17 Nanami

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NÃO REVISADO!!!!

Ter um filho é como ser transbordado de amor, é assustador e mágico. Perder um filho é como ter seu coração arrancado do peito e mastigado bem na sua frente, é a certeza que nunca será completo novamente.

Era assim que Nanami se sentia e nem podia imaginar como deveria ser para S/n.

Os dias passavam lentos, a rotina deles voltava ao normal aos poucos, S/n voltou a assistir as aulas e os dias presenciais eram os mais assustadores para ela. Ele via as rugas de estresse sempre que alcançava a maçaneta do carro para sair, a certeza de que passaria a manhã dizendo "obrigada" a todos os "sinto muito" que estranhos, que provavelmente não sentiam muito" diziam ao longo do dia.

A barriga dela ainda não tinha voltado completamente, o que eventualmente fazia com que desconhecidos a parabenizassem por uma gravidez que não existia mais e conhecidos perguntarem sobre a criança que não sobreviveu.

Ele não tinha ideia de como era viver isso e queria que ela não precisasse.

As noites eram frias, sentia o corpo de S/n tremer levemente enquanto ele acalmava seu choro noturno, as vezes a via com uma garrafa de uísque bebendo no sofá enquanto apertava agressivamente o botão de passar o canal da TV. Mas ela estava tentando e as vezes era tão boa fingindo enquanto o jogava na cama e montava nele durante horas a fio, ele quase esquecia da tristeza em seus olhos quando o brilho do tesão os dominava, quando ela sorria com seu pau na boca ou quando gritava que o amava durante seus orgasmos.

As vezes ela era tão boa fingindo que quase o enganava. Quase.

Mas então o dia amanhecia e algum estranho na rua, enquanto eles iam comprar pão, passava a mão sobre sua barriga, ainda levemente avantajada, e com olhos brilhantes perguntava se ja sabiam o sexo do bebê. E ele sabia que seria uma semana ruim.

Ele soube que seria uma semana difícil quando ouviu a porta bater com força.

— Você não me ligou para que te buscasse. — não era uma pergunta — Por que não ligou?

S/n estava um pouco descabelada e vermelha.

— Vim correndo — disse simplesmente.

— Por que?

Nanami atravessou a sala para segurar seu rosto entre as mãos, limpar o suor que se acumulava sobre as sobrancelhas e abaixo do nariz.

— Preciso perder peso — se desvencilhou de seu toque e foi em direção ao quarto — já passou da hora.

— O quê? mas por que? você ta ótima.

Ela estava incrível, sempre fora incrível. A gravidez a fez engordar e ele sabia que quilos a mais e dobrinhas aqui e alí costuma incomodar a maioria das mulheres. Mas pra ele ela estava maravilhosa como sempre.. gostosa,  ele ainda enlouquecia so de imaginar o corpo dela, ele estava sentindo que enlouqueceria agora, ele podia sentir sangue demais indo na direção errada e essa era, também, a hora errada pra ter uma ereção.  Mas era praticamente impossível, ele estava duro 97% do tempo que esta ao lado dela, os 3% ele era quando estava recém esvaziado. Pra concluir, não há nada, nem uma pintinha no corpo de S/n, que ele mudaria.

— Não estou.

— Amor.. olha pra mim — ela não olhou, em vez disso continuou se despindo enquanto tacava as roupas pelo quarto, ela continuava bagunceira, a convivência com o pragmatismo de Nanami nunca mudou isso — S/n, se minha opinião vale de alguma coisa, você é a pessoa mais linda e.. gostosa que eu já tive o prazer de pôr os olhos, pode fazer o que você com o seu corpo, apenas... lembre disso, não há mada de errado em como você se parece agora.

Imagine, Nanami!Onde histórias criam vida. Descubra agora