Capítulo 3

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Quando ela saiu do meu novo quarto, deitei na minha nova cama e nunca tinha deitado em algo tão confortável. O cobertor e as fronhas eram de um tecido macio e frio ao mesmo tempo delicioso de tocar. Descansei minha cabeça e parei para absorver tudo que estava acontecendo na minha vida. Lágrimas rolaram pela minha bochecha quando as memórias iam voltando. Minha mãe morreu e agora eu estava sozinha, numa cidade longe de tudo que eu conhecia, com uma tia e sua família que pouco sabiam sobre mim. Eu estava sozinha, me sentia vazia.

Por volta das dezenove horas bateram na porta do meu quarto e estava tão perdida em pensamentos que levei um susto com direito a gritinho agudo e tudo, embaraçoso.

Quando a porta se abriu de supetão e Martha colocou a cabeça para dentro quase morri de vergonha.

- Você está bem? Ela me perguntou.

Fiz que sim com a cabeça porque não conseguia gerar palavras de tão mortificada que fiquei.

- Venha querida o jantar vai ser servido. Logo todos vão descer. Aqui o jantar é servido todos os dias às dezenove e trinta. O senhor Robert gosta de jantar cedo. Mas caso você não possa chegar a tempo é só me avisar que guardo um pratinho pronto para você no forno. Faço isso com os meninos também. Ah a juventude de hoje, querem aproveitar todas as horas do dia disponíveis - disse ela aos risos.

Aparentemente ninguém tinha descido ainda quando cheguei lá embaixo, fiquei na cozinha um pouco e bebi um copo de água para me acalmar, conhecer o restante da família de uma vez só, ia ser estranho.

Fui poupada disso quando só a tia Susan e o tio Robert apareceram. Aparentemente os gêmeos ficavam fora a maior parte da semana com seus treinos depois das aulas e chegavam mais tarde.

Martha cozinhava muito bem e nem tinha percebido que estava com tanta fome até provar a primeira garfada.

Tio Robert queria saber se tinha gostado da casa e se estava tudo bem com o quarto que me foi preparado. Longe de mim reclamar de qualquer coisa. Agradeci dizendo que estava tudo perfeito e que estava muito grata por eles terem me recebido.

Logo após terminar minha refeição pedi licença e fui retirar meu prato até a cozinha, Martha me disse que não precisava me preocupar que ela retirava tudo depois, mas não foi assim que minha mãe me ensinou.

Subi para meu quarto e resolvi dar uma olhada nos meus novos livros e a programação que estavam sobre a escrivaninha. Meu novo horário de aula estava ali também com instruções de ir à secretaria assim que chegasse lá amanhã de manhã para cadastramento de digitais e foto para o sistema da escola. Eu não estava em posição para pedir ou solicitar nada, a única coisa com que insisti foi para que me colocassem em uma escola pública, não queria gerar mais despesas a eles. Mesmo essa sendo a única coisa que pedi eles negaram. Tio Robert insistiu que eu estudasse na mesma escola que os gêmeos frequentavam.

Resolvi abrir o notebook e entrar nas minhas redes sociais para conversar com a Nick. Ela não estava online, mas deixei uma mensagem dizendo que ia comprar um novo número de celular amanhã e que estava tudo bem. Falei do meu quarto rosa vômito de unicórnio, tenho certeza que ela vai rir muito quando ver tudo isso. Tenho que mandar uma foto amanhã assim que comprar meu novo chip.

Cansada de toda movimentação do dia, fui tomar um banho no meu novo mega banheiro, para dormir e enfrentar meu primeiro dia em uma escola nova amanhã. Suspirando deitada na minha mega e confortável cama, cansada demais para qualquer outra coisa, dormi sem sonhos a noite toda.


Nas cordas do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora