficar tão chateada por se casar com ela. Ela é maravilhosa e te tratará como uma rainha.

– Já me disseram isso, mas... – Suspirou. – Eu não a amo.

– Gi... – Juliette foi interrompida pelo barulho de algo se quebrando. – Acho que Rafa chegou.

Over the Rainbow (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora