Capítulo 13: Feliz aniversário?

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Meus olhos foram sentindo a claridade que já se fazia presente no meu quarto. Aos poucos os meus outros sentidos também foram como que despertando. Agora, além da luz que já dava para perceber mesmo estando de olhos fechados, eu sentia um som ritmado bem distante e alguns afagos em meus cabelos. Senti algo tocar o meu lábio e deslizar sobre ele suavemente. Essas sensações foram me despertando aos poucos, até que abri meus olhos gradativamente.

Assim que meus olhos focalizaram um par de olhos verdes claros num único impulso eu me afastei, ficando sentada na cama.

- Você enlouqueceu? Quem te deu autorização para me tocar? - perguntei à Lauren que me encarava com um sorriso divertido nos lábios.

- Eu pediria autorização se você não tivesse se aconchegado em meus braços por conta própria. Então, tecnicamente você quem me violou primeiro.

- Eu sabia que você não iria respeitar as regras, eu sabia. - Lauren se sentou na cama.

- Ei, calma aí. Eu não desrespeitei nenhuma regra. Primeiro que foi você que me abraçou; segundo que já amanheceu, então as suas regras não estão mais valendo.

- Amanheceu? Que horas são? - procurei desesperadamente pelo celular a fim de verificar as horas.

- Calma, você não está atrasada. Ainda dá tempo, se você quiser...

- Dá tempo? Tempo de que? - perguntei confusa.

Lauren se ajeitou na cama e deixou seu rosto a poucos centímetros do meu e disse:

- De fazer sexo matinal e depois ir trabalhar bem relaxada. - me deu um selinho rápido.

- Idiota! Vai sonhando. - ela sorriu safada para mim e desceu o olhar para os meus seios. Eu segui seu olhar e vi que ela estava olhando para a marca dos bicos deles no tecido da blusa que eu usava. Eu cruzei os braços em frente aos meus seios. - Sua pervertida.

Levantei num pulo e corri para o banheiro, onde me tranquei. Eu jamais admitiria para Lauren, mas eu adorei acordar em seus braços. É a melhor sensação do mundo sentir os afagos da pessoa que a gente ama.

Será que eu devia dar uma segunda chance para a Lauren? Será que aquela história que ela contou, sobre ser vítima de uma armação, era verdade? Será que já não estava na hora de conversarmos para nos acertar?

Saí do banho revigorada e pronta para mais um dia de trabalho. Ao chegar na cozinha para o desjejum encontrei a família reunida em volta da ilha.

- Bom dia! O que vemos aqui?

- Bom dia, mama! Estamos rindo com as palhaçadas da tia Lauren.

- Ah é? - olhei para minha mãe. - Até você está rindo, momy?

- Estou só preparando umas panquecas, essas duas que estão de complô aí. - Me aproximei da minha mãe e lhe dei um beijo no rosto.

- Complô, é? Posso saber sobre o que vocês estão conspirando? - enchi uma xícara de café.

- Não é nada. - Lauren respondeu.

- Mama, a senhora lembra que dia é hoje?

Aquela pergunta me fez pensar. Olhei para o relógio em meu pulso para conferir a data mas não conseguia me recordar.

- Por que, eu devia? - olhei intercalando para minha filha e Lauren.

- Não. não é nada especial. Isso é coisa dessa pirralha. Não liga, não Camz.

Olhei para a Lisa que tentava se comunicar comigo apenas com olhares, mas eu não entendi. Continuei a comer a minha refeição e tentando puxar na memória qual seria a importância daquela data.

Remember Love (Gay Panic Part 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora