Capítulo 18

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Bianca jogava a bola para Rafaella, quem a agarrou com êxito e se esquivou de Luísa para acertar a bola na cesta, gerando assim a vitória.

– Não vale, sou baixa para esse jogo. – Juliette – protestou, irritada.

– Admita, Ju, perdemos de novo porque somos ruins. – Luísa falou rindo, enquanto Bianca e Rafaella faziam uma estúpida dancinha em comemoração.

Já haviam almoçado e foram desfrutar da linda tarde após uma hora de descanso para a digestão. Gizelly se encontrava no momento com os braços cruzados, enquanto assistia Jenna correr para os braços de Rafaella e a abraçar. Ela não cansava?

– Oferecida! – Resmungou baixinho, mas foi a risada escandalosa de Manu que a fez se lembrar que não estava sozinha.

– Não acredito, Gizelly! – Ela disse rindo. Estavam sentadas na arquibancada do campo que havia dentro do forte da cidade.

– Eu também não. Não cansa de passar vergonha. – Falou, vendo Rafaella, educadamente, se esquivar dos braços compridos da loira.

– Eu me referia a você morta de ciúmes. – Gizelly arqueou uma sobrancelha e se virou bruscamente para sua amiga.

– Não é ciúmes!

– Ah não? Então o que seria? – Perguntou. Gizelly havia contado para a amiga que não se casara com Rafaella por amor, que sua mãe lhe havia obrigado, omitindo a parte onde tudo acabou sendo mais fácil devido às mentiras de Talles. Contou também que não haviam consumado o casamento, que não eram mais do que amigas.

– Ela deveria ser menos idiota. Rafaella é casada, ora! – Falou, vendo Jennifer segurar na mão de sua esposa. – Casada comigo. O que pensariam de mim se Jenna começasse a agir assim sempre?

– Oh, então é por sua imagem. Não quer aparentar que está sendo traída. – Constatou.

– Até porque não estou.

– Até porque nem contaria como traição, já que você não se interessa por ela, certo? Não te incomodaria se Rafaella aparecesse aos beijos com outra pessoa, não é? – Gizelly entortou a boca e tentou imaginar Rafa beijando alguém.

– Não acho que eu gostaria de ver isso. – Confessou.

– Já pensou na possibilidade...

– Não. Ainda penso em Talles às vezes. – Disse rápida.

– Eu não sei o que houve entre vocês dois... – Manu começou, cautelosa. – Mas eu não acho que você o ame ou amava, sei lá.

– Perdão? – Gizelly perguntou incrédula.

– Digo no sentido de amor mesmo. Não quis dizer que não tenha se sentido atraída ou encantada.

– Eu realmente não quero falar de Talles. – Falou. Seus olhos se perderam na imagem de Rafaella sorrindo genuinamente para Bianca. Conversavam de algo entretidas e Rafaella tinha alguns fios de cabelos colados no rosto. Com a mão direita retirou os fios dos cabelos de seu rosto e se abanou em busca de tentar se refrescar. Suas bochechas estavam levemente coradas por causa que estava correndo um minuto atrás e havia uma pequena marca de suor em sua camisa, na parte de trás.

Sentiu-se quase desfalecer quando Rafaella procurou por alguns segundos os seus olhos, até que por fim os encontrou, fazendo seu sorriso se abrir. Gizelly, inconscientemente, mordeu seu lábio inferior ao ver Rafaella piscar em sua direção, antes de voltar a falar animadamente com as meninas.

– Você, quieta! – Ordenou ao ver o sorrisinho de Manu. – Não é porque não a amo que eu seja cega, tudo bem?

– Eu concordo. – Manu falou se apoiando em suas mãos, que estavam um pouco para trás de seu corpo. – Ela é linda pra caramba.

– Deveria ver quando ela acorda. Parece de outro mundo. -- Gizelly disse quase em um suspiro.

– Quem me dera casar com alguém com aquela beleza. Já estaria nos braços da pessoa há tempos.

– Não fale bobagens! – Falou vendo Rafaella caminhar na direção delas enquanto as outras permaneciam em seu debate. – Ela está vindo. Não ouse...

– Rafa! – Manu gritou animada. – Gizelly estava aqui me contando o quão linda você fica quando acorda. – Gizelly arregalou os olhos e enrubesceu violentamente. Só queria enfiar sua cabeça em algum buraco para não precisar olhar para Rafaella após aquele infeliz comentário.

– É porque ela não se vê quando acorda. – A moça disse sorrindo gentil. Gizelly congelou ao ver Rafaella se inclinar em sua direção, mas para seu alívio – ou não – Rafaella apenas pegou quatro garrafinhas de água que estavam na bolsa ao lado dela. "A bolsa, claro." Pensou Gizelly. – Mais alguém quer água? – Perguntou para ambas e elas negaram.

Ter Rafaella de longe, suada e piscando para Gizelly poderia ser tentador, mas ter Rafaella em pé em sua frente com o short coladinho e a camisa preta grudada em seu corpo, exibindo as maravilhosas curvas devido ao suor era sufocante.

– Gizelly, está bem? – Rafaella perguntou vendo a garota quase pálida em sua frente. Deixou as três garrafas sobre a arquibancada ao lado de Gizelly e a quarta garrafa ela abriu. Ver Rafaella girando a tampinha e pender a cabeça para trás enquanto bebia o líquido era quase um insulto para quem não podia tocar... Mas esse era o problema: Gizelly podia.

Ela não sabia dizer se era o sol ardente que tocava a pele que a deixou com calor ou a proximidade das coxas descobertas de Rafaella de seu rosto.

– Eu... estou. – Disse e logo virou a cabeça na direção de Bianca assim que a mesma gritou para Rafaella. No momento em que Rafaella a olhou, a menina fez uma dança sensual, porém rápida, riu e gritou: "Elas querem revanche."

Gizelly entrou em uma espécie de frenesi no momento em que Rafaella levou uma das mãos ao joelho e requebrou as cadeiras exatamente como Bianca havia feito, com a diferença que Bianca não havia quase rebolado a bunda dela na cara de Gizelly e Gizelly não tinha desejado que ela o fizesse, igual com Rafaella.

A risada inocente de Rafaella, enquanto erguia a mão para o alto e fazia um sinal de joia para que Bianca entendesse que ela havia aceitado a revanche, fez Gizelly perceber que tudo o que ela viu de sensual e sexy foi apenas uma dancinha idiota dela com Bianca.

– Vou lá jogar, Gi. – Falou rápido e se inclinou, pegando as garrafinhas para levar para suas amigas e selando rapidamente os lábios carnudos de sua esposa.

– É, Titchela... – Manu disse antes de deixar um suspiro longo se esvair de seus pulmões. – Você está perdida. – Gizelly demorou uns segundos para processar o que sua amiga havia dito, mas quando entendeu assentiu, ainda com os olhos fixados no rebolar de Rafaella enquanto se aproximava de Bianca.

– Eu também acho, Manu. – Falou suspirando em resignação. – Eu também acho.

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Não tem hétero que resista a Rafa 🔥

Até a próxima! 😘

Over the Rainbow (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora