Eu tinha tudo que uma garota poderia desejar.
Um homem que cuidava de mim, me dava tudo o que eu queria, em troca eu só tinha que amá-lo. E, eu amei, por um tempo.
O problema foi que me apaixonei por seu amigo.
Jaxson entrou na minha vida deixando...
" Não, você não significa nada pra mim (ei, oh, oh, ei) Mas você tem o que é necessário pra me libertar (ei, oh, oh, ei) Oh, você poderia significar tudo pra mim..." Say It Right - Nelly Furtado
LANA
Me recomponho imediatamente, entrego o cardápio a ele. Jaxson parece incomodado com minha presença.
- Traga duas taças de Cabernet. - a megera diz. - Quando voltar, estaremos prontos para pedir. - Okay. - saio quase correndo.
Minha vontade é de me esconder. Posso fingir que ele não me afeta, mas não consigo esquecê-lo. Todas as noites ele invade meus sonhos. Volto para a mesa com o vinho. Sirvo-os. Jaxson está sozinho.
- O que faz aqui, Lana? - ele questiona. - Meio óbvio, trabalhando. - respondo com petulância. - Digo em Houston. - Acredito que não seja da sua conta. - Como veio parar aqui? - Como eu disse, não é da sua conta. - Lana, não seja teimosa... - Quando estiverem prontos para pedir eu voltarei, com licença.
Retiro-me. Preciso manter distância dele. Não vai me fazer bem, conversar com ele. Assim que a víbora volta, vou até eles mais uma vez. Anoto os pedidos. Volto depois com os pratos, sirvo-os. Sinto que estou sendo observada por Jaxson em cada movimento que faço. De longe fico observando, ela tocando-o. Acariciando seu braço. Me dou conta que nunca terei nada daquilo com ele, mesmo que seja meu maior desejo.
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Às horas passam, e eu estou pronta para ir embora. Não é sempre, mas algumas vezes pego carona com David. Hoje não vou conseguir, ele vai ter que ficar pois terá uma reunião com o pessoal da cozinha.
- Até amanhã, Lana. - Até, Adele.
Quando estávamos trocando de roupa para irmos embora, ela me contou o que estava deixando-a distraída. Seu pai não anda bem de saúde, com isso não consegue ir trabalhar. O pai da sua filhinha simplesmente sumiu. Está tudo nas suas costas, toda a responsabilidade de cuidar da casa, da filha e pagar as contas. Ao sair do estacionamento do restaurante, levo um susto.
- O que quer? - disparo. - Conversar. - Jaxson responde. - Sobre o quê? - Coisas simples. - Tipo? - Onde você está vivendo, e com quem? - E, você se importa? - Só quero saber se está em segurança. - Jaxson, vou ficar bem. Sempre fico. - Precisa de... - Não! - corto-o antes que ele possa terminar de me oferecer dinheiro. - Tem certeza? - Eu trabalho agora, tenho meu próprio dinheiro. Não é muito, mas é meu. - Quer carona? - Passo. Prefiro ir andando. - Então não vive longe.
Na verdade, a casa de dona Marieta era cinco quadras. Uma boa caminhada.
- Boa noite, Jaxson. - Lana, não seja infantil. - Agora eu sou infantil? A última vez que nos falamos você me chamou de prostituta. - Eu errei. - Sim, você errou feio. - Podemos ser amigos.
Rio sem humor. Minha mente está prestes a explodir.
- Não podemos ser amigos. - E, porquê não? - Eu não quero. - nego. - O que você quer? - Meu desejo você não pode realizar. - Quer que sejamos amantes como antes? - Não. - Agora você me deixou confuso. - Jaxson, eu quero mais. Quero tudo. - Não posso te dar isso. - Eu sei, e é por esse motivo que não podemos ser amigos. Não vou suportar ver você com outra, igual hoje. - A mulher que você viu é a Susan, minha ex mulher. - Não parecia ser ex. - Nosso relacionamento é complicado. - A vida é complicada. - Me deixe te levar até onde está morando. - Obrigada, mas eu vou andando. - Você emagreceu. - Obrigada. - Não foi um elogio, está perdendo suas curvas. - Melhor assim. - Porque? - Desse jeito, saio dos olhares alheios. - Alguém te deixou mal? - Quem nunca deixou. - Lana, se eu puder ajudar me diga. - Vou ficar bem.
Era o que eu dizia há mim mesma todos os dias. Vou ficar bem. Repito constantemente, como um mantra.