Capítulo 15 - Assombração

443 36 10
                                    

- Bom dia a todos! Como passaram a noite?

- Nossa! Alguém está de excelente humor. - comentou minha amiga que me esperava sentada no sofá que havia na na sala da minha secretária.

- Estou de ótimo humor. Eu tive uma noite incrível.

- Huuum... E a que deve-se essa alegria?

- É muito bom ver a senhora animada assim, doutora. - comentou a secretária.

- Obrigada por notarem. Mas ontem eu tive o melhor dia de aniversário dos últimos tempos.

- Ontem foi seu aniversário? Eu não sabia, meus parabéns!- Yasmin falou entrando na sala.

- Hoje nem você será capaz de acabar com a minha alegria. E eu dispenso suas felicitações. - respondi à estagiária e entrei para minha sala, na tentativa de ignora-la.

Vero entrou na sala logo atrás de mim e fechou a porta.

- Essa garota não se manca, não é? Não entendo porque você ainda não a demitiu.

Dei a volta na minha mesa e sentei na minha poltrona.

- Eu não a demiti ainda porque ela está me chantageando. Ela alega ter uma filmagem que pode me denunciar sobre a acusação de assédio e eu simplesmente não tenho como me livrar dela.

- Meu Deus, Laur. Como você foi cair numa armadilha dessa? - perguntou retoricamente. - E o que ela pretende com isso?

- Eu não sei, eu realmente não sei. Mas até descobrir, tenho que manter essa garota trabalhando aqui. É como diz o ditado: "Mantenha seus amigos por perto e seu inimigos ainda mais perto." Eu vou me livrar dela, mas até lá, não a quero sabendo da minha vida particular.

- Faz muito bem... Por falar nisso, você e a Camila voltaram?

- Voltamos sim, ontem à noite.

- Ah, agora entendi o porquê da felicidade.

- Pois é, Vero, estou radiante. Mas vamos ao trabalho? O que a trouxe aqui?

(...)

Voltar para casa após um dia cheio de trabalho nunca foi tão valorizado por mim. Saber que lá estaria a minha família à minha espera me traz a sensação de segurança, de pertencimento.

Estacionei numa vaga na frente da casa e permaneci dentro do carro por um instante, apenas olhando para a casa. Pela brecha que as cortinas deixaram pude ver Camila e Lisa  sentadas no sofá assistindo a algo na TV. Olhei para as horas que iluminavam o painel do meu carro e imaginei que elas já haviam jantando, pois já passava das 21h.

Permaneci ali por mais alguns minutos apenas admirando a minha família, refletindo em como sou uma pessoa de sorte por tê-la. Eu quase as perdi por neglicencia-las, por colocá-las em segundo lugar.

Ainda ali me questionei sobre porquê adiava tanto esse casamento com Camila, já que eu não tinha dúvidas de que era com ela que eu queria viver até o fim da minha vida. Cheguei à conclusão de que não era mais válido o meu receio de casar, pois Camila já havia provado, por diversas vezes, que era uma parceira leal e que estava disposta a passar pelo que fosse necessário ao meu lado.

Eu nunca contei em que circunstâncias meu noivado anterior terminou, mas acho que eu estava mais do que pronta para exorcizar os meus demônios e me permitir ser plenamente feliz ao lado da minha latina.

Girei a chave que estava na ignição, desligando o veículo e saí do carro. Me dirigi até a porta da casa e entrei, era como se fosse o primeiro dia da minha nova vida de casada. Mas dessa vez eu estava disposta a oficializar a minha relação com Camila.

Remember Love (Gay Panic Part 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora