Capítulo 51

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Rafaella caminhava despreocupada pelos corredores da enorme casa, tendo entre sua mão direita os dedos de Gizelly entrelaçados aos seus. Era quase como se não precisasse se vingar de ninguém, como se ter Gizelly ao seu lado fosse suficiente. De fato, realmente era, no entanto, Rafaella não podia deixar as coisas como estavam. Se Jenna realmente tivesse feito algo seria justo deixá-la achando que poderia aprontar sempre? Óbvio que não.

Parou em frente ao quartinho localizado ao lado da biblioteca, que era onde Talles estava alojado. Bateu três vezes e não demorou muito para a porta ser aberta. Sobre a cama estava uma pequena mala e o rapaz estava vestido como se estivesse prestes a sair.

– Eu só não fui embora ontem porque eu estava passando mal. – Se justificou. – Até tentei, mas fiquei com medo de passar mal na rua. Sinto muito. – Ele disse, com uma mão apoiada na porta. Seus olhos desviaram para Gizelly e a mais nova pôde ver quase desprezo contido neles.

Rafaella respirou tranquilamente, enquanto adentrou o ambiente sem permissão, Gizelly a seguiu, estranhando o olhar sereno de sua esposa. Bem, isso até Rafaella fechar a porta com força, causando um forte ruído no local.

– O negócio é o seguinte, Gripp... – Rafaella disse- lhe olhando calma. – Vai desmentir na minha cara as merdas que disse ontem, tudo bem? E depois disso vai me dizer por que as inventou. – O homem lhe olhou confuso, antes de desviar o olhar para Gizelly, negando com a cabeça.

– Você realmente a fez acreditar que eu menti, não foi? – O homem perguntou, batendo palmas ironicamente logo em seguida. – Eu não sei o que eu te fiz para estar me magoando desse jeito, Gizelly. Não sei porque disse que me ama e agora está fazendo isso... – Falou sentindo que foi traído. – Só queria saber como era me pau na sua boceta? Era isso? – Gritou. – Responde, sua vadiazinha de merda!

Rafaella respirou fundo e passou a língua pelos lábios antes de estalar o pescoço e empurrar Talles até uma das paredes, apertando a gola de sua camisa com as mãos.

– Me escuta bem, seu pedaço de lixo ambulante... – Rafaella disse rangendo os dentes. – Se voltar a faltar com respeito com Gizelly novamente... – Sentiu Talles tentar atingir seu rosto, mas foi mais rápida e segurou seu punho, o torcendo quase a ponto de quebrá-lo. – Eu não sou a porra da comandante dessa merda toda apenas por ser a herdeira do título. – Rafaella sussurrou irritada.

– Rafa? – Gizelly disse sentindo aflição. Tinha pavor de sangue e, ao que tudo indicava, Rafaella não estava para brincadeira.

– Gizelly, desculpe estar fazendo você ver isso. – Disse se acalmando um pouco, afrouxando o aperto. – Vamos do começo, seu idiota... Por que inventou isso?

– Eu não... Ai, ai,aiii. – Gemeu ao sentir Rafaella dobrar seu pulso com força. – Eu juro, eu juro... Por favor... – Gemeu. Rafaella apertou o maxilar e soltou Talles com força.

– Desgraçado. – Sussurrou, se controlando para não quebrar ele inteiro. Não era agressiva, mas quando o assunto era Gizelly ela perdia o autocontrole. Me conta do começo. – Talles assentiu assustado e olhou para Gizelly.

– Bem... – Ele começou arrumando a gola de sua camisa. – Gizelly me enviou um bilhete...

– Deixa eu ver o bilhete. – Talles assentiu e caminhou até a cômoda, abrindo a primeira gaveta e retirando o mesmo de lá. Se dirigiu à Rafaella e o entregou a ela. Rafaella o olhou séria antes de abrir o papel e respirar aliviada.

– Essa não é a minha letra. – Gizelly Alegou assim que se aproximou de Rafaella.

– É claro que não é. – Rafaella disse. Não que tivesse dúvidas sobre Gizelly, mas ter provas reais de que tudo não passara de um mal-entendido era reconfortante.

Over the Rainbow (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora