Capítulo 21

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Jacob voltou para sua casa na semana seguinte. Íamos ao meu quarto todas as noites assistir filme e dar uns amassos enquanto ele ainda estava por aqui, mas não tivemos nenhum outro tipo de ação. Ele parecia estranho e ao mesmo tempo igual. Não ia para segunda base e não me deixava tocá-lo abaixo do umbigo também. Acabei ficando insegura e frustrada.

Quando comentei com a Emily a respeito ela ficou pensativa por uns segundos e me jogou um balde de água fria sobre a cabeça com as suas palavras.

- Olha Hanna, eu posso estar enganada, mas ele nunca foi de ficar muito tempo com as meninas. Na verdade, você foi a única que ele ficou mais tempo.

Um leve tremor tomou conta do meu corpo, meus olhos se encheram d'água. Eu iria chorar no meio do corredor da escola. Sai correndo em direção ao banheiro.

- Hanna espere - Emily gritou atrás de mim, chamando meu nome.

Entrei no banheiro e me tranquei em uma cabine. Como pude ser tão burra de me apaixonar por ele. Ele não se apegava a ninguém. Não tinha relacionamentos. Todos me alertaram que ele ia quebrar meu coração, me usar e largar como se eu não fosse nada. Mas eu como uma boba iludida acreditei nele com todo meu ser.

Lágrimas gordas desciam pela minha bochecha e um grande soluço explodiu pela minha boca, chorei de soluçar e não foi bonito. Esperei meu coração se acalmar, implorei para que minha mãezinha me ajudasse a sair dessa e respirei fundo. Minha mãe dizia que homens que fazem mulheres chorar não valem a pena. Sequei meu rosto com as mãos e sai da cabine do banheiro. Emily estava ali encostada na parede me observando. Ela abriu os braços e me joguei neles. Precisava tanto de um abraço. Uma paz enorme tomou conta de mim. Era como se minha mãe estivesse me abraçando no lugar da Emily. A abracei mais forte, agradecendo minha mãe mentalmente.

- Calma amiga. Eu sou uma idiota de ter te dito aquelas coisas. Não sabia que você estava tão envolvida assim. Me perdoa, vai, por favor. – falou me espremendo ainda mais em seus braços.

- Eu sei. Não há nada para ser perdoado, pois você não disse nada de errado. Todos me alertaram a respeito dele. Eu que fui tola em acreditar e me jogar de cabeça nessa. Devia ter escutado minha mente e não meu coração.

- Amiga, você nem sabe se é isso mesmo. Às vezes ele está passando por alguma coisa. Ele é louco por você. Conversa com ele, coloca em panos limpos toda essa situação.

- Sim, você está certa. Eu preciso conversar com ele. - Suspirei - Esse sentimento de autoflagelação não vai me deixar em paz até não conversarmos.

Lavei meu rosto na pia e o sequei com papel toalha. Meu reflexo não estava dos melhores. Meus olhos estavam de um verde vivo, inchados e vermelhos ao redor. Molhei dois pedaços de papel e depositei sobre meus olhos para tentar diminuir a vermelhidão. Não funcionou, mas diminuiu um pouco.

Saímos do banheiro e fomos em direção aos nossos armários. A primeira aula já havia começado e por ali só tinham poucos alunos retardatários que chegavam atrasados. Após pegar nossos livros avisei a Emily que ia matar essa aula na biblioteca pois não estava com cabeça e ela disse que ia me acompanhar.

Fomos em direção a biblioteca, ali era onde eu ia me esconder pra pensar sempre que precisava. Era silencioso e podia ouvir meus pensamentos sem interrupções.

Ao virarmos a curva no corredor que levava a biblioteca escutamos um casal discutido por detrás de uma porta. Parecia a porta do zelador. Quando chegamos mais perto podia identificar a voz da Moly bastante alterada e ao mesmo tempo pidona e exigente. Um calafrio subiu pela minha espinha e meu mundo caiu quando o cara começou a falar. Era o Jacob, eu tinha certeza disso. Olhei para Emily com os olhos arregalados e cheios d'água. Ela me olhou de volta com olhos do tamanho de pires. Me puxou pelo braço entrando duas portas a frente onde ficava a despensa.

Nas cordas do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora