Eu tinha tudo que uma garota poderia desejar.
Um homem que cuidava de mim, me dava tudo o que eu queria, em troca eu só tinha que amá-lo. E, eu amei, por um tempo.
O problema foi que me apaixonei por seu amigo.
Jaxson entrou na minha vida deixando...
“Sei que há esperança nessas águas Mas não consigo me convencer a nadar Enquanto eu estou afogando neste silêncio...” Easy On Me — Adele
LANA
— Preciso de sua ajuda. — Coralina parece nervosa. — O que aconteceu? — Carolyn não veio, ligou e disse que não se sente bem. — Mas o que ela tem. — Disse que comeu algo que não fez bem. — Porque precisa da minha ajuda? — As crianças estão na sala, esperando por Carolyn...pensei que poderia ir, e auxiliá-las hoje. — Eu? Mas, não sou professora. — Eu sei, não tem problema. Preciso apenas fique com os menores, ajude com os desenhos. — Hoje é o dia da pintura? — Isso mesmo. — Certo, eu vou. — Obrigada, Lana.
Entro na sala, as crianças me olham estranho. Provavelmente não sabem que Carolyn não vem ajudá-las.
— Oi, sou Lana. — Cadê a professora? — uma menininha pergunta. — Não está se sentindo bem, então não conseguira vim. Vou ficar no lugar dela. — Ela vai voltar? — Amanhã. — Eu vi você. — um menino diz. — Estava com a tia Coralina, na cozinha. — Geralmente é lá que fico.
Às outras crianças parecem curiosas.
— Bom, sei que o tema é livre. Podem pintar o que quiserem. — entrego uma caixinha com tinta para cada um. — Tia Carolyn sempre pintava com a gente, você também vai? — Eu...nunca pintei. Não sei desenhar. — Sabrina pode fazer um desenho para você, aí só vai precisar pintar. — o mais baixinho diz. — Hm... não sei. Não parece certo, cada um tem que criar seu próprio desenho. — Mas nem todos sabemos. — Certo, façamos assim. Cada um faz seu próprio desenho, sem pedir ajuda para o colega. Vou fazer um também. — Mas e se alguém rir? — a menina loira pergunta. — Ninguém irá rir, não deixarei. — Vai mesmo fazer um? — Sim, eu irei. — Então, combinado.
Pego algumas folhas e uma caixinha de tinta, procuro um lugar para ficar. Não tenho ideia do que fazer, não sei desenhar. Mas terei que criar alguma coisa. Tempo depois, todo mundo terminou. Chegou a hora de mostrar as obras.
— Quem vai primeiro? — indago. — Você! — todos dizem. — Certo.
Mostro meu desenho, as crianças ficam encarando a folha como se não entendessem.
— Que lugar é esse? — um pergunta. — Onde eu cresci. — respondo. — Era uma casinha pequena de madeira branca, em volta tinha o jardim. A cadeira de balanço dos meus pais e o pneu onde eu me balançava entre as árvores. — Onde estão os seus pais? — é Sabrina quem pergunta. — Já faleceram. — Os meus também. — Sinto muito. — Minha tia cuidou bem de mim, até me largar aqui. — Ela abandonou você? — Sim, disse que estava difícil cuidar de mim e dos filhos dela. Eu não liguei de morar aqui, pelo menos ninguém tentou me tocar contra minha vontade.
Perco o chão. Meus olhos queimam.
— Ninguém fará mal a você. — Tia Carolyn, Coralina e Jay sempre dizem isso. — E elas estão certas.
A menina da um grande sorriso. Sabrina é linda, sua pele jumbo combina com seus cabelos cacheados.
— Bom, quem é o próximo! — falo para mudarmos de assunto.
Todas as crianças levantam a mãozinha. Dou risada pois ninguém queria ir antes.
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— Fez um bom trabalho com as crianças hoje. — Jay me elogia. — Obrigada. — Como se sentiu ao ficar com eles? — Bem. — Teve vontade de ir novamente? — Hm, sim. — Então, volte. — Não vai dar. — Porque não? — Eles tem alguém que os ajuda, Carolyn volta amanhã. — Pode auxiliá-la. — Não sei, talvez ela não queira. — Só saberá se falar com ela. — Quando eu vê-la falo a respeito. — Bom, precisa de algo para ocupar a mente. — Já disse isso antes. — E, continuarei dizendo. — Vou indo, preciso ajudar na limpeza da cozinha. — Aproveite que estará na cozinha e coma, anda muito magra. — Pode deixar. — Falo sério. — Eu também. — minto. — Anda tomando as vitaminas? — Todos os dias. — Continue com elas. — Okay.
Uma batida na porta, interrompe nossa conversa. Agradeço, pois é difícil mentir para Jay. Ela sempre descobre. Jay levanta-se para abrir a porta.
— Que surpresa! — ela parece feliz. — Infelizmente, não pude vir antes. Alguns contra tempos.
Sinto uma louca vontade de me esconder. Não tem lugar.
— Entre!
Levanto e vou para o canto. Às duas entram.
— Lana! — doutora Suelen exclama surpresa. — Se conhecem? — Jay questiona. — Sim, ela era minha paciente. — E, agora é minha. — Meu Deus! Está morando aqui? Tem ideia de como estamos procurando por você? Jaxson... — Não! — grito. — Não fale que me encontrou. — Ele está louco de preocupação. — Eu não quero vê-lo. — Mas... — Por favor, não conte. — Lana, ele tem que saber. Jaxson está perdido, procurou seu nome até em obituários. — Ele me magoou. — E, está arrependido. — Você vai contar não é? — pergunto. — Você vai!
Uma onde de desespero começa a crescer. Minhas mãos tremem. Sei o que vem a seguir, ansiedade. Sinto falta de ar.
— Respire, querida. — Jay pede. — Apenas, respire fundo.
Faço o que ela diz. Aos poucos vão me acalmando.
— Isso, querida. Já passou, está tudo bem. — Ela vai me entregar. — sussurro. — Você não quer ver esse homem? Balanço a cabeça, negando. — Então não verá. — Obrigada. — Jay, vamos conversar. — doutora Suelen exige. — Vou deixá-las sozinhas.
Saio correndo. Mesmo a doutora Jay dizendo que ficará tudo bem, sei que não vai. Não estou pronta para vê-lo, as feridas ainda estão em aberto. Não sei um dia irão se curar por completo.