Capítulo 12: Boa Noite!

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Que dia corrido, meu Deus! Todo final de trimestre é essa correria para qualquer profissional da educação, mas, com toda certeza, o último é o mais intenso. E como coordenadora pedagógica me sinto ainda mais sobrecarregada. Ter que acompanhar cada turma e o fechamento das notas, corrigir e orientar os professores na elaboração de relatórios, planejar festa de encerramento... Só de pensar já cansei!

Nessas épocas é muito improvável que eu consiga sair do trabalho no meu horário, por isso convidei minha mãe para passar a semana conosco e poder dar atenção à Lisa.

Apesar de minha filha já estar com quase 15 anos, não gosto de deixá-la sozinha. Quando Lauren e eu estávamos juntas ela costumava me ajudar nessa tarefa, ela sempre planejava algo para fazer com Lisa.  Mas agora eu não pediria a ela, mesmo que minha vida dependesse disso.

Olhei no relógio em meu pulso, já era 20:47. Eu estava exausta, mas ainda tinha um último relatório para ler, corrigir e imprimir. O dia seguinte seria um dia decisivo, os professores dariam os resultados aos pais de seus alunos, precisava estar tudo pronto. Bebi mais uma xícara de café, ajustei os óculos no rosto e mirei a tela do computador.
Li o documento com toda atenção que pude, estava perfeito, nada precisava ser editado, então cliquei no ícone da impressora e aguardei que o papel saísse da máquina.

Depois de montar os envelopes de cada professor, abri o arquivo e guardei os documentos, trancando-o em seguida. Massageei meus ombros, mexi a cabeça de um lado para o outro e sai da sala segurando minha bolsa pela alça. Eu nem acreditava que enfim estava indo para casa.

Destravei o carro e entrei nele, pus a chave na ignição e dei partida no motor. Dirigi por cerca de dez minutos até para na vaga em frente à minha casa. Peguei minha bolsa e saí do automóvel, travando-o em seguida.

Pelo horário eu imaginava que minha mãe e Lisa já deviam ter jantado e que provavelmente estariam em seus respectivos aposentos. Abri a porta e me deparei com o ambiente pouco iluminado, confirmando minha teoria: minha mãe e Lisa já havia se recolhido.

Entrei retirando os sapatos e pondo a bolsa no cabide do armário da ante-sala. Decidi não acender as luzes, pois eu iria direto para a cozinha, comeria qualquer coisa e subiria para meu quarto. Enquanto cruzava a sala indo em direção à cozinha não pude deixar de notar uma presença. Olhei em direção à sombra que estava no sofá e acendi o abajur mais próximo. Era Lauren, ela estava cochilando em meu sofá. Decidi acorda-la.

- Lauren? - sacudi ela pelo ombro suavemente. - Lauren, acorda. - empreguei um pouco mais de força na sacudida e então ela despertou.

- Camila? - acordou assustada. - Desculpa, eu estava te esperando e acabei dormindo.

- Estou vendo. Mas posso saber porque você estava me esperando?

- Eu vim fazer companhia à Lisa. Você tinha me pedido há um mês atrás, lembra?

- Estou surpresa que você se lembre. Mas não precisava vir, eu pedi à minha mãe para vir passar a semana aqui conosco.

- Mas você não me disse nada, então eu vim. Eu tinha marcado na agenda, por isso lembrei.  - levantou do sofá e ficou frente a frente comigo.

- Entendi. Bom, me desculpa ter esquecido de cancelar contigo, mas realmente não precisa se preocupar, minha mãe vai ficar até o final de semana.

- Tem certeza? Eu posso ficar.

- Tenho certeza sim. Mas, obrigada!

Eu estava tão cansada, tudo o que eu queria naquele momento era não ter que lidar com Lauren, mas ela parecia não estar com pressa para ir embora.

Remember Love (Gay Panic Part 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora