– Quer ir lá pra dentro? – Questionei, e ela apenas assentiu com a cabeça.
Juntas passamos pela sala. Juliette me olhou e assentiu com a cabeça, fiz um biquinho pra ela que sorriu. Paramos no quadro cordel, e eu me sentei na cama que eu normalmente dormia enquanto ela continuou em pé.
– Diga. – Disse simples, ainda de pé.
– Eu só te chamei aqui porque eu não quero brigar, sabe? Você ter falado aquilo doeu muito, mas eu não quero brigar. Ao decorrer dos dias eu tô vendo que você é uma pessoa que preza muito pela militância, e eu queria só entender o porque de você ter dito aquelas coisas. – Comecei um pouco atrapalhada.
Nem eu sabia exatamente o porque de estar falando com ela, eu acho que só estou tentando tirar o peso enorme que ficou no meu peito pelas falas dela.
– S/n, isso já foi. Não tem necessidade de você me chamar aqui pra se vitimizar e tentar me queimar. – Sua expressão era irritada, e eu me senti ridiculamente frustrada de achar que ela podia ter mudado de pensamento tão fácil assim. – Se você continuar assim ninguém aqui dentro vai te levar a sério. Aprende a ser criticada e percebe que o mundo não gira em torno de você. É uma opinião pessoal minha e você não vai mudar isso.
– Tudo bem então. Desculpa aí qualquer coisa. – Abaixei minha cabeça e me levantei, saindo do quarto e voltando para a sala para me jogar nos braços de Ju.
– Tudo errado, né? – Perguntou, começando a acariciar minha nuca, fazendo com que eu me arrepiasse.
– Como era de se esperar. Eu nem sei o que tava pensando, acho que tava esperando que ela mudasse os pensamentos dela de um dia pro outro. – Me deitei no colo dela.
– Esquece isso, S/A. Para de deixar essas coisas entrarem na tua cabeça. Eu tenho certeza que tu já sofreu coisa muito pior antes de entrar aqui e sobreviveu, porque agora tu tá procurando migalha de aceitação dos outros? Sua parte você tá fazendo, deixa o público julgar agora, bebê. Agora para de pensar nessas coisas e vamos conversar, vai.
– Tá bom, vamos falar sobre... – Parei um pouquinho pra pensar, e acabei me perdendo um pouco enquanto encarava ela. – Eu queria ter papel e lápis aqui e agora pra desenhar você. – Deixei escapar, sem pensar muito.
Ela realmente era uma mulher digna de admiração, e seus traços eram tão suaves mas ao mesmo tempo marcantes que eu sentia a necessidade de registrar de algum jeito.
– Deixa de ser besta, mulher. O programa começou esses dias e tu já ta querendo me xavecar? – Brincou rindo, me fazendo rir junto com ela.
Ficamos conversando mais um tempo sobre vários assuntos. Ela me contou algumas coisas sobre sua família e eu até me emocionei pelo jeito tão carinhoso que ela falava de sua mãe.
Eu estava admirada, mas ao mesmo tempo um pouco triste de nunca ter vivido uma relação tão pura assim com a minha mãe de sangue. Infelizmente mais uma coisa que essa condição idiota me tirou.
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Amor de Reality - Juliette x G!P S/N
Hayran KurguO maior Reality Show do Brasil entrou em sua vigésima primeira edição, e S/N de apenas 20 anos decide se inscrever por um motivo inusitado; trazer visibilidade a sua condição rara. O que ela não esperava é que sua participação seria cercada de preco...