Capítulo 39

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Vamos de mini maratona pra comemorar os mimos!! Ela lembrou 🥹

– Sim? – Gizelly respondeu abrindo a porta já vestida. O garoto percorreu os olhos por seus trajes bagunçados, cabelos molhados desgrenhados e parou no sorriso que brincava no rosto de Gizelly.

– Se quiser eu posso matá-la. – Ele disse com o maxilar rígido. – Ela não deveria te obrigar a...

– Cala a boca. – Ela disse abaixando o tom de voz, porém irritada, encostando a porta do quarto. – Ela não me obrigou a nada.

– Onde ela está? – Ele perguntou.

– No banho. – Esclareceu. – Deixa que ela já sabe que tem que ir ao trabalho, obrigada mesmo assim. – Ia entrando no quarto, mas sentiu a mão forte segurar seu pulso. Suspirou e se virou para ele novamente.

– Por favor, Talles. – Sussurrou. – Agora não.

– Gizelly, eu...sinto sua falta. – Disse acariciando com o polegar a mão da garota.

– Nunca mais ameace matar a minha esposa. – disse convicta, lhe olhando apenada. – Eu queria dizer que sinto muito por tudo o que houve, mas não sinto. - Ela disse se soltando do toque do rapaz. – Você é um cara incrível, de bom coração, Talles, mas...

– Gi? – A voz de Rafaella soou dentro do quarto e ela lembrou que a maior iria tomar um banho bem rápido mesmo, afinal só tiraria o cheiro de sexo, já que havia tomado banho nem uma hora atrás.

– Já vou, Amor. – Ela gritou encarando o rapaz. – Me enganaram para eu me casar, não pense que sou desse tipo, mas coisas aconteceram nesse tempo. Agora não posso conversar, te procuro mais tarde. – O homem assentiu contrariado, mas sentiu alívio ao ouvir que Gizelly fora enganada para casar-se. Não havia lhe abandonado a toa, afinal.

– Sim, Senhora. – Voltou para seu papel e ia se retirando, mas viu a porta se abrir atrás de Gizelly.

– Olá, Peter. – O homem queria muito odiá-la, achar algo que o fizesse detestá-la, mas até agora só havia encontrado doçura e gentileza. – Quer tomar café conosco?

– Não obrigado, senhora. Só vim avisá-la sobre seu compromisso.

– Certo. Decerto, Gizelly lhe informou sobre o trabalho dela?

– Oh não, decidi que adoro ficar em casa mesmo. – Gizelly falou prontamente, sentindo-se nervosa por ter ambos em sua frente. Rafaella abraçou-lhe pela cintura e lhe deu um beijo no pescoço.

– Mas amor...

– É sério. Posso ajudar Geni...digo, Rosália na cozinha. – Não sabia se poderia revelar o segredo para todos, então preferiu esconder por enquanto até Rafaella decidir o que fazer. – Adoro cozinhar e, ah! Também posso dar aulas de equitação. Adoro montar a cavalo.

– Tudo bem então, princesa. – Rafaella disse, fazendo Gizelly suspirar aliviada. – Não vou tomar café então, já me atrasei demais, hm? Como algo por lá. Me acompanha até a saída, Peter?

– Claro, senhora.

– Te vejo a noite, Vida. – Rafaella disse se inclinando e selando os lábios de Gizelly. – Eu te amo.

– Também te amo. – Gizelly sussurrou, percebendo o desconforto do homem ali parado.

– Então... – Talles começou, limpando a garganta. – A garota ali parece ser boa no que faz, hm? Aposto que se divertiram por completo. – Talles não era o tipo de homem que se referia assim às mulheres, era um homem correto, mas precisava saber se Gizelly e Rafaella haviam consumado o casamento. Se minutos antes estavam rolando entre os lençóis.

– Jamais lhe dei intimidade para se referir com tamanha falta de respeito à minha mulher, senhor Leroy. Peço que se limite a fazer comentários construtivos, caso contrário, cale a boca, pois não tolero isso. – Rafaella tinha princípios, não era esse tipo de mulher que saía por aí falando da intimidade com a esposa e Talles achou isso digno, apesar de ainda procurar defeito na mulher ali.

– Desculpe, Senhora. Pelo que vejo você a ama muito, hm?

– Sim. Aquela mulher ali significa tudo para mim. – Rafaella disse enquanto caminhavam. – A prometi que lhe faria feliz e trato de tentar cumprir isso todos os dias. – Bem, se Talles fosse perder Gizelly para alguém, pelo menos esse alguém tratava Gizelly bem.

– Admiro isso na senhora. Há pessoas que se casam focando apenas na própria felicidade. Isso não costuma funcionar se você pensa só em si.

– Tem toda a razão. Você namora? Parece ter princípios, rapaz. – Talles trincou o maxilar.

– Namorava, senhora.

– Oh, o que houve?

– Ela me trocou por outra pessoa.

– Sinto muito. – Rafaella disse verdadeiramente. – Espero que um dia encontre alguém que lhe retribua o amor. – Seria cômico se não fosse trágico quão irônico poderia ser a mulher que roubara sua namorada lhe confortando?

– Ela gostava de mim, tenho certeza. – Ele disse se contendo para não soar ríspido. – Acontece que pessoas ricas podem comprar casamentos. – Rafaella lhe fitou seriamente.

– Tem toda a razão. Acho ridículo esse meio de tratar as mulheres como meros objetos. Elas deveriam escolher com quem querem ficar. – Disse despreocupada.

– Infelizmente a mulher pobre não tem direito de escolha. Por exemplo, se sua esposa alegasse ser apaixonada por outra pessoa, a deixaria livre? – Perguntou debochado.

– Já ofereci comprar uma casa para minha esposa e seu ex, dar o divórcio. – Falou. -- Então o que acha? – Talles a olhou surpreso.

– Sua esposa... é apaixonada por outra pessoa? – Rafaella sorriu aliviada.

– Não. Ela negou minha oferta e já disse que me ama, por sorte. – Confessou. – Não sei por que te contei essas coisas, sinto muito. Não gosto de molestar. – Talles se conteve para não chorar e apenas negou com a cabeça.

– Sem problemas, senhora. É bom fazer amizades ao longo da vida.

– Me chame de Rafaella. – Ela pediu, chegando ao seu cavalo, finalmente. – E tem razão. Amizade é essencial. Tenha um bom dia, senhor Leroy.

– Para a senhora também, senhora Bicalho Kalimann

– Já disse para chamar-me de Rafaella. – disse ao montar.

– Então pode me chamar de Peter.

– Certo, Peter. Até logo.

– Até, Rafaella. – Disse, vendo o cavalo se distanciar de sua visão. Propôs assassinar uma mulher boa, que aparentemente amava sua esposa. E o pior, propôs isso a alguém que a amava de volta. Precisava ouvir Gizelly lhe dizer isso. Se Gizelly negasse, ele faria qualquer coisa para tê-la de volta, inclusive matar Rafaella caso dissesse que ela lhe forçara a algo e fugir com sua paixão, mas se Gizelly assumisse amar sua esposa ele deixaria o caminho livre para a felicidade da moça.

Amava Gizelly, mas não se prestaria ao papel de se converter em alguém sombrio por ela. O amor era sobre a liberdade, e se Gizelly amava Rafaella, ele a deixaria livre para voar para onde quisesse e seguiria seu próprio caminho.

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Isso é o mínimo!

Over the Rainbow (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora