13. 𝒮𝒶𝓀𝓊𝓈𝒶

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Assim que a porta do meu apartamento se fecha eu aperto firme minhas têmporas.

Minha cabeça latejava.

Antes do Atsumu vir, eu estava indo encontrá-lo, Motoya me convenceu a deixar meu orgulho de lado antes de ele ir para o hotel. E eu deixei. Agora estou com uma pressão irreconhecível no peito.

E Atsumu Miya me deixou assim.

E eu quase o beijei.

...

Meu Deus, eu quase beijei Atsumu Miya.

Meu cérebro se da conta do que aconteceu e eu começo a me desesperar.

Talvez isso abale o time.

Digo isso, porque bom... eu estou obviamente abalado com isso, nunca senti nada parecido. E, sendo sincero, aquele time precisa de cabeças estáveis, quando se tem a ausência de duas (Bokuto e Hinata).

E Miya pareceu estar assim como eu.

Respiro fundo.

Precisava relaxa e dormir, porque amanhã tem treino. E não posso, não posso mesmo deixar isso, e as coisas que Miya sente, me abalar.

No dia seguinte acordo já querendo a noite de volta. Ou nem tanto. Porque tive um sonho com ele.

Pego meu celular e vejo a mensagem de Motoya, que surta um pouco depois que contei o que aconteceu.

"Você está sentindo algo, Kiyo."

Essa foi a última mensagem que li dele depois de desligar o celular e me arrumar para fazer minha corrida matinal. Geralmente dou a volta no quarteirão e sinto que isso melhorou muito meu fôlego desde a primeira vez.

E então, vou para a quadra.

Chegando lá, vejo Meian e o treinador conversando. Enquanto Hinata e Bokuto treinavam em dupla.

— Kiyoo! — O bicolor me chama. Ele ficou tão feliz quando arranjou um apelido para mim que não falei a ele que era igual o jeito que Motoya me chamava. — Vem jogar com a gente.

— Já estou indo. — Digo e vou até o vestiário.

Quando saio, noto uma cabeleira loira entrar em quadra. Desvio o olhar para o chão, indo até a dupla dinâmica. Não tenho coragem o suficiente para olhá-lo.

Sou um idiota. Mas, ele foi mais. Mais de uma vez inclusive. 

— Vou participar também! — Miya diz e fica ao meu lado. Então formamos uma rodinha e começamos a jogar.

O objetivo era obviamente não deixar a bola cair.

Em um dado momento Bokuto recebe a bola meio torta e ela vai parar entre mim e Atsumu, e avançamos ao mesmo tempo. Mas então paramos e a bola cai no chão. Trocamos olhares de alguns segundos que pareceram séculos. Mas então, Miya sorri de canto.

O sorriso que eu odiava mas agora é... diferente.

— O que foi, Omi? Acordou com o pé esquerdo? A bola era para você. — Ele colocou as mãos na cintura, tombando o corpo.

— Por que reagiu então?

— Reflexo. — Ele dá de ombros.

Travo a mandíbula. Qual o problema desse cara?

Ele está ignorando o que aconteceu à algumas horas?

— Hinata. — Chamo, tirando os olhos do loiro. — Quer treinar recepção com meus saques?

O perigo entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora