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𝓟reparado o café, Bruno abriu o manuscrito logo pela manhã, enquanto Nora recompunha seu vestuário

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𝓟reparado o café, Bruno abriu o manuscrito logo pela manhã, enquanto Nora recompunha seu vestuário.

— Nora, sabe aquele pedaço de papel sobre a mesa do escritório, na casa do beco?

A voz dela fez-se ouvir a partir da suíte:

— Sei sim. A passagem de João Batista sobre o machado que está colocado à raiz das árvores, não é?

— Isso mesmo. O Mário acabou de me mandar uma mensagem, dizendo que o livro de um tal Padre Konings coloca essa frase como existente no evangelho "Q", mesmo não sendo de Jesus. Sabia disso?

— Sabia sim, já tinha verificado. Conheço o livro. E também o padre. Se não me engano, essa passagem está em Mateus, 3,9; ou em Lucas, 3,10.

— Confere.

Já lindamente trajada, Nora assentou-se à mesa, apanhando uma torrada com geleia que Bruno deixara preparada:

— Sempre fiquei intrigada com essa passagem. Qual terá sido a intenção de Domingos, ao escrever isso?

— Se é que foi ele quem escreveu...

Ela tomou seu gole de chá:

— Verdade. Mas se não foi ele, quem foi?

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Passados dois dias, Bruno assentou-se com Mário, a fim de checar as novidades do caso. O assistente disse:

— Enrico Carsini era o homem que perseguia Domingos no beco, morto pelo cão. Ficou comprovado, pelos documentos que trazia no bolso.

Bruno então releu a notícia que o falso Ravacini já havia lido para ele, cinco dias antes:

"De acordo com a polícia de Conselheiro Lafaiete, Domingos Casqueira, 38, arqueólogo, foi encontrado morto em uma das residências da família, no bairro Lima Dias. Conforme levantamentos periciais, a causa da morte foi autoextermínio, provocado por tiro fatal na têmpora direita. O delegado Jonas Casqueira, responsável pelo caso, informou que Domingos vinha sendo perseguido por dois homens, a quem ficou devendo vultosa quantia no velho continente, onde residia desde 1988. Repatriado ao Brasil, foi localizado e perseguido. Ainda, conforme informações apuradas por esta reportagem, Domingos tinha uma doença incurável, o que pode ter motivado o suicídio."

— E por que será que o delegado Jonas disse que Domingos devia dinheiro a europeus? — perquiriu Mário.

— Penso que foi só para não ter que falar do documento "Q". Foi muito melhor que Enrico passasse por um agiota qualquer. Agora, e sobre Manolo, o que temos?

Mário conjecturou:

— Quase nada, somente que o homem que forçou a fechadura muito provavelmente era ele. O laudo pericial informa que realmente houve um segundo invasor na casa, o qual saiu de lá vivo, naturalmente.

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