── 𝓒𝗈𝗋 𝖺𝗈𝗌 𝗅𝖺́𝖻𝗂𝗈𝗌.

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           Éramos canção. Chá de camomila ao despertar do Sol. Pôr do sol à beira mar. Éramos eu e ela. Como se nossos nomes fossem títulos de poema, escrevia os versos à caneta, mas acabava me perdendo em meio às suas estrofes. Yang Nabi fazia-me perdido, mas contentava-me por estar perdido nela.

E afinal, como nossos lábios podiam se encaixar tão bem? Era como se Deus houvesse esculpido-os perfeitamente um para o outro, feito chave e cadeado. Como se cada cantinho simétrico de sua boca já me pertencesse há séculos atrás.

O arfar de nossas respirações em conjunto me levava para longe, e sua fragrância doce parecia me manter preso à ela. Nossos lábios bailavam serenamente, sem pressa e sem desperdício de espaço; era como se pudéssemos passar a tarde toda fazendo isso.

Sentia-me embriagado enquanto as mãos dela passeavam pelos meus cabelos e nuca, vez ou outra puxando meus lábios para ela, até se separarem e fazerem um breve estalo, para que nossas respirações folegantes se amostrassem por um instante até ela tomar-me novamente.

            Oh, céus, seria muita rebeldia da minha parte querer beijá-la eternamente?

Enquanto nossos lábios parecem brigar por espaço um no outro, Nabi vai deitando suas costas lentamente sobre a grama, puxando-me até que meu corpo deitasse sobre o dela, e minha mão esquerda fizesse de apoio para que não caíssemos, enquanto a direita segurava delicadamente seu queixo.

Um pequeno grunhido de descontência escapa quando sinto nossos lábios fazerem novamente aquele estalo que anunciava a separação de ambos — gostaria que fosse eterno.

    Quando abri os olhos, avistei a Yang deitada sobre o gramado, ainda de olhos fechados e com um sorriso pequenino nos lábios, que agora tinham um tom avermelhado, causado pelos meus. A vermelhidão nos lábios destacavam sua pele pálida, e o Sol fazia questão de iluminá-la para mim. Gostaria que ela fosse eterna.

— Yang Nabi — sussurrei, pois seria uma audácia fazê-la abrir os olhos.

— Hwang Hyunjin? — ela sussurrou de volta, mesmo assim, abrindo-os.

— Posso contar-lhe um segredo?

A morena já estava com um sorriso tão abobado nos lábios que qualquer outra expressão em sua face parecia desperdício.

— Pode, sim — confirmou, enquanto estendia o braço um tantinho para mexer em meu cabelo.

— Apaixonei-me por uma moça — sussurrei vespertino, como se tal fato fosse um segredo fascinante — Ela é belíssima, parece ter saído dos cinemas.

Ela quase riu, mas permaneceu em seu papel, fitando meus cabelos escuros enquanto acariciava e brincava com os mesmos.

— Também me apaixonei por um rapaz, Hwang — a pequena disse de forma solene, em meio à um suspiro — Ele é belíssimo, também. Parece ter saído de um livro de romance.

𝓐𝗆𝗈-𝗍𝖾, 𝗵𝘄𝗮𝗻𝗴 𝗵𝘆𝘂𝗻𝗷𝗶𝗻.Onde histórias criam vida. Descubra agora