Remember Love (Gay Panic Part 2)

Capítulo 9: Recomeçar é difícil

Hi, guys!

Antes de iniciar a leitura vejam o vídeo musical This Love e prestem bastante atenção na legenda.

Prometo que vai valer a pena.

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Uma semana se passou, eu ainda sinto falta do calor do corpo dela do meu lado na cama, ainda sinto falta daqueles lábios carnudos tocando os meus, sinto falta do toque suave da sua mão em minha pele, sinto falta daquela voz rouca falando ao meu ouvido. Não está sendo fácil o processo de desintoxicação, sinto-me como uma viciada em crise de abstinência.

Às vezes me pego stalkeando as redes sociais dela, ou ouvindo antigos recados de voz deixados na minha caixa postal. Muitas vezes sinto vontade de pegar o telefone e ligar só para ouvir sua respiração.

Fico a me perguntar porquê tudo tinha que acabar assim. Quando foi que deixei de ser suficiente para ela?

Fui desperta dos meus devaneios quando minha filha entrou em meu quarto.

- Mama, sabe onde está o meu tênis branco? Já procurei no meu quarto todo e não encontro.

- Eu lavei, está lá na área de serviço.

- Obrigada! - ela ia saindo do quarto quando voltou sua atenção para mim.

- Mama, a senhora estava chorando?

- Não, filha. Só pensando na vida.

- Não gosto de ver a senhora triste assim. Por que não liga para a tia Dinah e combina algum coisa? Aproveita que ela ainda está de férias na cidade, vão para algum lugar, vai se divertir.

- É, talvez eu faça isso.

- Talvez não. - pegou me celular e começou a discar algo na tela, depois levou o aparelho ao ouvido. - Tia D, sou eu, Lisa. A senhora está ocupada?... Quer sair com minha mãe?... Ok, marcado!... Perfeito! Ela estará pronta em 1 hora. - desligou a chamada.

- Eu não quero sair, filha. Me deixa aqui quietinha.

- Não. Não vou deixar a senhora se enfiar num buraco sem fundo. Tia Dinah disse que vai passar aqui em uma hora, é bom a senhora ir se arrumar.

Fiz o que a Lisa me pediu, tomei um banho e vesti um roupa para sair. Na hora marcada Dinah chegou e saímos de casa sem destino.

- Para onde você quer ir, Mila?

- Para um lugar calmo, nada de balada.

- Que tal pegarmos um cinema?

- Não, cinema não. Cinema me remete a romance.

- Ok! - ela pensou um pouco e então disse. - Você está com fome?

- Um pouco.

- Então já sei onde podemos ir. Vamos jantar.

Ela dirigiu pela cidade até chegar a um restaurante pequeno, mas bastante acolhedor no centro da cidade. Ele tinha uma iluminação bastante aconchegante, janelas de vidro que nos permitiam apreciar a vista da cidade e música ambiente.

- Eu não conhecia esse lugar.

- Esse é o restaurante mais antigo da cidade. Ele é o meu ligar favorito. É aqui que gosto de vir quando estou precisando pensar, ou me desligar da vida.

- Adorei! Obrigada, D.

Fomos muito bem recepcionadas pelo maître que nos colocou numa mesa bem localizada. O cardápio era bastante variado, mas eu preferi pedir massa. Escolhemos um bom vinho para acompanhar. Dinah e eu tivermos conversas leves, algumas lembranças da época da escola e algumas fofocas sobre conhecidos em comum. Nós não trocamos no nome da Lauren.

Depois de jantarmos Dinah me deixou em casa, mas não entrou. Eu desci do carro e quando andei em direção à porta pude notar alguém sentado no batente. Chegando mais perto percebi que era Lauren. Meu coração pulou no peito, respirei fundo e me aproximei.

- O que você quer aqui?

- Desculpa, eu não quis usar a minha chave, eu toquei a campainha e estava esperando alguém atender. - ela falou se levantando.

- Isso não responde minha pergunta.

- Eu só vim buscar alguns documentos que vou precisar amanhã. Estão no escritório. - ela me olhou de baixo a cima. - Você está linda! Estava passeando?

- Não te devo satisfações. - abri a porta e entrei, deixando a passagem livre para que ela entrasse após mim.

Deixei minha bolsa no armário da ante-sala e segui em direção à cozinha. Lauren foi para o escritório procurar o que a trouxe até ali. Depois de um tempo ela saiu do escritório portando uma pasta em mãos.

- Pronto, obrigada! - eu nada respondi.

Ela olhou a casa em volta e então falou.

- Cadê a Lisa?

- Saiu. Foi para a casa de uma amiga. - respondi sem encara-la.

- Camila... - deu um passo em minha direção - Eu gostaria de conversar com você. Vamos nos acertar.

- Não tenho nada para conversar contigo. - ela deu mais dois passos.

- Eu sinto a sua falta. Por favor, vamos conversar.

Aquela proximidade já estava me deixando nervosa. Não queria que ela estivesse assim tão perto, poderia ser perigoso.

- Já pegou o que veio buscar?

Lauren olhou para a pasta em sua mão e assentiu com a cabeça.

- Então pode ir. Eu não quero conversar mais nada contigo. Por favor, vai embora.

- Eu não acredito que você deixou de me amar em tão pouco tempo. - deu mais dois passos em minha direção.

Ela estava tão perto agora que eu me sentia fraca. Então, eu desviei dela e andei rapidamente para o lado oposto, ficando atrás dela.

- Por favor, saia.

Ela se virou e me encarou sem sair sem lugar.

- Então diga, olhando em meus olhos, que você não me ama mais.

Ela estava me desafiando porque ela sabia que eu jamais diria isso. Ela sabia o quanto eu a amava e quanto era difícil para mim tê-la tão perto.

- Eu amo, Lauren. E sei que vou te amar ainda por um bom tempo. Mas eu juro para você que eu vou tirar esse sentimento de dentro de mim. Amar você é bom demais, mas também traz muita dor. Por isso, eu estou determinada a arrancar de mim esse sentimento tão dúbio. Não posso negar que estou sentindo a sua falta, mas sei que um dia eu vou me acostumar com sua ausência até o dia que não sentirei mais. Amar você machuca, dói, fere. Esse amor fodeu a minha vida. Por isso, Lauren, vou pedir pela última vez, vai embora.

Ela não disse nada ao ouvir tudo aquilo, apenas abaixou e saiu. Quando ouvi o som da porta se fechando, fui até ela e a tranquei com raiva, depois me encostei nela e chorei.

Encontrar com a Lauren era tudo o que eu não precisava naquele momento.