Seguimos e entramos no Museu subterrâneo, eu ia na frente com Annabeth. Ela citando mil fatos a cada três segundos me deixava tonta, mais eu tentava aprender.
Tínhamos jujubas, o que melhorava o meu humor.
Percy começou a perguntar sobre Hades, Grover e Annabeth lhe deram uma mini aula sobre o assunto, enquanto eu comia mais jujubas.
- Então como sabemos que ele não está nos observando agora? - Percy perguntou.
- Não sabemos.- Annabeth lhe disse.
- Isso é bem simples, o cara é o Deus dos mortos. Tem mais o que fazer, não iria perder o tempo espionando crianças estúpidas, que ele podia facilmente matar sem nem levantar as mãos.- eu disse para Percy.
Ele engoliu seco e olhou pra mim.
- Isso era pra fazer eu me sentir melhor?
- Depende do ponto de vista. - disse eu.
Subimos no elevador e ficamos apertados por causa de uma mulher e um cachorro estranho. Percy parecia que ia vomitar, sabia da sua fobia por lugares apertados e segurei sua mão. Ele me lançou um sorriso fraco, e apertou minha mão quando começamos a subir.
- Sem os pais? - nos perguntou a mulher.
Fiz uma careta pra ela, que mania que esse povo tem de se intrometer onde não é chamado.
- Não é da sua conta.- eu disse pra velha.
Annabeth pisou no meu pé.
- Aii!!
- Me desculpe por minha irmã. Nossos pais tem medo de altura, senhora.
- Ah. - disse a dona sem se importar com minha falta de educação. - Pobrezinhos.
O cachorro dela rosnou, a mulher disse.
- Vamos filhinho, comporte-se.
- Filhinho? É o nome dele? - Percy perguntou.
- Não.- ela sorriu pra ele, como se isso esclarecesse alguma coisa.
Assim que terminamos nosso tour com Annabeth nos guiando, estávamos indo embora. Levamos Grover e Annabeth até a porta do elevador e vimos outros dois turistas lá dentro. Não tinha espaço pra gente.
- Só na próxima, crianças. - o cara disse pra gente.
- Vamos esperar com vocês.- Annabeth nos disse.
- Não precisa loirinha.
- Não podemos nos separar!
- Max tá certa gente, nos encontramos lá em baixo.- Percy a convenceu.
Ela pareceu nervosa, mais cedeu.
Agora, as únicas pessoas que ficaram lá era um guarda, a mãe com o filho, e a senhora entrometida com o cachorro.
Percy sorriu pra ela, e a senhora sorriu de volta, sua língua bifurcada se destacando entre seus dentes amarelos.
Espera, língua bifurcada? Tentei olhar de novo pra ver se era isso mesmo, mais não deu tempo. O cachorro pulou do colo da mulher e começou a latir pra gente.
- Vamos filhinho. Tenha calma, estamos com pessoas legais. Não está se divertindo?
A mulher tratou o cachorro como se fosse realmente seu filho, embora isso seje um pouco comum,vindo dela pareceu muito bizarro.
- Olha que fofinho mamãe!- disse o garotinho para a moça que estava ao seu lado.- Olha lá!!
O garoto apontou para o cachorro mais a mãe dele o puxou pra longe.
O cachorro continou latindo pra gente, a mãe e o menino tinham ido para a saída .
- Bem, meu filho; - suspirou a senhora- Já que você insiste.
Fiquei um pouco chocada, espuma pingava da boca do cachorro.
- Você chamou essa coisa de filho? - eu perguntei para a velha.
Ela grunhiu de raiva e me encarou. Eu dei um passo pra trás e puxei Percy, pra ele se mover também.
A situação tava começando a ficar feia.
- Acho melhor tomar cuidado com suas palavras, Maxine.- ela me avisou.- E isso é uma quimera, muitas pessoas confundem com um cachorro.
Sabe, acredito que muitos semideuses não teriam sacado que era um mostro.
Até o "cachorro" se transformar em um bicho gigante, com direto a cabeça de leão e tudo mais.
Mais só tem 2 tipos de situações onde me chamam de Maxine, ou é algum professor, e alguém que não me conheça bem.
Ou é um mostro tentando me assassinar.
E não precisou ser um gênio pra saber que era a segunda opção.
Estávamos a 10 passos da coisa gigante, eu não tinha pegado meu colar, nem Percy sua espada. Eu sabia que se a gente se mover, iríamos ser engolidos ou qualquer outra coisa. O guarda estava igual um idiota como nós, paralisado e com os olhos arregalados.
Esse era o maior monstro que eu já tinha visto, contando que eu já vi o minotauro.
- Sintam- se honrados meus queridos. O senhor Zeus raramente deixam eu por a minha prole contra heróis. Justo vocês dois, dos 4 grandes. Vai ser incrível!!- ela deu uma risada pra gente, como se fosse a merda de um grande espetáculo.
O mostro foi em nossa direção, eu tinha que agir. Empurrei Percy para um lado e fui para outro.
Tirei meu colar e a espada se formou na minha mão, ela tentou me abocanhar mais rolei no chão e cortei sua perna. Sangue preto saía de lá.
A coisa grunhiu de dor e sua calda se agitou rápido demais, assim que eu me levantei pra acertar outro golpe, senti um baque na barriga e praticamente voei em direção a parede, que tinha um espelho enorme e bati com a cabeça no chão.
Vários cacos de vidro caíram ao meu redor, minha cabeça latejava. Me esforçei pra conseguir levantar, ou ver alguma coisa, tudo parecia distante demais.
-MAX!! - ouvi Percy gritar, um pouco abafado.
Uma luta acontecia enquanto Max estava um pouco zonza. Percy estava lutando com a Quimera, até que ela soltou um fogo muito tóxico pela boca.
Percy, que tentou acertar sua boca, queria desviar do fogo mais viu que não teria como.
Max, reuniu forças que nem ela mesmo sabe de onde pra levantar. E se deparou com Percy prestes a ser incendiado.
Sem pensar muito ela levantou a sua mão, antes do fogo encostar no rosto dele, uma parede roxa púrpura surgiu em sua frente. Ela conseguiu bloquear, mais o fogo se tornou líquido quando encostou na parede que ela criou. O garoto, quando a viu, correu em sua direção.Mas a cauda da Quimera agarrou em sua panturrilha, o que fez ele cair no chão gritando de dor.
Um buraco tinha acabado de formar no chão, e a espada de Percy caiu lá embaixo. Isso é ótimo, acabamos de destruir um monumento nacional.
Eu tinha abaixado minha mão e assim que fui pra pegar minha espada, me assustei ao ver meu reflexo em um pedaço do espelho.
Os meus olhos, estavam lilás. Aos poucos foi voltando o azul, mas mesmo assim eu estranhei.
E foi nesse momento pessoal, que eu tinha descoberto que meus olhos ficavam lilás toda vez que eu usava meus poderes.
Nada como um dia normal,sendo uma aberração.
Eu odeio a minha mãe.
Olhei pra frente e Percy estava em pé, corri pra ficar do seu lado. Ele passou a mão do meu cabelo e alguns cacos de vidro caíram.
- Você está viva!- ele pareceu contente em afirmar o óbvio enquanto me olhava.
- É bobão, e você também.
A Quimera olhava pra a sua mãe esperando a próxima ordem.
A senhora nos encarava, e estava se divertindo com a situação. A velha gargalhou.
- Bem, não se fazem heróis como antigamente.- ela fungou .
Eu tinha esquecido de pegar minha espada, pois fiquei muito assustada com a cor dos meus olhos. O meu colar estava no meu pescoço novamente.
Percy pegou na minha mão e me puxou até a borda do buraco que tinha se formado. Estávamos encurralados, e o guarda era um inútil .
Engoli seco e olhei pra ele.
- Você... Você não tá pesando em...- tentei formular a frase mais a senhora me cortou.
- Perseu Jackson! Você é um filho de Poseidon e talvez sobreviva.- ela olhou pra mim e deu uma risada- Mas não tenho muita certeza se sua amiguinha teria a mesma sorte.
Percy só me encarou e depois olhou lá pra baixo, apertando um pouco mais minha mão.
Podia ver sua respiração falhando e sua panturrilha sangrar.
A velha bocejou para nós como se a situação fosse muito tediosa.
- Percy, você não vai pular, certo? Porque eu li em algum lugar que com essa altura a água lá em baixo parece cimento.- eu disse a ele.
- Eu sei disso. Mais não tenho opção, você não quer ser comido por essa coisa. Ou quer?- ele se irritou levemente .
- Claro que não mas... - tentei dizer mais a senhora assobiou e fez um sinal com a mão.
- Eu vou pular, e você vem comigo!- Percy disse e tentou me puxar.
- É tão mais fácil matar heróis de pouca fé!!- a mulher exclamou e a Quimera foi em nossa direção.
- Não!! Percy espere. - ele me puxou com mais força- NÃÃÃO!!
- Pai, nos ajude.
Escutei Percy sussurrar, e longo estávamos em queda livre. Eu e Percy estávamos gritando feito loucos.
Eu dei um empurrão em seu braço. E conseguir ver ele me olhar indignado.
- Percy!! Se a gente morrer, eu mato você!! - berrei pra ele enquanto caímos.
O vento rasgava meu rosto com força e meu coração estava acelerado.
- Acho que se a gente morrer,não vai ter como você me matar!- ele gritou de volta.
Queria bater nele de novo, mais em seguida veio o impacto da água e foi...
Normal, como se eu tivesse acabado de dar um pulo na piscina. Mas afundamos demais, não consegui ver Percy em lugar nenhum. Então subi pra superfície, enquanto subia achei que meus pulmões explodiram porque eu não chegava nunca.
Até que consegui, me joguei na margem do rio tossindo pra caramba, e vi dois pares de pés na minha frente. Alguém me puxou pra cima que logo descobri ser Annabeth, seus olhos cinzentos me analisaram, e ela parecia preocupada.
- Max! O que aconteceu? Porque você esta toda machucada?
- É, nos descemos e de repente vimos lá em cima pegar fogo. E você se jogou do rio lá de cima? - Grover me perguntou.
- E o impacto devia ter te matado, cadê Percy? - Annabeth perguntou.
Estava meio perdida com esse tanto de pergunta e estava toda molhada, então só consegui soltar algo como:
- Uh?
Aquela coisa de querer cair no chão e desmaiar está de volta. Várias pessoas me encaravam, outras ainda olhavam lá pra cima a espera de alguma coisa.
- Vem, você está chamando muita atenção desse jeito.- Annabeth viu que eu não estava muito bem e me puxou dali.
Os repórteres estavam falando sobre algo que eu não prestei atenção. Grover me deu um pouco de ambrosia e eu senti o gosto maravilhoso do bolo de chocolate da minha irmã.
- Eu e Percy pulamos. Ele estava comigo a uns 5 minutos atrás, ainda deve estar na água.
- E porque vocês pularam? - loirinha me perguntou.
- Uma Quimera apareceu.
Grover me olhou abismado, e depois se virou para Annabeth.
- A gente sai por 15 minutos e olha a onde eles se metem! - ele disse a loirinha.
- Hey! Underwood. Isso não foi nossa culpa.- eu falei pra ele.
- E...- iria continuar falando mais vi alguém de aproximar.
- Percy! Você está... seco? - eu corri para ele.
- Ah. - ele olhou pra baixo e abriu um sorrisso- Legal não é?
Fomos andando e conversando até passamos por a mulher que era mãe do menino.
- Eu estou te falando doutor!! - esclamava ela.- O cachorro cuspiu fogo pela boca. E tinha duas crianças, as duas com espadas, uma delas tinha poderes com luzes roxas e...
Mas o médico não parecia acreditar e estava tentando acalmar ela.
- Se acalme minha senhora, a medicação já deve dar algum efeito daqui a pouco .
A mulher arregalou os olhos pra nós e apontou.
- Ali!! São eles dois! A ruiva, ela que tinha poderes.
Eu e Percy puxamos os dois pra andar mais rápido. Pouco depois Annabeth nos parou e disse:
- Podem explicar direito essa história?O cachorro é o mesmo do elevador?- ela ergueu as sobrancelhas esperando respostas.
- Percy vai explicar, minha participação nem foi tão grande assim.- dei ombros pra ela.
O negócio era que essa coisa de poderes, primeira filha, e essas merdas já estavam me estressando sem falar que ser arremeçada em um espelho não era legal.
Percy me encarou um pouco,depois contou toda a nossa história mirabolante.
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Maxine Mayfield - O ladrão de raios
FantastikMax sempre morou na Califórnia ,mas uma visita na diretoria com seu pai faz a sua vida mudar completamente. Tendo que ir para Nova York ela encontra Percy Jackson, a primeira pessoa que ela vai conversar nessa cidade esquisita, juntos eles enfrent...