Capítulo 31

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Universidade de Tóquio - Um ano depois.

A biblioteca médica da Universidade de Tóquio era o sonho de qualquer pessoa que precisasse estudar sobre o assunto, havia uma infinidade de livros e outros materiais, como e-books, teses, periódicos e a biblioteca virtual, mas Sakura gostava de se aventurar entre os volumes espalhados sobre a mesa e enfiar a mão na massa, virar as páginas do Manual de Clínica Médica e se afundar nos estudos.

Sentada com um olhar compenetrado em um dos livros, percebeu que alguém sentou em sua frente.

— E aí, gatinha?

— Que susto, Kankuro! — disse, erguendo a cabeça para fitar o garoto.

— Vamos ao cinema? — perguntou. — Dá um beijinho — disse, esticando o pescoço para aproximar o rosto dela com um biquinho nos lábios. Sakura deu um selinho leve em sua boca e só concordou com um meneio de cabeça.

— Vamos, mas agora estou ocupada, tenho que terminar essa pesquisa. — Encerrou, voltando os olhos para a leitura.

Kankuro, percebendo que ela não lhe daria atenção, se despediu e saiu.

— Tá bom, gatinha. Te ligo mais tarde.

O jovem rapaz fazia engenharia e os dois tinham se conhecido em uma festa da faculdade há seis meses. Ele era 2 mais novo do que ela e era irmão de uma de suas melhores amigas.

Sakura terminou o que estava fazendo e começou arrumar suas coisas, era hora do almoço, ela estava faminta, olhou ao redor e viu que a biblioteca estava quase vazia àquela hora. Enfiou seu material dentro da bolsa, agarrou alguns livros que iria devolver e um outro, enorme como uma bíblia, ela levaria para casa.

Sakura tinha alugado um apartamento a duas quadras da universidade e dividia o apê com Temari, que também fazia medicina, mas estava no terceiro ano. O custo de vida em Tóquio era elevado, por isso Sakura pleiteou uma vaga no laboratório da universidade e passou no processo seletivo, conseguindo assim coincidir os estudos com a pesquisa remunerada, o que lhe rendia algum. Não era muito, mas dava pra viver.

No balcão, devolveu os livros para a bibliotecária, checou seu celular, era meio dia e meia, o estômago roncou. Saiu do prédio e mirou o céu, que estava azul, o dia estava auspicioso, respirou o ar fresco e quente e desceu as escadas chegando na calçada. Sua saia jeans justa até um pouco abaixo dos joelhos e sua camisa branca, combinavam com o tênis branco despojado que a mãe mandou de presente de aniversário e ela estava usando pela primeira vez. Os cabelos tinham crescido em um ano e ela tinha amadurecido bastante. Pensou em ir para casa e cozinhar alguma coisa rápida para depois voltar para a universidade.

Atravessou a rua apressada e depois de um quarteirão, viu Temari sentada numa mesinha na calçada do restaurante gostosinho que tinha perto de casa. Acenou ao ver a amiga.

— Sakura! — Temari acenou de volta.

A mesinha tinha um pequeno guarda-sol que as protegia do sol. Sakura puxou a cadeira e sentou. Gostava bastante daquele bistrô.

— Vou pra casa — disse para Temari.

— Não, come comigo! Pedi um coco Ichibanya, me faz companhia! — Sakura não queria gastar, mas resolveu aceitar, fazia tempo que não comia fora.

— Okay, vou querer um gyudon. — O atendente logo veio anotar o pedido e ficaram esperando.

— O dia está divino, não está? — perguntou Temari.

— Maravilhoso! Me lembram as tardes de Konoha — suspirou, nostálgica.

— Você nunca me contou muito sobre Konoha, não é Sakura? — Protestou Temari.

Quando Surge um DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora