Percy contou uma parte que eu não sabia:que lá em baixo na água ele recebeu uma ordem importante.
- Uau-disse Grover - Temos que te levar a Santa Mônica, não pode ignorar uma ordem de seu pai.
Antes que eu ou Annabeth pudéssemos falar alguma coisa, um repórter começou a falar sobre Percy, e deu a entender que ele era um foragido.
- Bom, acho que primeiro temos que sair da cidade. Antes que Percy seje pego pela polícia. - eu o provoquei de propósito.
Ele revirou os olhos pra mim e disse:
- Vamos dar o fora.
Na tarde seguinte, 14 de junho. 7 dias para o solstício, nosso trem estava indo para Denver e a gente não tomava banho desde que saiu do acampamento.
Tenho certeza de que isso era óbvio.
Estávamos andando pelo centro e Annabeth estava atrás de alguma coisa, que eu não fazia ideia.
Tinha um sol do caramba, e eu estava toda suada.
Odeio o calor.
Um tempo depois entramos em um Lava-jato que parecia vazio, tentamos estar atentos a polícia.
Eu fiquei muito impressionada em ver Grover e Annabeth conseguir fazer a "mensagem de Irís" funcionar. Infelizmente foi Luke que atendeu, e ele parecia estar na nossa frente,a mão ser por uma cortina branca de névoa. Luke arregalou os olhos pra nós quando Percy o chamou.
- Percy! - ele abriu um sorriso- E Annabeth também? Graças aos deuses, vocês estão bem?
- E você Grover? Está bem também?
- Oh sim, claro!- Grover respondeu atrás de nós.
Bufei pra ele e revirei os olhos, o que acabou chamando sua atenção.
- Você está viva também Maxine.- ele me olhou de cima a baixo ainda com um sorriso no rosto- Isso é bom.
- Não digo o mesmo pra...- Annabeth não me deixou terminar a frase.
Ela colocou as mãos em meus ombros e sorriu para Luke, suas bochechas estavam coradas.
- Não ligue para ela. Nós.... Ah... estamos bem.- ela gaguejou envergonhada- Queríamos, falar com... Quíron!
Ela finalmente terminou a frase,e meu rosto se contorceu de nojo, tanta gente pra gostar e ela vai logo em Luke?
O rosto de Luke estava preocupado agora, e ele nos explicou a situação.
Antes que Percy pudesse falar alguma coisa, um carro entrou tocando música alta não deixando a gente ouvir quase nada da ligação.
- O que é isso?? - Luke gritou para nós.
- Não se preocupe,vamos resolver. - disse Annabeth me puxando.- Grover! Você vem?
Grover veio em nossa direção e fomos até o boxe ao lado.
Um cara estava dentro do carro, era tão loiro que o meu olho ardeu só de olhar pra ele. Bati no vidro do seu carro que estava vibrando por causa da música.
Ele me olhou, fez cara feia e desceu o vidro.
- O que vocês piralhos querem?
- Que você abaixe a música, ninguém precisa ouvir o mesmo que você. - Annabeth se intrometeu e disse a ele.
Ele deu uma risada sarcástica e desceu do carro, tinha uns dois metros de altura e com certeza malhava.
- E quem vai me obrigar mocinha?- ele se abaixou pra ficar do tamanho dela.- Você?
Eu já estava sem paciência com esse cara, grunhi de raiva e entrei no carro para desligar o som, assim que consegui fui jogada no chão com brutalidade.
- Hey!! Seu idiota de meia idade. Não encosta em mim!- gritei pra ele.
Grover me ajudou a levantar e vi Annabeth pegar sua adaga e apontar para o homem que estava se aproximando de nós.
- Não se aproxime, ou...- ela ia dizer mais o homem a cortou.
- Ou oque? Vai me cortar com essa faca minúscula aí?- disse ele e levantou sua mão para Annabeth.
Eu ergui minha mão para ele e seu braço ficou paralisado no ar. Seus olhos estavam arregalados e eu disse pra ele:
- Ela sabe usar essa faca muito bem senhor, e acredite,eu também tenho meus truques.- eu silibei pra ele.- Acho melhor ir embora daqui.
Grover levantou sua calça o suficiente pra ele ver sua perna de bode.
- A menos que queira ser pisoteado por mim.- Grover disse e lhe lançou um sorriso.
Abaixei minha mão, e o homem soltou o grito mais agudo que eu já ouvi e saiu correndo.
Nós três nos olhamos e Annabeth chegou perto de mim e tocou meu rosto, senti meu rosto ficar vermelho, mais imaginei ser por causa do calor.
- Max... Seus olhos.- ela disse e eu me afastei dela.
Eles tinham visto. Oh meu Deus!
Grover se aproximou também e disse:
- Estão lilás. Isso é incrível!
- Vocês acham?- eu os perguntei.
Eles se olharam sorrindo.
- Claro que sim, você agora é uma garota fodona completa! - Annabeth me disse.
Senti um peso que eu nem sabia que estava lá ser tirado dos meus ombros.
- E aliás gente, o que foi isso do cara!?- Grover disse e começou a rir.
Nos olhamos e logo nós três estávamos gargalhando.
Resolvemos sair de lá e encontrar Percy lá fora.
Ele estava meio assustado quando chegamos, meu sorriso desapareceu do meu rosto.
- Percy, o Luke disse alguma coisa?- eu perguntei.
- Não...Ele não disse quase nada.- ele disse, mas não pareceu ser sincero- Melhor ir procurar o nosso jantar.
Logo estávamos sentados no primeiro restaurante que vimos pela frente.
A garçonete que veio nos entender torceu o nariz em nos ver.
Depois nos olhou com um olhar crítico e perguntou:
- E então?
- Nós queremos jantar, moça.- disse eu.
- Vocês têm dinheiro pra pagar crianças? - ela disse e ergueu as sobrancelhas.
Olhei pra Percy em busca de ajuda mais ele tava bem pálido, e os outros dois pareciam que ia desmaiar de fome.
Estava prestes inventar uma história triste, quando ouviu-se um som de moto muito alto do lado de fora.
Tanto o farol do cara, quanto a sua moto era cor vermelho sangue, muito bonita.
Ele tinha cicatrizes pelo rosto e andava com um facão na cintura, assim que ele entrou todos pararam de conversar e se levantaram, mas ele apenas acenou com a mão em descaso.
A garçonete piscou e repetiu a pergunta novamente.
- Tem dinheiro para pagar, crianças?
Eu não prestei atenção nela e fixei meu olhar no cara, tinha uma situação esquisita novamente, se ele fosse um mostro, no que se transformaria? Ou ele era outra coisa?
- É por minha conta.- o cara disse para a moça.
A mulher não se mecheu e ficou de olhos arregalados para a gente.
- Ainda está aí?- o cara a perguntou.
Ela se virou e foi pra cozinha.
Ele se sentou na nossa mesa, espremeu Annabeth contra a parede e me encarou.
Olhar em seus olhos era como ver um lugar vazio, queimando até sobrar somente cinzas.
Meu rosto ficou vermelho de raiva, espremi minhas unhas contra a palma da minha mão.
Quis socar a cara de alguém, porque sentia isso tudo do nada?
Um monstro não fazia isso. Comecei a pensar que ele não fosse um.
- Então está aí,tico e teco.- ele deu um sorriso zombeteiro- São filhos da maluca, e o barba de cracas, certo?
- E daí? - eu o perguntei, pouco à vontade.
- Max, esse é o...- Annabeth tentou me dizer mais o cara a cortou.
- Tudo bem - disse o cara- Não me importa um pouco de petulância, desde que se lembrem de quem manda. Sabe quem eu sou, priminhos?
Não respondi, mas Percy sim. Ele parecia tão desconfortável quanto eu.
- Você é o pai da Clarisse.- Percy disse - Ares, o deus da guerra.
Percy e Ares estavam em uma conversa nada amigável,quando a garçonete chegou com hambúrguer, cebolas empanadas e milk shake.
Ares entregou uns dracmas de ouro pra ela, que olhou nervosamente para as moedas.
- Isso... Isso não é...
O cara pegou uma faca e limpou a sujeira das unhas com ela.
- Algum problema,benzinho?
A moça o encarou nervosa e depois foi embora com os dracmas na mão. Eu quase abri um sorriso, isso foi legal.
Comecei a devorar meu lanche enquanto eles ainda conversavam. Ares disse que queria um favor de Percy, que ele fosse buscar seu escudo em algum lugar que não prestei atenção.
- E é aí que você entra ruivinha!
Assim que Ares me disse isso, interrompi minha última mordida no hambúrguer e o encarei.
- O que?- eu disse ainda de boca cheia pra ele.
- Vou precisar da ajuda do seu amigo molenga, e a sua para dar conta de alguns caras de ferro.
Tomei milk shake pra ver se aquela sensação de perigo constante passava.
- E a gente te ajudaria por...?- eu o perguntei, cara folgado do caramba.
Seus olhos faíscaram e ele se inclinou sobre a mesa e me encarou.
Sustentei seu olhar, e sem perceber que estava fazendo isso,a mesa ao meu lado começou a se mecher levemente.
- Porque eu tenho informações sobre a mãe do seu amigo,garota.- Ares disse, olhou para a mesa se mechendo e deu um sorriso.
- Minha...mãe?- Percy perguntou, incerto.
Consegui respirar fundo para me acalmar, a mesa ficou quieta e eu prestei atenção em Ares.
Ele terminou de dar as informações sobre onde devíamos ir e foi embora.
- Isso não é nada bom- Grover nos alertou.- Justo Ares veio procurar por vocês.
- Deve ser algum tipo de truque. Esqueçam Ares, vamos embora e pronto.- Percy disse.
- Olha cara, por mais que eu queira concordar com você. Talvez ele saiba mesmo algo sobre a sua mãe, vale a pena tentar.- disse eu
- Talvez, ou não.- ele retrucou.
- Sem falar que esse deve ser algum problema que exige raciocínio lógico. Ares pode ser o deus da guerra, mas acredite em mim. As vezes, até mesmo a força tem que se curvar diante a sabedoria.- disse Annabeth.
- Mas ele pareceu assustado, o que assustaria um deus?- Percy perguntou.
- E o que diabos ele quis dizer, que eu tenho que acabar com uns caras de "ferro"?? - questionei
- Isso tudo,nós teremos que descobrir.- disse Grover.
Quando encontramos no parque aquático, o sol já estava se pondo, ficando entre as cores rosa e amarelo no céu, e lá estava escrito: AQUALÂNDIA, parecia velho e abandonado.
- Bem, se Ares traz a namorada aqui para um encontro.- Percy disse analisando o arame farpado- Não iria gostar de ver a aparência dela.
- Percy- advertiu Annabeth.- Tenha mais respeito.
- Ue, mas você não nem gosta de Ares, loirinha- disse eu
- Mas ele ainda é um deus. E sua namorada é muito temperamental.
- Ela é bonita?- perguntei a Annabeth.
Ela ergueu uma sobrancelha pra mim, e Percy fez outra pergunta.
- Vocês a conhecem?
- Ela é Afrodite- disse Grover, sonhador.- A deusa do amor.
Percy fez uma careta e perguntou:
- Mas ela não era casada com Hefesto?
- E daí?- perguntou ele.
Minha cara se contorceu de nojo.
- Então aqui vocês não...- eu ia perguntar mais Percy mudou de assunto.
Então aqui vocês não deixam de ficar com outras pessoas, porque está comprometido? Era isso o que ia perguntar, eu não conseguia achar algo assim normal.
- Como fazemos para entrar? - perguntou Percy.
- Maia!! - Grover gritou
Seus tênis ganharam vida, ele saltou para o outro lado e perguntou:
- Vocês vêm?
Annabeth e Percy iam mais eu os parei.
- Esperem aí!
Eu mechi meus dedos e os arames se separaram, formando um espaço onde poderíamos passar sem ser cortados.
Annabeth sorriu pra mim e passou.
- Legal.- ela disse.
Percy deu um leve tapa no meu ombro, com um sorriso na cara.
- Você tá ficando boa com essa coisa de poderes.- disse ele antes de passar.
- Talvez. - disse eu.
Na nossa frente vimos lembranças, roupas e algumas outras coisas, tudo de graça.
- Roupas, roupas limpas. - eu disse e olhei pra as roupas que eu estava vestindo, pareciam horríveis e fedidas.
- É, mais você não pode simplesmente....- Percy tentou dizer.
Annabeth e eu nos entreolhamos.
- Observe.- eu disse e peguei algumas roupas, uma mochila e coisas que achei ser útil.
Annabeth me acompanhou e entramos nos provadores.
Eu estava com um short preto, e uma blusa vermelha berrante escrito o nome do parque.
- Ora, que se dane. - Grover disse e Percy também foi atrás.
Logo nós quatro, estávamos parecendo fazer propaganda de um parque fantasma.
Seguimos andando atrás do que Ares pediu, de algum modo o parque parecia estar prendendo a respiração.
A palavra " ARMADILHA" parecia estar sendo gritada de todas as direções.
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Maxine Mayfield - O ladrão de raios
FantasyMax sempre morou na Califórnia ,mas uma visita na diretoria com seu pai faz a sua vida mudar completamente. Tendo que ir para Nova York ela encontra Percy Jackson, a primeira pessoa que ela vai conversar nessa cidade esquisita, juntos eles enfrent...