Capítulo 8

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 Capítulo 8

               — Sr. Tay — Arm começou e viu que o mesmo estava prestes a chorar — Vamos conversar sobre isso em um local menos claustrofóbico?

               Tay fez que sim com a cabeça e observou o segurança apertar o número de um andar que ele desconhecia, quando as portas se abriram o loiro não pode deixar de ficar chocado com que via diante de si, imaginou que Arm fosse levá-lo para o alojamento dos funcionários ou para o refeitório, mas estavam em um jardim, ele nunca soube da existência daquele local na casa da primeira família.

             O loiro caminhou pelo local encantando com todas aquelas árvores, ele reparou ter placas contendo informações sobre a planta e ao observar melhor percebeu que aquele local não era um jardim, mas sim um mausoléu.

             Arm sentou-se em um banco e esperou que Tay também se acomodasse, ambos estavam em silêncio, o loiro parecia um pouco impactado com o local escolhido para a conversa, mas o segurança sabia que ali eles não seriam interrompidos.

              — Isso é um tipo de mausoléu? — questionou o loiro, esquecendo-se do motivo que o levara até aquele local — É tão bonito, tão cheio de vida, que chega a ser irônico.

              — É uma homenagem aos homens que morreram protegendo a primeira família — Arm comentou — Plantamos uma muda da árvore preferida do funcionário e enterramos as cinzas daqueles que não tem família. — Arm olhava o local imenso, pensando na quantidade de amigos que perdeu em todos aqueles anos — Foi ideia do senhor Thankhun.

               — Isso é o tipo de coisa que combina com ele — Tay suspirou, sentindo-se um pouco fútil ao comparar seu sofrimento com os daqueles homens — Eu queria te pedir desculpas, outra vez...

                — Não precisa realmente — Arm, ajeitou os óculos antes de sorrir para Tay — Me pegou de surpresa, não é todo dia que alguém pula em cima de mim, mas não vejo necessidade de pedir desculpas.

                — Eu realmente preciso parar de ler esses romances adolescentes — respondeu rindo para disfarçar a vergonha que sentia — Então sobre o que te propus mais cedo...

               Arm queria dizer não, ele não queria fingir ser namorado do homem ao seu lado, não pelo fato de ser um homem, mas porque aquilo parecia tão absurdo e irreal, quem no mundo acreditaria que eles estavam namorando? E ainda que houvesse alguém louco o suficiente para acreditar, como eles fariam aquilo funcionar? Arm queria dizer não, mas o que ouviu saindo dos seus lábios foi:

                  — Eu aceito fingir ser seu namorado. Sr. Tay.

                Às vezes ele se odiava por não conseguir dizer não. Tay ficou um pouco surpreso com a resposta, ele pensou que o outro fosse recusar, estava disposto a implorar se fosse preciso, mas Arm aceitou a situação tranquilamente, até demais para o gosto do loiro, mas não estava ali para julgar as atitudes do segurança, as suas já eram bastante questionáveis naquele momento, embora, Arm tivesse aceitado, ainda era importante estabelecer regras.

              — Obrigada, Arm! — disse abraçando o outro, e quase quebrando os óculos que o segurança usava — Desculpa... Eu só fiquei muito feliz que você aceitou me ajudar, eu não costumo pedir ajuda das pessoas.

              — O senhor parece ser o tipo de pessoa que não precisa de ninguém — Arm comentou enquanto tentava ignorar o fato que o outro ainda o abraçava — Acho uma boa qualidade.

              — Você acha... — Tay deixou escapar um riso conformado enquanto se soltava do segurança — Sabe, no mundo não existe ninguém que não precise de outra pessoa, e eu não sou uma exceção. — o loiro encarou a árvore a sua frente, era difícil falar sobre os próprios sentimentos — Quando se é criança quem cuida de você é o adulto, mas quem cuida do adulto é o próprio adulto. Não é que eu não precise de ninguém, Arm — Tay abaixou o rosto para disfarças as lágrimas que teimavam e verter por sua face — É que eu não tenho ninguém, eu tive que me tornar adulto muito cedo, porque se eu mesmo não cuidasse de mim, ninguém cuidaria. — Arm não conseguiu deixar de se sentir miserável diante do que escutava — Eu me acostumei a não ter ninguém para mim, talvez por isso eu tenha me apegado tanto ao Time, porque dava a sensação de ter alguém com quem eu pudesse contar, apesar de saber ser mentira, eu quis me apegar naquela ilusão porque dói muito saber que quem deveria te apoiar não se importa.

KinnPorsche: Virtude Indecente 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora