TREZE

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"É o que você faz
É o que você vê
Eu sei que se estou te assombrando
Você deve estar me assombrando..."
Haunted - Beyoncé

LANA
QUATRO DIAS DEPOIS

- Termine seu café. - Jax ordena. - Você não tem comido muito.
- Não tenho muita fome.
- Seu prato está cheio.
- Talvez seja porquê você encheu.
- Lana, não seja teimosa.

Reviro os olhos.

- E, nem infantil.
- Quer parar de me repreender! - exclamo.
- O que está acontecendo com você? Tem agido estranho nesses dias.
- Estou normal.
- Sua consulta com a psicóloga é hoje as três. Conversar com ela pode te ajudar.

Não respondo.
Sinceramente, minha vontade de ir é zero. Só que ele não vai me deixar em paz se não for.

- Por onde quer começar? - doutora Ângela pergunta

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- Por onde quer começar? - doutora Ângela pergunta.
- Não sei.
- Conte-me um pouco sobre você.
- Não tenho muito que dizer.
- Lana, estou aqui para ajudá-la. Só que não conseguirei se você não se abrir comigo.
- Porque eu deveria confiar em você?
- Jaxson disse que poderia ser um pouco desconfiada. - ela sorri.
- Vocês são amigos? - questiono curiosa.
- Não diria amigos, mas conhecidos.

Enjoo sob na minha garganta.

- Vocês transam?
- Uau, você é direta.
- Desculpe por perguntar, não é da minha conta.
- Você o ama?
- Olha, eu quero ir embora.
- Ainda temos tempo para conversarmos, Jaxson vira buscá-la depois.

Levanto-me do sofá.

- Acredito que eu seja a cliente mais fácil que conseguiu ganhar dinheiro. Pois, eu não vou falar com você.

Saio da sua sala, deixando-a boquiaberta.
Foda-se.
Não vou conversar, me abrir para uma mulher que tem um caso com Jaxson.

Não vou conversar, me abrir para uma mulher que tem um caso com Jaxson

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- Aonde você estava? - ele grita assim que entro na sala.
- Fui caminhar.
- Lana, já é de noite. Você passou o dia todo fora.
- Eu sei.
- Posso saber o motivo de ter dado um show no consultório?
- Você quer que eu converse com um estranho, que eu confie. Só que isso não vai rolar, não enquanto você me mandar para alguém que já fodeu!
- Ângela contou?
- Nem precisou, a cara dela entregou. Você só pode ter merda na cabeça, se achou que eu ia conversar com ela.
- Ela é uma amiga.
- Então consulte-se você com ela.
- Lana, não seja ridícula.
- Quando eu quiser realmente falar com alguém, eu irei procurar. Um de confiança, que terei certeza que não irá te contar tudo logo após a seção.
- É isso? Você não quer que eu saiba?
- Acertou.
- Porque?
- Jaxson, você não precisa saber o que se passa na minha mente.
- Mas eu quero.
- Não é decisão sua.
- Muito bem, tem razão.
- Vou subir, até amanhã.
- São sete horas, desça para jantar.
- Não estou com fome.
- Lana, você desce sozinha, ou eu irei buscá-la.
- Você é impossível!

Termino de jantar.
Limpo a mesa, lavo tudo.

- Irei subir agora. - falo.
- Boa noite, Lana.
- Até amanhã, Jax.

Subo as escadas correndo.
Entro no quarto, tranco a porta. Vou para o banheiro onde vômito todo o jantar. Coloco o dedo garganta para soltar mais.
Toda refeição que sou obrigada a fazer, faço voltar depois. Quero emagrecer o quanto eu conseguir, só que Jaxson está dificultando.
Quanto antes eu perder o máximo de peso possível, vou poder andar por aí sem perceber um olhar de cobiça.

Quanto antes eu perder o máximo de peso possível, vou poder andar por aí sem perceber um olhar de cobiça

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DOIS DIAS DEPOIS

- Esqueci de contar.
- O que?
- Vou para Dalas.
- Vou ficar aqui?
- Sim. Quando der eu volto para vê-la.
- Está indo embora?
- Sabe que moro lá, meu trabalho é em Dalas. Estou em Houston apenas para acabar com aquele maldito do Marlon, consegui. Pedi uns dias de licença, agora que acabou tenho que voltar.
- Entendi.
- Pode vir comigo.
- Melhor não.
- Prefere ficar aqui sozinha?
- Eu... não sei.
- Você escolhe.
- Vai me deixar ficar com você?
- Eu vou.
- Então, eu irei.

Não tenho ninguém aqui. Em Dalas pelo menos terei ele por perto.
O que é suficiente para mim.



MEU DESEJOOnde histórias criam vida. Descubra agora