8. ℳ𝒾𝓎𝒶

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Excelente!

Adoro acampar. Dormir apenas com os sons das árvores balançando, barracas, marshmallow na fogueira, histórias de terror. E, é claro, o vôlei. Duas coisas que amo em uma.

Agora estou no meu apartamento procurando o colchão que costumava usar quando eu e Osamu acampávamos em família.

Quando estava prestes a ligar para o meu irmão, por não estar encontrando o colchão, a campainha toca.

— Samu! Ia ligar para você agorinha.

— E do que você precisa?

— Oi, pra você também. — Suna diz.

— Ah! Olá, Suna, cunhadinho. — Sorrio enquanto ele fechava a porta. — Então, preciso daquele meu colchão que costumava usar quando acampávamos. Está com você?

— Não. Mas me lembro que na mudança você pediu para que eu colocasse em cima do armário já que não tinha espaço para por em outro lugar. — Samu coloca as mão na cintura.

— Claro! — Corro até o quarto enquanto perguntava: — E por que estão aqui? — Tateio a parte de cima do guarda-roupas (subi em uma cadeira) e sorrio quando sinto algo fofo e macio, e não algum bicho asqueroso como, sei lá, uma lagartixa.

— Porque sua copia estava com saudades. — Suna responde e pude sentir Samu ficar vermelho. — E eu vim porque ele não vai para lugar algum sem mim.

— Ei! Eu estou sendo difamado aqui. — Meu irmão lamenta. 

Tiro o lençol velho que cobria o colchão, para ele não ficar empoeirado, deixo o colchão na minha cama, o lençol sujo no chão, e então volto para a sala. 

— Tsumu, você precisa achar alguém logo para eu difamar você para essa pessoa. — Ele se joga no sofá e Suna se senta ao seu lado. — Está tão difícil assim? — Faço uma cara de indignação e coloco uma mão no peito. 

— Para o seu conhecimento, Osamu, só não estou com ninguém porque não quero estar com ninguém. — Digo confiante, esperando encerrar o assunto. Só de pensar em quanto tempo não beijo alguém, fico cabisbaixo.

— Ah, é? — Suna sorri de canto mostrando seu canino pontudo. Estava me desafiando. 

Jurei ter visto meu irmão babar olhando para o seu namorado/quase noivo. Aquele maldito sortudo.

— Mas é claro que sim. Qualquer pessoa aceitaria sair comigo. — Dou de ombros. Achei que isso fosse obvio. Eu sou incrível.

Qualquer pessoa? — Osamu pergunta me desafiando assim como Suna.

— Sim. — Quando respondo os dois se entreolham e começam a gargalhar. Reviro os olhos e me sento no balcão da cozinha, que a separava da sala. Quando os dois se acalmam eu continuo. — Podem me dizer alguém para eu chamar para sair. Tenho certeza que consigo. — Estava ficando entediado com essa conversa. Mas pode ser uma boa. Minha vida amorosa está cultivando teias.

— Certeza, Tsumu? — Samu questiona e eu apenas assinto.

Ele parece pensar. Até ouvir, do lado de fora, uma porta se abrir, e então se fechar.

Arregalo os olhos quando Osamu me olha com malícia.

— Quero que chame ele para sair. — Suna faz uma cara confusa, mas sei perfeitamente de quem ele falava.

Sakusa Kiyoomi.

— Se ele aceitar te pago um lanche em qualquer restaurante que quiser. Mas, se ele recusar, vai fazer isso para mim e para o Suna.

O perigo entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora