Capítulo 26

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Tsunade tagarelava com o atendente da padaria, bebia um capuccino e mordia com vontade um donut coberto de confeitos coloridos. Olhou surpresa para a mão que agarrou seu braço rispidamente, levantou os olhos e viu Madara e seu olhar duro.

— Vamos, agora sou eu que quero falar com você. — Puxou seu braço e, mesmo Tsunade resistindo, a levou para uma mesa desocupada.

Madara não tinha o mesmo jeito paciente de antes, estava carrancudo e irritado.

— Seu grosso, o que você quer? — A mulher perguntou, se acomodando na cadeira contra sua vontade.

— Engraçado, você sempre me tratou muito bem e até posso dizer que... — fez uma pausa e aumentou o tom de voz — puxava o meu saco. O que aconteceu que agora mudou tanto assim? — Madara a olhava de forma desafiadora, apoiando um dos cotovelos nas costas da cadeira.

— Madara, a história mudou a partir do momento que você começou a transar com a minha filha! Ela é só uma menina! — Tsunade falava alto e seu tom de voz dava ênfase às palavras.

— Ahhh, Tsunade, não me faça rir! — disse, dando uma pequena gargalhada falsa. — A Sakura tem 20 anos, sabe muito bem o que quer e o que faz.

— Eu não permito, Madara. Vou fazer o que eu puder para impedir!

— Bom, então pode tirar as suas tralhas do meu apartamento e sair de lá agora! — disse, se levantando. — E se prepare para ser minha inimiga, vamos ver quem ganha essa guerra. — Virou-se e partiu, pisando firme e balançando os longos cabelos.

Tsunade pensou em chamá-lo de volta, mas mudou de ideia e cogitou a possibilidade de ceder. Ela era capaz de qualquer coisa para ter uma vida boa, gostava de luxo e mordomia, Madara sabia disso e tocou no ponto certo, deixou Tsunade tentada a aprovar o romance. No fundo, ela acreditava que aquilo não duraria muito, devia ser só fogo de palha e logo Sakura cairia em si e deixaria Madara.

O Uchiha entrou no seu carro e telefonou para casa, confirmou com Danzou que Sasuke estava lá e pediu para o motorista levá-lo para a mansão.

Madara entrou e subiu as escadas correndo, ao chegar na sala de estar gritou o nome do filho.

— Sasuke! — Esperou e gritou mais alto. — Sasuke! — Ouviu a porta do quarto se abrindo no andar de cima e viu Sasuke aparecer devagar no alto da escada.

— Pai... o que foi? — perguntou com o olhar intransigente, estava com raiva do pai, as coisas nunca estiveram bem depois que ele soube de tudo, mas agora o rapaz estava disposto a lutar.

— Desce! — bramiu com a voz de trovão. — Não vamos mais adiar essa conversa. — Madara caminhou até o escritório. Sasuke desceu as escadas degrau por degrau e entrou no escritório. O lugar era soturno, as paredes tinham cores escuras e as cortinas estavam um pouco fechadas, um feixe de luz entrava e batia na mesa em que Madara já estava sentado esperando o filho. Sasuke olhou para o pai sentado em sua cadeira suntuosa e se irritou com aquela pose de rei que Madara ostentava, esbanjando autoridade, chegava a ser esnobe.

— Tô aqui. Pode falar. — Sasuke não achava que estava errado em fazer o que fez, afinal, ele estava com sakura antes, quem roubou primeiro foi Madara, agiu traiçoeiramente e tirou Sakura dele.

— Pelo visto você quer me desafiar. — Madara estava com o humor acirrado, olhava para o filho com altivez.

— Pai, a Sakura e eu temos o direito de pensarmos sem a sua interferência e decidir o que queremos.

Madara levantou subitamente e deu um soco na mesa, alguns adornos que estavam sobre o móvel tombaram com o impacto. Sasuke apertou os lábios e cerrou os punhos vendo a empáfia do pai, ele se achava superior e tinha demasiado orgulho em si próprio. Isso sempre incomodou profundamente Sasuke, que sempre se sentiu diminuído e incapaz de impor suas vontades.

Quando Surge um DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora