Capítulo 17

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Assim que entro no meu quarto, procuro as câmeras que Bartolomeu colocou. Reviro meu quarto todo, até que eu encontro uma câmera minúscula no ventilador de teto e uma escuta na minha escrivaninha na parte de baixo. Retiro as duas e jogo dentro de um copo com café que estava no meu criado-mudo desde ontem. Olho por mais alguns minutos, acho que não tem mais câmera alguma. Aquele desgraçado. Eu vou acabar com ele.
De repente, Bartolomeu entra no meu quarto arrebentando a porta.

-Quem te falou da câmera?

-Ninguém, eu achei e tirei.

-Mentira! -Ele se aproxima de mim e dá um tapa no meu rosto. Ele vai em direção a porta, fecha e tranca. Ele vem até mim e me empurra na cama, ele segura meus braços contra o colchão e fica em cima de mim, me impedindo de fazer qualquer movimento. Esse desgraçado é realmente muito forte. Fico me debatendo mas é praticamente em vão, ele começa a beijar o meu pescoço e força um beijo na minha boca. Eu não sei mais o que fazer. Tudo isso de novo.

-Mirian! -Grito o nome dela.

-Não adianta você chamar a Mirian ou qualquer empregado, eu os prendi na dispensa.

-Não, não, não.... -Falo enquanto lamento e choro.

Ele fica passando o seu rosto pelo meu corpo todo, não acredito que isso está acontecendo de novo. Meu Deus, me ajuda, por favor.
Eu cuspo na cara dele e ele se irrita me xingando. Eu começo a gritar e não paro.

*Oliver on...

Eu não consigo parar de pensar na maneira que Pandora agiu hoje, eu tenho certeza que ela está escondendo algo de mim. E é por isso que estou em direção a casa dela para obter explicações. Eu quero ajudá-la. Eu não quero ser apenas o namorado dela, mas também um amigo, alguém que ela possa confiar sempre.
Chego na casa dela, e antes de apertar a campainha, eu escuto gritos vindos de dentro da casa. Essa voz é da Pan. Assim que identifico a voz da Pandora eu chuto a porta com todas as minhas forças, até que consigo abri-la. Entro desesperadamente e sigo a voz até o quarto dela, tento abrir a porta e não consigo.

-Pandora? -Grito o nome dela.

-Oliver! -Ela grita com a voz trêmula.

-Eu vou te tirar daí.

-Oliver, por favor...me ajuda.

-Calma, meu amor, calma...

-Oliver! -Ela grita bem alto.

Então em continuo chutando a porta sem sucesso. Até que eu me irrito e chuto mais forte e a porta acaba se quebrando na fechadura. Quando eu olho aquela cena e vejo a Pandora só de roupas íntimas e chorando, já imagino o que aconteceu. Ela estava sozinha no quarto e em cima da cama, corro em direção a ela e a abraço bem forte tentando acalmá-la. Ela estava fadigada, vermelha e sem forças até para me abraçar. Ela estava chorando muito, eu nunca tinha visto ninguém chorando desta maneira.

-Amor... -Eu não recebo resposta. -Pandora o que houve? -Mais uma vez sem resposta, e ela continua chorando. -Meu amor, fala comigo, por favor, eu estou desesperado com essa situação.

-Bartolomeu...fugiu...ele...me...me... -Ela diz pausadamente, parando para respirar.

-Eu já entendi. -Digo já ficando irritado e com vontade de matar aquele cretino. -Anda, se veste.

-Você está bravo comigo?

-Também. Se veste rápido. -De alguma forma meu humor se transformou completamente. Eu entrego as chaves do meu carro para ela. -Vai embora daqui, vai lá para a minha casa, minha mãe está lá.

-O que você vai fazer? -Ela diz, se vestindo.

-Vou resolver umas coisas com o seu padrasto.

-Oliver, não...

O Segredo de PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora