── 𝓠𝗎𝖺𝗇𝗍𝖺𝗌 𝗏𝖾𝗓𝖾𝗌 𝖺𝗇𝖽𝗈𝗎 𝖽𝖾 𝗍𝗋𝖾𝗆?

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Subo rapidamente enquanto o vento sórdido da tarde estapeia meu rosto, encaixando meus dedos na porta do vagão, e logo me esticando para ajudar Nabi à subir também. Sempre me esqueço de que os trens saem aos trilhos em um horário específico do dia, e por uma sorte duvidável, chegamos exatamente quando ele já estava soltando vapor para partir dali.

   Finalmente nos jogamos para o lado de dentro do vagão, eufóricos, com as respirações descontroladas, e os rostos brilhantes — não era apenas o suor estagnado, pensei, era a adrenalina de estar apaixonado.

  Sorri quando notei o mesmo brilho em ambos nós; não só nos rostos, mas nos olhos e nos cantos dos sorrisos largos.

   As pessoas nos olhavam com desgosto; alguns com curiosidade, e outros não se importavam. Querendo ou não, não estávamos tão fora das etiquetas, se não fosse pela entrada triunfal — estava usando meu paletó favorito, marrom, pouco antes de começar a sentir calor e tirá-lo, ficando apenas com a camisa social branca. Nabi parecia mais bela do que nunca, se é que ouso dizer, usando um vestido que pegara emprestado de minha mãe. Não preciso mencionar que o vestido parecia centenas de vezes mais bonito do que realmente era.

   Seguramos a risada ao notar os olhares alheios sobre nós, e rapidamente corremos até o fim dos vagões, onde era aberto, com uma única grade nos impedindo de sair.

  Nos apoiamos sobre a grade enferrujada, deixando que o furor do vento trouxesse de volta nosso fôlego e temperatura normal. Estávamos suando de calor em um dia consideravelmente frio.

   Ela não para de rir um segundo apenas. E vendo-a, não consigo parar de rir também. Nunca vi um sorriso me fazer sorrir tão fácil.

    A pequena mãozinha pálida não desgruda da minha, mesmo apoiada sobre a grade gelada do trem. Os cabelos escuros dançam nos ventos, e seus olhinhos estão fechados em paz, como se estivesse puxando ar para seus pulmões.

   Fecho os olhos também, aproveitando para guardar essa imagem de Nabi para sempre.

— Hyun — chama-me.

  Volto a abrir os olhos.

— Sim?

— Quantas vezes andou de trem?

   Penso, enquanto fito seus olhos submersos nos meus.

— Não foram muitas de fato, minha bela — suspirei, entrando na sensação passada — Costumava andar quando pequeno, eu, Hyunmin, e papai. Nós gostávamos de ir com ele nas viagens à trabalho.

Ela me olhava com tamanha atenção que me fazia querer contar qualquer besteira, nem que fosse mentira.

— Quando pequeno, também gostava de pegar qualquer trem que passasse pela minha frente, esquecer de todos os problemas que tinha olhando as paisagens, e deixar todos eles irem embora com o vento. Voltava só pela noite, quando todos já estavam dormindo. A casa estava em silêncio, mamãe e papai já haviam parado de brigar, e Hyunmin de chorar.

𝓐𝗆𝗈-𝗍𝖾, 𝗵𝘄𝗮𝗻𝗴 𝗵𝘆𝘂𝗻𝗷𝗶𝗻.Onde histórias criam vida. Descubra agora