Capítulo 20

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Não preciso nem dizer que a notícia de nosso relacionamento se espalhou como fogo pela escola. Jacob não tirava as mãos de cima de mim. Estava o tempo todo mexendo no meu cabelo, beijando meu pescoço, segurando minha mão, me beijando ou apenas me segurando em seus braços. As meninas tentavam dar em cima dele e ele dizia todo orgulhoso, eu tenho uma namorada. Era engraçado vindo dele.

Certo dia ao entrar no banheiro escuto a porta batendo com força o que me dá um baita susto me viro rapidamente com a mão ao peito e encontro Moly ali parada com cara de assassina em série. Ela vem em minha direção com as mãos na cintura meio andando meio desfilando com ar de superioridade, eu me encosto no balcão da pia e espero, mas ela não chega muito perto. Para a alguns centímetros de distância e olhando para as suas unhas como quem não quer nada diz:

- Você sabe que não é especial para ele né. - Rindo debochada ela continua - Hanna, Hanna, Hanna está na hora de você cair fora antes de machucar seu lindo coraçãozinho. Ele vai te usar como já usou todas nós. Vai usar, abusar, te fazer se apaixonar por ele e vai te largar como se não vale nada.

Olho pra ela espantada quando ela diz se apaixonar por ele, será que ela o ama? No fundo fico com pena dela. Quer tanto algo que não pode ter, que fica mendigando atenção.

- Obrigada pelo aviso. Me sinto bem mais tranquila agora que sei como é o seu modo operante. - E como isso desvio dela saindo do banheiro. Mas antes de eu chegar à porta ela diz.

- Não esqueça do meu aviso cadela. Ele sempre volta pra mim, não importa a piranha que ele coma, ele sempre volta pra mim. Ele tem necessidades que só eu sei resolver.

Saio do banheiro sem responder. Por mais que eu não queira, aquele sentimento de autopreservação reaparece. Encontro Jacob próximo aos armários conversando com os caras do time. Ele me vê e murcha seu sorriso. Com preocupação vem ao meu encontro.

- O que aconteceu gata?

- Nada – murmuro.

- Nada o caralho. Você não estava com essa cara de infeliz antes de ir ao banheiro.

- Apenas uma conversa interessante com a Moly – digo por fim.

- Não dê atenção para o que essa vaca fala. A metade é invenção da própria cabeça doentia dela.

Aquiesço com a cabeça. Ele levanta meu rosto e me dá um selinho.

- Vamos embora, estou louco para ficar sozinho com você e tocar em você como você merece.

Encontramos Martha na cozinha quando chegamos na casa da tia Susan, já moro aqui há algum tempo e ainda não consigo chamar de lar. Por mais atenciosos que meus tios sejam, essa não é a minha casa, falta algo que eles não conseguem suprir, mas não os culpo de forma alguma, talvez eu esteja somente buscando algo que jamais terei novamente, que se foi quando minha mãe deu seu último suspiro, algo que jamais voltará.

- Chegaram cedo hoje crianças, estão com fome?

- Morrendo de fome – Jacob responde já me arrastando para o balcão da ilha da cozinha.

Dou risada, pois não há um dia sequer que ele não esteja morrendo de fome. E ele devora os sanduíches que Martha prepara para nós como se sua vida dependesse disso. Fico olhando para ele enquanto come. Ele é tão bonito que às vezes fico me perguntando o que foi que ele viu em mim. Será que ele gosta mesmo de mim, ou só me vê como um desafio? São muitas perguntas que passam em minha mente. Já desisti de tentar entender, quero somente curtir esse momento. Ele me sente o observando e pergunta:

- O que? Tem algo no meu rosto?

- Não, não há nada em seu rosto – Chego mais perto e dou um beijo em sua bochecha - Somente pensando – digo por fim.

Nas cordas do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora