15 Nanami

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Nos filmes quando algo acontece tudo fica em câmera lenta, aquela cena dramática dos personagens em slow motion com uma música orquestrada de fundo. Para Kento não, o mundo estava caindo rapidamente sobre sua cabeça, era como ser atingido por um caminhão em alta velocidade estando apenas se cueca.

Em um segundo ele estava com S/n em seu colo correndo mais rápido do que ele achava possível com uma mulher grávida nos braços, Gojo atrás dele gritando para que Yu arrumasse as coisas da garota e os encontrasse no hospital. Pobre Yu, precisou ser sacudida para voltar a se mexer novamente, a garota de pele bronzeada estava mais pálida que as paredes brancas da casa quando correu para o quarto para organizar as coisas da amiga. Não havia nada pronto, ninguém esperava que algo assim fosse acontecer, S/n estava cumprindo as ordens medicas e a médica que a acompanha até elogiou o cuidado que eles estavam tendo na reta final.

Gojo desceu voando logo atrás de Nanami e tomou o volante sem que lhe fosse pedido. Kento foi atrás enquanto acalmava sua garota que hiperventilava ao seu lado, ela fazia um grande esforço para não chorar mas ele quase podia ouvir seu coraçãozinho quebrando.

— Vai ficar tudo bem, meu amor — sussurrava contra a tempora dela. Ele também queria acreditar nisso, Deus sabe como ele queria.

— Ainda falta uma semana para os 7 meses — ela balbucia — Não ta na hora, não ta na hora.

— Vai ficar tudo bem!

Era tudo que ele podia dizer
Era tudo em que ele se agarrou todos esses meses.

Eles invadiram o hospital, Nanami novamente com ela nos braços enquanto Satoru berrava por um médico. Enfermeiras em seus aventais azulados correram na direção deles com uma maca. Nanami a colocou deitada e correram para a emergência.

— Minha mãe — Nanami olha para ela, uma lágrima descendo pelo canto do olho em direção a raiz de seus cabelos — Liga para a minha mãe.

S/n ouviu de longe Kento concordar, com algo que parecia "Claro, meu amor" mas ela não pode dizer com certeza, seus pensamentos gritavam em sua cabeça e toda a situação era estressante demais para que ela se focasse em uma coisa só.

As luzes no teto passando rapidamente em seus olhos davam um efeito hipnotizante, sentia uma pontada no cérebro, em alguma parte la no meio, a mão grande de Nanami segurava a dua e algo ainda escorria de dentro dela. Deus, que não seja o meu menino. implorou. Eles estavam conversando entre eles mas elanmada entendia, o pé da barriga começou a doer, como um puxão. Empurrão. Era o corpo dele empurrando seu pequeno e prematuro filho para fora dela. Gritou. Nanami virou severamente em sua direção com olhos maiores do que qualquer coisa que ela já virá. Mais gritos. Mas não eram dela desta vez, Kento gritava que fizessem algo "Salvem minha mulher" e meu filho, ela esperou ele completar, mas ele não completou. Tudo bem, ele estava nervoso, ele estava com medo, ninguém se apegaria aos detalhes nesse momento.

— Salvem o meu filho — implorou.

...

Os ponteiros do relógio não esperam, havia se passado horas desde que se trancaram com S/n e seu bebê em algum lugar mais afundo do corredor no qual não o deixaram ultrapassar.

"Temos que fazer o parto agora" foi tudo que eles disseram.

"Fique calmo, senhor, espere aqui" foi o que ouviu quando percebeu que a maca estava muitos metros a sua frente.

"Não esta na hora ainda" foi tudo que conseguiu sussurar antes da porta de fechar e eles levarem com eles tudo que ele tinha.

Gojo já tinha andando 2km só indo de um lado pro outro no corredor, Nanami balançava a perna incessantemente enquanto esfoliava o rosto de tanto que passava as mãos. Yuuji estava aqui também, chegou correndo assim que seu professor ligou para justificar o atraso, ele e seus dois amigos encaravam as manchas escuras e amaldiçoadas que escorriam do teto, nobara ignorava a pequena maldição sussurrando um pouco acima da cabeça dela. Todos sabiam que mada podiam fazer com Yu bem ali, a garota chegou não muito tempo depois, trazendo tudo que S/n precisaria para seus dias no hospital, um neném tão jovem precisaria ficar na UTI, Nanami sabia disso.

Nanami nem sabia se o parto ja havia começado a essa altura, só sabia que eles precisavam controlar a situação para então induzir o parto, não sabia quantas horas precisariam nem quantas já haviam se passado, pareciam dias mas julgava ter sido apenas uma.

— Vai ficar tudo bem, ela vai ficar bem.

Nanami olhou para o lado, esperando que essas palavras estivessem sendo dirigidas a ele, mas não, nobara parecia consolar itadori bem ao seu lado. Kento sabe que o garoto se apegou a S/n mas não havia calculado o quanto e muito menos o quão assustador deve ser pra ele, alguém que perdeu tantas pessoas e que se viu, de repente, em um mundo tão diferente do seu habitual.

Yuuji tinha as maos juntas na frente do rosto, os olhos fixos em um ponto distante a sua frente, assim que ele chegou Nanami se preocupou sobre a presença do Sukuna em um ambiente como aquele, mas não podia manda-lo embora, não faria isso com ele.

— Garoto — chamou ele, Yuuji levantou os olhos para kento pela primeira vez desde que se sentou lá — Vem cá.

Os passos cautelosos do rapaz fizeram o loiro se sentir mal, ele tinha motivo para estar exitante. Yuuji chegou próximo e sem muita cerimônia oais velho o puxou para um abraço. o menino levou um tempo até erguer os próprios braços em volta da cintura dele.

— Eu jamais a machucaria, Nanami— sussurou

— Eu sei!

— Espero que ela fique bem.

— Eu também, garoto, eu preciso deles.

Mais alguns minutos se passaram até as portas abrirem de novo, Kento correu até a enfermeira que apareceu mas ela parecia com muita pressa.

— Com licença, eu preciso saber da minha mulher — chamou, mas a moça continuou seu caminho apressada.

uma outra correu pelo mesmo corredor.

— Com licença..

Novamente.

Uma terceira apareceu na direção contrário com a primeira em sua cola, ele iria tentar mais uma vez mas parou..

"estamos perdendo ela" ouviu

estamos perdendo ela.

perdendo

S/n

estão.. perdendo s/n?

e tudo voltou a acelerar. Muitas pessoas correndo e tinha um som vindo de alguma parte, uma sirene? talvez, mas tinha outra coisa.

Alguém o chamava.

Mas ele não sabia onde, tinham muitas vozes, muitos sons, estava com calor, estava difícil respirar.

— Nanami — uma voz grave vociferou em sua frente.

Esse alguém lhe agarrou pelos ombros e balançou. O mundo parou.

— Respira, Nanami, respira fundo — disse Gojo.

Bom, o que ele imaginava que fosse ele, a visão de Nanami ficava mais turva a cada vez que ele tentava achar algum ar.

— Cara, respira, você tem que se acalmar porra — gritou.

Mãos seguraram sua cabeça e ele sentiu uma pancada na nuca. Gojo o havia tacado na parede. A dor o fez prender a respiração e quando achou que não saberia como puxar o ar novamente, ele entrou, enchendo seus pulmões ao ponto dele se engasgar.

— Isso — diz gojo.

— Você ouviu? ouviu o que disseram? — as mãos de Nanami procuravam algo rm que se agarrar.

— Você precisa se acalmar.

— Eu não posso perde-la.. não posso não posso.

— Respira.

Kento perdeu a cabeça, em um segundo estava contra a parede no outro era gojo quem estava, o loiro o empurrou com tanta força que os pés de gojo saíram do chão alguns milímetros.

— Não me mande ter calma, se ela se for.. se ela..

Nanami estava muito ocupado para ver um enfermeiro chegar por trás e lhe aplicar algo no pescoço.
Tudo apagou muito rápido.

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SEM REVISÃO

Imagine, Nanami!Onde histórias criam vida. Descubra agora