12. ℳ𝒾𝓎𝒶

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Um mês se passou e acho que esse sentimento hipotético pelo Sakusa está se esvaindo. O que me deixa ligeiramente aliviado.

E agora vamos todos os dias juntos para casa depois do treino. Acho que isso virou uma rotina.

Inclusive, não o chamei para sair. Ainda.

Eu ia, mas aquele esquilo atrapalhou meus planos.

Falei para Osamu que precisava de mais tempo e ele disse: "quanto tempo você precisar maninho" e sorriu sarcástico.

Sinceramente estou a ponto de contar a verdade para Kiyoomi sobre a aposta. Porque, se hipoteticamente tivermos algo no futuro, e ele descobrir que nosso primeiro encontro foi derivado de uma aposta, talvez ele fique bravo. E talvez nos tornemos aquelas alma gêmeas que foram feitas para se encontrarem e não para ficarem juntas.

Hipoteticamente, claro. Porque não sinto nada por ele. Mas mesmo assim ele pode se magoar.

Kiyoomi consegue ser bem sentimental, às vezes.

Inclusive hoje ele está especialmente animado. Da pra ver na cara dele.

Não é como se ele ficasse sorrindo ou coisa do tipo, mas estava diferente.

— Ei, Meian. — Chamo-o e ele me olha. — Notou que o Sakusa está mais... feliz hoje? — Questiono olhando para ele, que estava do outro lado da quadra bebendo água.

— Pra mim está a mesma coisa, Atsumu. — Ele afirma e eu o olho, Meian tinha o cenho franzido.

Dou de ombros.

Passamos a maior parte do treino fazendo joguinhos curtos, com o treinador e o capitão comentando sobre cada um de nós e o que temos que melhorar. 

No fim do treino, Sakusa não parava de olhar o celular e sorrir um pouco.

— Arranjou uma namorada, Omi? — Pergunto rindo de leve, guardando algumas coisas no armário do vestiário, tentando esconder um sentimento amargo dentro de mim.

Ele me olha e sorri faceiro.

— E se eu tivesse, teria algum problema? — Mordo a língua e respiro fundo, sorrindo novamente.

— Claro que não, Omi-omi. Mas-

— Estamos, indo, tchau pessoal. — Bokuto e Hinata se despedem.

Rapidamente o vestiário é esvaziado.

Assim que me organizo, Kiyoomi simplesmente larga tudo pela metade e corre para fora do vestiário.

Franzo o cenho e vejo o que ele foi fazer.

Fico surpreso ao vê-lo abraçando um cara. 

Ele tinha cabelos castanho e era alguns centímetros mais baixo que Omi — que eu também, provavelmente. Sakusa tirou os pés dele do chão, e depois soltou quando o garoto começou a bater em suas costas.  

Eles trocam algumas palavras, e quando vejo que Sakusa iria virar, voltei logo para dentro. Na pressa de fechar minha mochila, com por algum motivo, a decepção ardendo dentro de mim, Sakusa aparece.

— Hoje não vamos embora juntos, Miya. Tenho... planos. — Ele se limita em dizer.

— E..? — Pergunto, fazendo pouco caso, mesmo que, talvez por drama ou sei lá o que eu estava sentindo, não sinto vontade alguma de ser educado com ele. 

Ele coloca uma alça da mochila as costas e me olha com curiosidade.

— Está chateado? 

— Não.

O perigo entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora