Capítulo 30

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Os assuntos com a UsiUchiha estavam todos resolvidos. Madara nunca envolveu Sasuke em questões relacionadas com a máfia, o rapaz sabia que alguma coisa acontecia, mas Madara nunca o inseriu e apesar de não esconder, também nunca revelou.

Sasuke sempre foi um rapaz fechado, nunca teve muitos amigos e depois da faculdade, nenhum. Se dedicava ao trabalho e ao golfe, que jogava com o pai. As namoradas que teve sempre conheceu em festas aristocráticas. Por ser bonito e filho de Madara, causava interesse em muitas moças, mas nunca conseguiu desenvolver um relacionamento duradouro com alguém.

Madara se sentia um pouco culpado, agora que Sasuke assumiria a UsiUchiha teria menos tempo ainda para a vida pessoal. Isso preocupava Madara, pois para a tradição da família seria importante que Sasuke se casasse, sobretudo porque ele já estava com 23 anos.

Com a mente inundada em pensamentos, Madara voltou para a mansão e, cheio de saudade, perguntou por Sakura a Danzou:

— Onde está Sakura, Danzou?

— Ela saiu, senhor. Faz um bom tempo, mas o motorista voltou sem ela.

Madara estranhou e foi tirar satisfações com o chofer. O homem lhe disse que viu Sakura andar pela calçada ao sair do mercado e entrar em um ônibus.

— Mas que disparate! Você viu e não fez nada? — ralhou com o homem, mas percebendo sua atitude descabida, se acalmou e se desculpou, afinal, não havia nada que o funcionário pudesse fazer para impedi-la de entrar no ônibus, a garota fazia o que tinha vontade e ele não estava lá para cerceá-la.

Sem saber onde Sakura estava, só restava esperar que ela voltasse. Horas se passaram, já era quase noite, Madara estava agitado e irritadíssimo.

— Senhor, posso servir o jantar? — perguntou Danzou.

— Faça o que quiser! — Trovejou Madara. Andando de um lado para o outro, murmurava xingamentos para si próprio.

Mais algum tempo se passou e Madara sentia-se aflito imaginando que algo de ruim pudesse ter acontecido com sua cereja, quando ela, silenciosamente, apareceu na sala de estar.

Ela saiu da escuridão e lançou-se em seus braços, vitimada pela paixão e pelo medo das confissões que poderiam vir a se revelar.

— Madara... — disse, com o rosto mergulhado no peito de seu amor.

Madara a segurou entre os braços com a firmeza com que se segura algo muito precioso.

— Onde você estava, Sakura? Quase morri de aflição. — Seu coração encheu-se de leveza agora que ela estava segura em seu abraço.

Tudo na vida tem consequências, e a paixão que Sakura nutria por Madara traria consequências para sua vida. Se o seu sentimento fosse algo ínfimo, bastaria uma decisão deliberada baseada em seus princípios éticos e a vontade de se afastar para que o rompimento se fizesse, mas ela estava entregue àquela loucura do amor e isso tornava qualquer decisão tomada pela razão impossível de ser feita.

— Eu não aguento mais, Madara! Não aguento mais toda essa pressão! — disse ela, com forte desolação na voz.

— O que aconteceu, minha flor? — indagou Madara.

O olhar de Madara a desarmou de qualquer planejamento prévio sobre o que dizer. Seu olhar tinha uma centelha hipnótica que a deixava absolutamente entregue a ele, não conseguia desviar os olhos daquele olhar.

— Eu preciso saber, eu preciso saber... o que você faz Madara? O que você faz da vida? — Sua voz hesitante suplicava. — Eu preciso saber a verdade!

— Como assim, minha linda? — Com a voz infinitamente terna, Madara acariciou o rosto cheio de incertezas de Sakura.

— Eu ouvi coisas a seu respeito — disse —, coisas graves e... eu, eu não posso, eu não posso ficar com você se elas forem verdade! - As primeiras lágrimas se avolumaram nos olhos verdejantes da garota desesperada.

Quando Surge um DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora