(Kakanaru)

"Um mal pressentimento"

Ele suspirou diante do grande portão de metal com lanças pontiagudas na parte de cima e um brasão conhecido. Era a primeira vez que se aproximava daquela mansão. A dois dias quando recebeu uma mensagem criptografada requerendo a sua presença no gabinete do Hokage fora do horário de expediente, ele não soube bem o que esperar e tentou se preparar para qualquer possibilidade. Não tinha feito nada prejudicial à vila e as suas missões eram sempre designadas pela Anbu da fronteira quase sem relação com o próprio Hokage. Só esperava que seja qual fosse o motivo do seu chamado não acabasse respingando no seu adorável irmãozinho.

Atravessou um longo jardim com canteiros de flores muito bem cuidados. Haviam dezenas de rosas vermelhas, que apesar de belas tinham uma atmosfera mordaz. Quando finalmente alcançou a porta, o homem de cabelos loiros o esperava ao lado de uma mulher de longos cabelos ruivos e sorriu gentil apesar do olhar disfarçadamente predatório. Cada fibra do seu corpo vibrou e ele soube no mesmo instante que não deveria subestimar-lá.

— Bem vindo a nossa casa, Corvo. — Minato Namikaze sorriu amigavelmente antes de virar-se para a mulher. — Esta é a minha esposa, Kushina.

— Olá senhora. — Cumprimentou o moreno com uma pequena reverência.

— Gostaria de agradecê-lo pessoalmente por ter protegido o nosso filho, Itachi. — Continuou o mais velho em um tom calmo.

— Desculpe, eu não sei do que estão falando. — Suas sobrancelhas se juntaram em clara confusão. Filho? O Hokage tem um filho?

— É mesmo? Soube que o ajudou tanto, uma ou duas vezes, não? — Buscou na mente as claras vezes em que seus ouvidos foram atormentados pelas reclamações de uma certa pessoa quando ao garoto em sua frente.

— O loirinho é seu filho? — Seus olhos se iluminaram. Olhando melhor, os dois realmente se pareciam.

— Sim, o Naruto é nosso filho e ele é o motivo de termos chamarmos aqui. — A ruiva riu baixo pela reação do moreno e segurou o ombro do marido.

— Vamos conversar no escritório. — Minato apontou para dentro com um gesto e seguiu a esposa até seu escritório.

Lá o casal atualizou o jovem Anbu sobre todos os acontecimentos a qual deveria saber para que pudesse compreender o pedido que fariam logo em seguida. Obviamente algumas partes foram ocultas para segurança tanto de Naruto quanto a do próprio Corvo.

— Hum… Imaginei que ele fosse filho de alguém importante, já que aquele cachorro geriátrico estava sempre atrás dele. — Sua voz saiu abafada pela máscara e sua resposta ao lembrar do outro foi revirar os olhos.

— Creio que está se referindo ao Lobo, o guarda particular dele. — O loiro repetiu mentalmente o que mais novo acabara de falar rindo internamente do apelido que não agradaria nem um pouco o platinado.

— Compreendo a sua proposta, mas o idoso..Digo o Lobo, sabe sobre isso? Ele parecia bastante… Possessivo. — Comentou olhando para os mais velhos.

O loirinho é um doce de criança, mas ter que aturar um saco de pulgas urinando pelos cantos para marcar território já era demais.

— Digamos que ele o recomendou pessoalmente. — Os olhos do Hokage se fecharam levemente ao terminar a frase, recebendo um olhar enigmático da esposa ao lado deixando o menino confuso com as suas palavras.

— Se concordar, será o guarda de Naruto até que o Lobo possa reassumir o cargo. Como já deve imaginar, é indispensável que a identidade do nosso filho seja mantida sigilosa. — Pronunciou a primeira Dama de forma firme e autoritária.

— Ficaria honrado em servi-los, mas ainda respondo a Anbu da fronteira, não sei como conseguiria tirar uma dispensa sem levantar suspeitas. — Seria complicado se afastar de uma forma tão repentina de seus afazeres, ainda mais se for para comprir ordens do Hokage.