Eu caminho de um lado para o outro diante de Nihayi.
— Você vai me deixar aqui? -questiona ele.
— Eles não vão te matar. -digo.
— Pensei que estávamos juntos nessa, mas você está me afastando. -ele suspira.
— Escute, um humano perto daquelas bruxas não vai ser nada mais que um lanche. -falo.
— Não me importo.
Corajoso..
— Quero ir com você. -ele disse.
— Infelizmente não sei nem se eu sairei viva, como vou conseguir tentar chamar a atenção delas me preocupando se você não está sendo cozinhado no caldeirão de alguma? -questiono.
— Eu não sou indefeso, Azaya. —ele assume uma postura que eu nunca tinha visto— Fui treinado desde pequeno para matar, sou o mais habilidoso da guarda, ainda sou.
— Mesmo assim, você tem que ficar aqui, se o rei voltar, Amon tem que ter uma garantia do Anel. -falo.
— Eu sou apenas uma moeda de troca? -ele me encara magoado.
— Não, você é o meu espião. —ergo seu rosto— você vai agir, já tinha me contado que queria derrubar o reinado dele pelos atos que ele vem cometendo. Então você vai reunir tudo o que puder para conseguir a ajuda do povo.
— Do povo?
— Um rei não é um rei sem seu reino, o povo que o colocou no trono, sem o povo ele não é mais nada. —falo— conquiste o povo.
— Está sugerindo um golpe de estado? -me encara surpreso.
— Estou sugerindo que assuma o controle. -falo.
Eu inclino a cabeça e então faço o que não fazia há muito tempo, eu abraço o príncipe, e aquele ato pareceu o acalmar, sinto seus braços envolverem minha cintura e então ele enterra o rosto em meu ombro.
Pensei, o quanto ele não deve ter precisado disso?
Eu suspiro alisando suas costas.
— Vamos prometer uma coisa? -questiono.
— O que? -ele murmura.
— Que seremos um pelo o outro sempre? Nós contra o mundo, e que nunca vamos deixar o outro sozinho, que mesmo se algum dia a gente se odiar, a gente vai continuar um do lado do outro.
Ele assente.
— Eu prometo.
— Temos um acordo. -acaricio seus cabelos.
Sinto minha pele arder e algo rastejar por ela, não precisei olhar para saber que havia uma marca em meu dedo mindinho, assim como deveria haver uma gêmea no de Nihayi, uma tatuagem, um acordo eterno que jamais poderia se quebrar.
— Eu vou, mas eu volto. —digo em seu ouvido— enquanto a sua irmã tenta encontrar as bruxas, você vai estar armando a arapuca para o desgraçado do seu pai. Quando eu voltar, a corda vai ser puxada e ele vai cair dentro da armadilha.
Ele assente.
— Promete não morrer? -ele questiona.
Eu faço careta.
— Olha, o máximo que posso dizer a você é que para me matar vão ter que me pegar primeiro. —inclino a cabeça— e ninguém nunca me pega.
Ele bufa um riso.
— Nós já a pegamos.
— Mas não por muito tempo. -pisco.
Eu me afasto e ele me puxa de novo, me abraçando de forma apertada, de tal forma que poderia quebrar meus ossos mas não me importei com esse fato. Sabia que ele estava com medo, com medo de ficar sozinho outra vez.
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Diamantes Do Deserto
FantasiaAzaya é uma ladra que vive no reino deserto de Avalor, mas a sua vida de furtos vira de cabeça para baixo quando o Rei a pega roubando suas jóias e a sentencia a morte. Agora para livrar o seu pescoço, Azaya terá que se tornar a ladra do Rei e rouba...