Capítulo 2

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"Hoje, dia 7 de novembro de 2016. Ainda não consegui sair do inferno daquela casa. Aaah que vontade de morrer, sumir. E ainda tem o Oliver que não me deixa em paz, ele fica falando que me ama, não consigo acreditar.
Eu dei um fora nele ontem, mas ele continua insistindo. Ele não faz ideia do tanto que eu o amo."

Guardo meu diário e estranhamente me pego chorando.

-Ai Deus, como eu queria dizer a ele que eu o amo, que eu preciso dele, como eu queria Senhor, como eu queria.
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Bartolomeu escuta ela falando, e entra no quarto dela com tudo.

-Quem que você ama Pandora? -Ele diz com muita raiva.

-Ninguém.

-Me fala agora. Eu já disse que não quero saber de você com amigos e muito menos com um namorado. Quem é ele?

-Não é ninguém.

-Me fala agora, Pandora. -Ele diz em tom estridente.

-Não grita comigo caralho. E se eu não quiser falar, eu não falo.

Bartolomeu com muita raiva, começa a me bater. Eu estou tão cansada disso. Ele começa a me dar vários tapas, e depois tira o cinto de sua calça e começa a me bater com o cinto. Eu então resolvo soltar a voz e gritar. Tento chutá-lo e não consigo. Ele começa a dar socos em meu rosto.
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Mirian corre até o quarto de Pandora, e se depara com aquela cena horrível.
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Mirian começa a gritar e a pedir para que Bartolomeu parasse com aquilo, mas ele não parou. Mirian foi até a cozinha e chamou seu mordomo para ajudar.
Eles correm até o quarto, e Bartolomeu não estava mais ali, Pandora estava deitada na cama, cheia de hematomas, e com muita dor. Havia alguns cortes em seu rosto sangrando.

-Pandora? Pandora, minha filha, o que você fez para ele te bater? -Mirian diz desesperada.

-Ele acha que estou namorando.

-Mein Gott! Aonde ele está?

-Ele saiu do meu quarto, acho que ele foi para o dele.

-Ele precisa parar de te espancar, eu não aguento mais. Eu tenho de tomar providências.

-Mãe! Não, deixa. Se não só vai piorar.

-Você me chamou de mãe? É a primeira vez...

-Sim. Me perdoe, por tudo que eu te fiz e falei. A senhora não merece nada disso. A senhora não merece que o Bartolomeu faça isso contigo. A senhora é uma pessoa muito boa, diferente de Bartolomeu. Me perdoe...

-Eu sempre tive esperança de que um dia você me reconheceria como mãe. Fico feliz com isso, querida.

Nos abraçamos...acho que é o primeiro abraço sincero que tenho em anos. Me sinto segura. Bartolomeu com muita raiva, entra no quarto novamente.

-Pandora, você está proibida de ir a escola.

-Mas eu...

-Você não vai mais a escola. Estamos entendidos?

-Bartolomeu, por favor...

-Estamos entendidos?

Eu olho para ele e apenas faço sinal de sim com a cabeça. Bartolomeu sai do quarto bufando de raiva.

-Eu não entendo isso meu Deus. Por que isso está acontecendo? -Coloco.as mãos no rosto e começo a chorar.

-Calma Pandora. Eu vou conversar com ele, você não pode simplesmente parar de ir na escola, está no seu último ano.

-Se ele pensa que vai me privar da escola, ele vai...

-Acalme-se, Pandora.

-Eu...eu não vou obedece-lo. De forma alguma. A única coisa que eu sou boa e tenho prazer de fazer, é estudar. Eu não vou parar por causa dele, não mesmo. Mirian, me deixe sozinha.

O Segredo de PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora