Acordei bem cedo, estava escuro lá fora ainda quando abri meus olhos. Fiz minha higiene pessoal devagar pensando sobre o que me esperava hoje no primeiro dia numa escola nova.
Coloquei uma música para ouvir isso sempre me relaxava. Abri meu novo closet e ali encontrei uma variedade de calças jeans, vestidos, sapatos, bolsas e meus uniformes, tudo muito bem passado. Não sei por que minha tia achou que eu fosse precisar de tantas roupas, parece uma loja aqui dentro pensei rindo comigo mesma. Peguei um uniforme em um cabide e fiquei olhando para aquele conjunto de peças, uma saia rodada preta cheia de pregas que ia até um pouco acima do joelho, uma camisa branca de botões com o brasão da escola e acreditem meias até meia canela, uma gravata estilo aeromoça completava o look. Gemi internamente pensando nessa gravatinha o dia todo ao redor do pescoço. Nunca gostei de nada que me apertasse.
Quando me olhei no espelho depois de me vestir até que gostei do resultado, tirando a parte da gravata é claro. Na minha antiga escola não tínhamos uniforme e a única norma era não usar roupa curta. O que era totalmente ignorado por algumas alunas. Não que alguém se importasse com isso.
Ao descer as escadas já podia sentir o cheiro do café sendo preparado, ouvi Martha cantarolando uma melodia que não pude identificar, mas parecia uma música alegre. Sim, definitivamente alegre, pois assim que cheguei à cozinha Martha se balançava ao ritmo da música. Fiquei parada na entrada da cozinha observando com um sorriso no rosto, mas devia ter avisado da minha chegada porque assim que ela me viu levou um baita susto se segurando na bancada da cozinha no processo.
- Menina que susto que você me deu, ninguém acorda tão cedo nessa casa - disse aos risos.
- Desculpe Martha, não queria te assustar. Acho que estou ansiosa demais pelo meu primeiro dia de aula. - Sorri me desculpando.
- Vai ficar tudo bem meu anjo. No fim do dia você verá que toda essa ansiedade não era necessária. Agora senta aqui e me diz o que você quer comer no seu desjejum.
- Qualquer coisa pra mim eu disse. - Nunca tive opções de escolha em casa, comia o que tinha disponível na geladeira ou no armário. Não ia ser agora que ia querer mudar meus hábitos.
Com o passar dos minutos, um tio Robert muito bem arrumado com um terno sob medida chegou à entrada da cozinha para pegar um copo de água. Deu um beijo na cabeça de Martha a cumprimentando. Martha vendo meu olhar foi logo me dizendo que trabalha para a família do tio Robert há muitos anos e que já trocou as fraldas dele quando bebê. Ri do constrangimento do tio Robert. Ele ficava uma graça com bochechas rosadas.
Tia Sonia desceu logo em seguida num vestido que ia abaixo dos joelhos, azul lindo com um decote quadrado que dava um ar muito sofisticado a ela.
- Hanna, meu amor, que bom que já está acordada, queria mesmo falar com você. Hoje você vai comigo pra escola porque preciso ir até a diretoria acertar as últimas questões com a sua matrícula, mas já encomendei seu carro e vai chegar em breve, enquanto isso você pode pegar carona com os gêmeos ou pedir ao James nosso motorista levá-la.
- Obrigada tia Susan, mas posso pegar um ônibus para não atrapalhar a rotina da casa. – falei sem graça.
-Bobagem, minha querida. - Disse ela com um aceno de mãos. Não tinha palavras pra dizer qualquer coisa, então só concordei com a cabeça.
Os gêmeos desceram juntos alguns minutos depois e se por foto eles pareciam com o pai, ao vivo e a cores eles eram a cópia escarrada e esculpida dele. Tyler me olhou de solaio como se tivesse olhando um bicho feio e peçonhento, foi logo se sentando resmungando algo tão baixo que não consegui ouvir. Já a Mia foi super simpática e veio me abraçar se apresentando. Gêmeos com personalidades totalmente diferentes eu presumo.
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Nas cordas do Destino
RomanceNão saber o que nos espera, nem o que devemos seguir, faz qualquer um ficar louco! E se no meio de tantos talvez e serás que a vida coloca no nosso caminho, não tivermos a opção de escolha e sermos obrigados a viver conforme as cordas do nosso desti...