Capítulo 20

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-Hey? -Brayor nos interrompe.

-O que foi? -Pergunto meio irritada.

-Vamos embora, depois vocês se comem.

-Para com isso. -Diz Oliver, com um tom alterado na voz.

-Ta, desculpa.

-Vamos, Oliver. -Digo.

Nós seguimos em direção ao carro, entramos e partimos.
Ficamos um bom tempo sem dizer nada. Mas Brayor puxa assunto.

-Oliver, você ainda anda de skate?

-Quê? Eu não.

-Por quê?

-Não tenho tempo pra isso. A Pan tem.

-Sério?

-Uhum. Não é amor?

-Sim sim. -Digo e começo a rir.

-Me ensina?

-Pra quê?

-Eu quero aprender.

-Mas você não é a princesinha, patricinha?

-Isso, para, para, pode parar. É isso que eu quero mudar.

-Então quer ser mais masculina, é isso?

-Está me dizendo que você é?

-Não.

-Então? Qual o problema em me ensinar?

-Eu vou te ensinar, Brayor. Mas não nesses últimos dias, ok?

-Ok! Entendo.

-Incrível, foi saber que você correu e vançou em cima de um cara que poderia ser perigoso. Cara! Você é muito medrosa. Como assim?

-Ah não, Oliver.

-Que foi ué?

-Nada nada. Pan, como você está?
-Bem, eu estou bem.

-Você tem certeza? -Oliver e Brayor perguntam em uníssono.

-Sim gente, nossa. -Respondo meio grosseiramente.

Depois disso a conversa morre. E um clima ruim surge novamente entre a gente. Resolvo ligar o rádio. Estava passando a música Lithium do Nirvana. Eu tenho uma queda imensa por essa música. Tão apaixonante, diferente. Eu me sinto muito bem ao ouvir as músicas do Nirvana. Realmente eu fico em nirvana. Nirvana é um estado de espírito. Uma paz que a gente sente.
Oliver começa a cantar, quebrando o clima ruim. Logo Brayor começa a cantar também, e então, quando vi, estávamos todos cantando Lithium.
Mas naquele momento eu não consegui esquecer as coisas que tinham ocorrido. Eu me sentia cada vez mais fria, inquieta, fatigada. Imaginei como seria nadar tão fundo sem ar. Mesmo eu não me sentindo bem, tudo tinha voltado ao normal, em parte, mas, agora estamos indo pra casa. E eu quero que tudo fique bem.
Chegamos na casa do Oliver. Etramos, e eu vou direto para o banheiro. Brayor vem atrás de mim mas Oliver a impede.

-Deixa ela, Brayor. -Ele diz calmamente.

No banheiro, eu comecei a chorar novamente. Mas logo parei. Eu não aceito isso, não posso ser assim. Não posso. Tenho que ser forte. Sei que de alguma forma, essas coisas acabaram. Não preciso me preocupar. Ele vai se arrepender.
Lavo o meu rosto e fico olhando no espelho por um bom tempo. E depois saio. Assim que Oliver me vê, ele vem na minha direção.

-Pandora, você está bem? -Ele pergunta passando sua mão no meu rosto.

-Estou sim amor, não precisa se preocupar.

O Segredo de PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora