A militante

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A terra começou a tremer e eu me agarrei ao Junior que deu um tapão na minha mão fazendo uma careta.

- Não te dei intimidade pra me tocar.

Murmurei e fui até Yuri segurando no seu braço com força.

- O que está acontecendo?

- Provavelmente un ataque aéreo - apertei mais seu braço, nervosa. - Deveríamos descer - lançou um olhar cúmplice para Junior que assentiu e abriu a porta do quarto.

O corredor estava escuro e Junior iluminava o caminho com uma lanterna fraca. Gritos e algazarra podiam ser ouvidos mais a frente, mais a trás e aos lados. Vinham de todos os lados.

Eu segurava a mão de Yuri com força e olhava para trás a todo instante para garantir que era ele que estava ali.

Após longos quinze minutos andando num corredor estreito, escuro e vazio, alcançamos uma escada para cima.

- Por que estamos subin... - Junior me interrompeu com um "shiu". - Isso foi um manterrupting?

Uma portinhola no teto foi aberta revelando, assim, luz solar.

Meus olhos tiveram que se acostumar com a claridade estranha enquanto subíamos as escadas. Mas que merda?!

- O que estamos fazendo aqui?

- Vamos salvar seu namoradinho - Junior me respondeu.

Alguém taca um tijolo nesse abutre só pra ele parar com esse deboche remelento pra cima de mim?

- O que... - parei pra pensar, automaticamente um nome veio a minha cabeça. - Mayã...

- Ele está nos esperando mais a frente. Vamos - Yuri começou a andar desanimado na minha frente.