A militante

27

Fechei a porta atrás de mim e Renan me olhou. Coçou sua cabeça e se sentou a minha cama. Continuei de pé, encostada na porta, o observando.

- Desde quando?

- O que?

- Vocês estão transando.

- Nós não estamos transando - ri pelo nariz revirando os olhos. - Só tentando, mas sempre somos interrompidos.

- E você não tem vergonha de me dizer isso?

- E porquê eu teria?

- Eu não sei, talvez porque estamos noivos?! - ele se levantou gesticulando com as mãos.

- E você sabe que sou totalmente contra isso.

Renan parou me olhando.

- O que quer dizer?

- Eu estou dizendo, que isso - gesticulei apontando para nós dois. - É só sexo.

- Então você não tem sentimentos por mim?

Neguei com a cabeça.

Me sentia culpada, porém um peso estava sendo tirado das minhas costas. Renan riu pelo nariz, sem humor. A dor era visível em seus olhos, e eu era culpada por ela.

- Não podia ter dito isso antes que eu dissesse que te amo?

Abaixei a cabeça. Ok. Aquilo me atingiu.

- Quer saber? Eu vou falar com o meu pai, vou pedir pra ele cancelar toda essa bobagem. Você vai ser livre pra estar com quem quiser.

- Isso me faria feliz.

- Eu sei - ele se aproximou e estendeu a sua mão. O olhei sem entender. - A aliança.

- Ah - tirei a aliança do meu dedo e o entreguei. Renan beijou minha testa e saiu do meu quarto.

Por que estou triste? Deveria estar feliz.