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Depois de tirarmos o rato da perna de Michael, caminhamos agachados até o ponto onde Emília e eu havíamos visto a base.

— Não deixem se assustar por ela, pelo o que eu pude contar há menos de 50 soldados por lá, essa área não é muito movimentada e estavam considerando fecha-la — Michael começou a dizer.

— E precisamos dessa informação porque.... — Enéas disse mal humorado.

— Porque nós vamos invadir ela — respondi.

— O que?

— Deve ter suprimentos e prisioneiros aí dentro, precisamos de mais gente e de comida, somos em maior quantidade agora.

— Dez pessoas e um adolescente na puberdade contra cinquenta soldados treinados, você deve tá comendo muita merda.

— Ou talvez devessemos desistir do plano e te devorar quando sentirmos fome? — Mayã sorriu para Enéas que lhe ergueu seu dedo do meio em resposta.

Olhei para Emilia que entendeu e traçou linhas na terra com a ponta de seu canivete.

— Michael Jackson, você consegue desenhar as salas? — o mesmo afirmo com a cabeça e iniciou seu trabalho.

Meus olhos se cruzavam com os de Yuri a todo instante, sorri em sua direção mas ele apenas desviou o olhar para o chão, fingindo prestar atenção, mas o conheço suficiente para saber que sua cabeça não estava ali.

Pelo o que foi explicado, eram dois prédios, mas apenas metade de um era utilizado, justamente a parte com celas, reorganizaram uma dispensa improvisada, ja que o pessoal trabalhando ali era escasso.

O quartel era mais para capturar fugitivos na mata, mas como eles acreditavam já terem acabado com todos, planejavam voltar para a capital e serem transferidos para outras areas.

Observei o prédio mais uma vez e com uma respiração profunda eu disse:

— Atacaremos pela manhã.

A militanteOnde histórias criam vida. Descubra agora