Capítulo 11

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Depois daquele inusitado acontecimento, Sakura não teve coragem de sair do quarto de manhã. Ficou acordada esperando por Sasuke e quando ele despertou a viu sentada na cama, pensativa, com um rosto pesado, parecia estar se martirizando com algum pensamento ruim.

— Bom dia, linda! — Sasuke rolou na cama levando o corpo para perto dela.

— Sasuke... Bom dia! Dormiu bem? — Trocaram beijinhos.

— Você não está atrasada? — perguntou quando olhou no relógio e viu a hora.

— Estou, mas queria tomar café com você. — Deitou a cabeça ao lado de Sasuke e sorriu vendo seus olhos de pertinho.

— Que gostoso... Que bom, vou tomar um banho bem rapidinho então e a gente já vai. — Levantou da cama pulando e entrou no chuveiro. Sakura já estava pronta. Ela sabia que com toda a certeza, quando Madara tivesse uma oportunidade, tocaria no assunto daquele beijo, então ela tinha decidido tentar ao máximo não encontrá-lo, a não ser que não estivesse sozinha.

Madara, por outro lado, não via a hora de encontrá-la. Acordou mais cedo do que o normal, fez seu treino diário, tomou banho e ficou em sua poltrona aguardando, ansiosíssimo, o momento em que Sakura apareceria na sala de estar.

Ela não apareceu.

Aborrecido, se mexia na poltrona e olhava para o relógio, impacientemente. Quando finalmente ouviu algum barulho, percebeu que Sasuke e Sakura desciam juntos a escada. Eles conversavam e riam. Madara não manifestou nenhuma reação ao ver Sakura com aquele sorriso largo e rasgado. O som de sua risada alta invadiu toda a sala. A garota parecia feliz escutando alguma piada que Sasuke provavelmente tinha acabado de contar, ou talvez estivesse rindo de algum segredo que somente os dois compartilhavam.

Aquilo provocou Madara de tal forma, que seus olhos se estreitaram e seu maxilar travou, ficou muito danado da vida.

Linda!

Como Sakura era linda, sempre tão educada, simpática e sorridente. Os cabelos curtos na altura dos ombros, um pouco desarrumados, e aquela cor rosa tão incomum. Madara, imobilizado por seu sentimento desagradável, observava os olhos verdes, grandes e brilhantes de Sakura, sempre tão curiosos, e a boca vermelha e carnuda dizendo algumas palavras simples para Sasuke, conversavam coisas banais.

Sasuke estava contagiado pela simplicidade e alegria que ela naturalmente carregava. Os olhos pretos dele também brilhavam e ela era dele. Madara sentiu seu orgulho masculino destruído e todo o seu poder de nada adiantava naquele momento. Naquele momento, quem tinha o poder era seu filho, ele tinha passado a noite com Sakura, ele tinha a feito gemer, ele a tinha nos braços, e Madara, não tinha nada.

— Sasuke! — Trovejou de maneira ríspida, fazendo os dois pararem de falar e olharem sérios para ele. — Preciso de você na empresa. — Levantou-se e, pisando forte, se aproximou do casal apaixonado. — Estou saindo agora, vamos comigo.

— Nossa — sussurrou Sasuke —, acordou de mau-humor? — Sakura ergueu os ombros e aproveitou para pedir uma carona.

— Posso ir com vocês? — Madara já tinha descido as escadas e estava saindo da casa sem esperar por ninguém.

— Lógico, linda, mas você não quer tomar café?

— Como alguma coisa no colégio.

Os três entraram no carro e Madara foi no banco da frente sem trocar nenhuma palavra com ninguém. Sua irritação só aumentava a cada risinho que Sakura e Sasuke davam no banco de trás do carro. Deixaram Sakura na escola e partiram para a empresa.

Quando Surge um DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora