Bom, se Nanami acreditasse em zodíaco, ele certamente checaria seu mapa estral. Ele deveria ter vestido a cor errada de camisa nas últimas semanas, passado com o pé errado pela porta ou alguém em algum maldito lugar estava brincando com o futuro dele.
Aquela semana S/n começou a ministrar remédios em casa. Pré-eclâmpsia. Árvore genealógica de merda. Se existia um deus em algum lugar, ele não achava que Nanami era digno de felicidade. Ok ele não era a melhor pessoa do mundo, comia carne apesar de saber como a indústria era podre e deve ter estacionamento no lugar errado mais vezes do que poderia contar. Talvez ele realmente não merecesse ser feliz, mas o que S/n havia feito de mal para parar com alguém tão miserável feito ele? Ele dormia e acordava com aquela pergunta.
S/n estava segurando as coisas, ele nunca a tinha visto rezar durante todo o relacionamento deles, mas ele a via ajoelhar em frente a acama todas as noites desde o diagnóstico. Ela não chorava, dizia não querer mandar más vibrações pro bebê. Era um menino. Eles tinham descoberto na mesma semana e... Droga, ele odiava que o momento que era pra ser apenas alegria veio com uma notícia ruim.
- Que nome vamos dar pro nosso garotão? - brincou Nanami a puxando pra perto aquela noite.
Ele evitava ao máximo falar sobre enfermidades. Ela não queria uma gravidez marcada pela dor, S/n queria lembrar apenas dos bons momentos, queria, na medida do possível, ter uma gravidez feliz. Então ele daria isso a ela.
- Hmm - ela voltou ao semblante de menina dela. batucava os dedos no queixo de forma teatral - Serei sincera, eu não sou boa com isso.
- Bom, não podemos continuar o chamado de bebê, ou feijão.
- Esse é o problema, quando eu era criança eu tive um gato, sabe qual o nome dele? - ele nega - Gato! - diz exasperada.
- Você não fez isso - ele pôs a mão na boca de um jeito exagerado e riu - Se você chamar nosso filho de "menino" eu vou ficar chateado, nunca mais farei um filho em você, tô avisando.
Ela gargalhou. Ele amava tanto a gargalhada dela, se pudesse ouvir apenas um som o resto de sua vida, seria esse, era a coisa mais linda que ele já ouvira na vida. Era impossível não sorrir depois de a ouvir rir, S/n tinha aquele tipo de risada contagiante e engraçada, que vem de dentro e vibra. deveria ser armazenado em tubos e vendido como remédio, aquele som curava a alma.
- Quantos filhos você quer?
- Quantos cabem na sua barriga? - brica e ela faz uma careta.
- Um por vez, por favor.
- Assim vai demorar demais, eu quero um time de futebol.
- Você nem assiste futebol, Kento - reviva os olhos e empurra seu ombro.
- Claro que não, meus filhos ainda não estão lá. - beija sua tempora e encaixa o rosto na curvatura do pescoço dela.
Em uma gravidez normal sem problemas adicionais os pais faziam coisas de pais, como comprar roupinhas e organizar coisas para um quarto. Então Nanami levou S/n para escolher as primeiras roupinhas do bebê, ela tinha feito o possível pra esconder as pequenas lágrimas que se acumularam no canto dos olhos quando pegou uma manta verde nas mãos.
— Imagina nosso neném enrolado em um desse.. — ela sorriu e empurrou para longe aquele pequeno grão de dor que chacoalhava em seu peito em alguns momentos.
Empurrou. Empurrou. Empurrou. Até não ser capaz de sentir ou cheira-lo. Em alguns dias era como um pequeno grão de arroz, em outro como uma grande melancia pesando no seu peito a impedindo de respirar adequadamente.
Eles levaram 7 mantas em tons pastéis de verde, fora os macaquinhos e conjuntinhos que ela também gostou.
Os sapatinhos. Meu Deus aquilo era tão pequeno, pés menores ainda entrariam alí, com dedos ainda menores. Sentia o coração quente, quente de verdade, se lhe colocassem a mão sobre o peito qualquer um poderia sentir a temperatura alta alí.
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Imagine, Nanami!
FanfictionSe iludindo por um loiro apaixonado por massa, com mais de 1,80 que se existisse derrubaria o capitalismo sozinho. Aqui S/n é apenas uma jovem adulta tentando provar para os pais que é mais do que eles acreditam, até que o moço loiro atraente que fr...