22. ℳ𝒾𝓎𝒶

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Entro na minha casa saltitando.

Sakusa me ama.

Me ama.

Eu. Atsumu Miya.

Me jogo no sofá e enterro minha cabeça na almofada abafando um grito enquanto chacoalhava os pés histericamente.

Depois me lembro que estou encharcado.

Pulo ficando em pé e corro para o banheiro.

No banho fico pensativo. Sobre o que Sakusa quer conversar. Será que ele só quer conversar mesmo ou...

Para! Sem pensamentos sujos Miya.

Chacoalho a cabeça e começo a pensar em coisas mais... alcançáveis. Ou pelo menos tento. Ai, que droga.  Acho que tem tanto tempo que eu não me envolvo — em todos os sentidos — com alguém, que estou ficando maluco.

Tenho medo de na primeira oportunidade eu agarrá-lo e não soltar mais.

Coloco uma calça jeans e um moletom e saio indo até Sakusa.

Entro na casa dele e nos sentamos nas bancadas da cozinha. Ficamos um tempo em silêncio. Sakusa em seu próprio mundinho e eu nervoso pelo que está acontecendo naquele mundo turbulento.

Acho que a cabeça do Sakusa é como um sistemas de engrenagem que funcionam 24 horas por dia, e não para nunca. Sempre trabalhando incansavelmente tentando juntar todas as peças e deixá-las no lugar e-

— Atsumu. — Ele  me chama e eu ajeito a postura, mirando meus olhos nos seus. — O que... exatamente está acontecendo aqui?

Ok. Isso foi inesperado. Se passaram milhões de coisas pela minha cabeça, mas isso? Tudo bem, nós já dizemos que nos amamos e tals. Mas aconteceu hoje e eu achei que Omi fosse mais... lento.

Acho que me enganei.

— Ei, não surta. Só foi uma pergunta. Relaxa. — Ele segura minha mão que eu nem notei mexer.

— Eu... não sei? O que você quer ser?

— Eu não sei, Miya. Por isso te perguntei. — Ele solta minha mão revirando os olhos.

— Ei, seu grosso. — Cruzo os braços. — Acho que... temos que primeiro ver se vai pra frente. E depois falamos com o treinador.

— Tudo bem.

— É?

— É.

Vai me dar uma chance? — Levanto da banqueta e vou para trás do Sakusa.

— Não sei se notou, mas estou te "dando uma chance" desde o começo.

Sorrio e abraço seus ombros enterrando meu nariz em seu pescoço. Finalmente.

E pensar que esse maluco ranzinza, misofobico, chato e incrivelmente meu tipo ia acabar sendo a pessoa que eu amo. Que reviravolta.

Eu ria de leve contra sua pele.

— O que foi? — Ele pergunta se remexendo?

— Nada. É só que eu te amo, Omi.

Me afasto um pouco para me deliciar com seu rosto vermelho. Ele coça a garganta e se levanta falando para assistirmos um filme. Acho que nunca me senti tão bem na minha vida. Me sinto em casa e um alívio no peito que é muito muito bom.

Quando me sento no sofá sinto meu celular vibrar. Pego-o com medo de ser minha mãe, mas era Osamu. Desligo e tiro uma foto de Sakusa distraído fazendo uma cara séria para decidir o filme e mando para meu irmão.

O perigo entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora